Advogada de Flávio relatou “proposta de corrupção” de ex-chefe da CBF
Divulgado pelo STF nesta segunda-feira (15/7), o áudio da reunião em que Jair Bolsonaro teria sido supostamente gravado clandestinamente vai além da discussão do caso das rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em um dos trechos da gravação, um dos participantes do encontro relata um susposta oferta de corrupção feita no começo dos anos de 1990 por Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O caso, que não tem a ver com as rachadinhas de Flávio, foi contado por Juliana Bierrenbach, uma das advogadas do senador, como um causo, após ela saber o ex-ministro Augusto Heleno era amigo de seu pai.
O pai da advogada é o Major José Bonetti, que foi um dos braços-direitos do ex-presidente da Fifa João Havelange (falecido em 2016), ex-sogro de Ricardo Teixeira e um dos grandes cartolas do futebol brasileiro e mundial.
Na gravação, Heleno lembra que Bonetti era um “filho de Havelange”. Juliana, então, lembrou que essa relação terminou justamente no dia em que Teixeira “fez uma proposta de corrupção” ao seu pai.
“Você sabe o que aconteceu, né? (…) Ele era filho do Havelange, até o dia em que o Ricardo Teixeira, no começo dos anos 1990, fez uma proposta de corrupção para o meu pai. Meu pai, italianão de um metro e noventa, subiu em cima da mesa e deu um soco na cara do Ricardo Teixeira. Deu um soco: ‘Tá achando que eu sou moleque?’”, contou a advogada na reunião.
Polêmicas de Teixeira
Teixeira foi banido do futebol pela Fifa em 2019, após acusações de corrupção na Copa do Mundo de 2014. Ele ficou 23 anos no comando da CBF, após entrar no esporte com ajuda de João Havelange.
Ao longo dos anos como presidente da CBF, ele enfrentou diversas denúncias de corrupção. Em 1994, foi acusado de tentar burlar a receita federal no retorno dos Estados Unidos da seleção tetracampeã.
Nos anos 2000, Teixeira enfrentou uma CPI na Câmara dos Deputados para apurar irregularidades nos contratos da instituição com empresas parceiras. A comissão acabou sem um relatório final.
A coluna não conseguiu contato com Ricardo Teixeira para comentar a acusação feita pela advogada de Flávio Bolsonaro. O espaço segue aberto para manifestações.
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