A beleza imensa, quase sagrada, de ser mulher, encarnada em Ozanete Dantas

Seja qual for o resultado do júri popular que envolve Pedro Inácio, hoje ou amanhã, há uma verdade que não depende de sentenças: a grandiosidade de uma mulher que aprendeu a seguir em frente mesmo quando a música da vida parecia ter parado.
Desde o Carnaval de Caicó, quando Zaira Cruz teve sua trajetória interrompida de forma brutal, Ozanete passou a ocupar um lugar que nenhuma mãe escolhe, mas que só mulheres gigantes conseguem sustentar. Um lugar onde a dor não apaga a delicadeza, onde a saudade não elimina a elegância de existir.
Há algo de profundamente feminino em sua postura. Algo que lembra dança , mesmo sem música, feito de equilíbrio entre fragilidade e força, entre silêncio e presença. Ozanete caminha com a alma exposta, mas nunca curvada. Sua luta não é barulho, é resistência. Não é ódio, é amor. Um amor que ousa continuar.
Independentemente do veredito, hoje o aplauso é para ela. Para a mulher que representa tantas outras mães brasileiras que transformam perdas em dignidade, lágrimas em firmeza, ausência em memória viva. Ozanete não fala apenas por si, fala com o corpo, com o olhar e com o coração de todas que já amaram além do limite da dor.
Seja qual for o resultado, você representa o verdadeiro significado de ser mulher: amar profundamente, resistir com beleza e seguir dançando, mesmo quando a vida insiste em desafinar.
