Amiga que emprestou cartão a Michelle Bolsonaro é nomeada por Damares.
Amiga da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Rosimary Cardoso foi nomeada nesta segunda-feira (6/2) como assessora parlamentar no gabinete da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Rosi também é amiga da senadora. As três se conheceram na época em que trabalhavam como assessoras na Câmara dos Deputados.
A coluna do Rodrigo Rangel mostrou, na semana passada, indícios de que Michelle Bolsonaro se beneficiava de “rachadinha”, prática em que o servidor entrega parte do seu salário ao parlamentar que o empregou ou a um padrinho político. Rosi – ou Chuchu, como é chamada por amigos – atuava no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA) desde 2015.
Até o início de 2019, ela ganhava um salário de pouco mais de R$ 6 mil. A mulher viu a remuneração aumentar de forma significativa nos primeiros meses do governo Bolsonaro, indo para R$ 17 mil.
Conforme apurado pela coluna, Rosi passou a enviar para a então primeira-dama “encomendas” regulares – muitas vezes, envelopes cujo conteúdo era possível identificar no tato: dinheiro em espécie. Os pacotes eram buscados por funcionários do Palácio da Alvorada, em carros oficiais da Presidência. Pelas redes sociais, Michelle negou. Procurada pela coluna, Rosi também negou.
Na semana passada, Damares já havia confirmado que Rosi trabalharia em seu gabinete, mas que não seria com o mesmo salário que recebeu até janeiro deste ano.
“O salário que ela tinha lá eu não vou manter, não tenho condições. Vai ser menos. (…) Mas, entre ela ficar desempregada e ficar lá comigo, neste momento ela vai ficar comigo. Pelo menos o básico é garantido”, disse a senadora na sexta-feira (3/2), ressaltando que Chuchu foi uma das primeiras pessoas convidadas por ela para atuar no gabinete após a eleição.
Cartão adicional
Em outra reportagem publicada no último dia 20, a coluna mostrou que Michelle Bolsonaro usava um cartão adicional no nome de Rosimary, situação que consta em investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), sob o comando do ministro Alexandre de Moraes.
Faturas do cartão eram pagas por pessoas da equipe do tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspeito de gerenciar um “caixa paralelo” no Planalto. Questionada na ocasião, a servidora do Senado não quis comentar e disse que falará sobre o assunto quando for informada sobre a investigação.
Já o ex-presidente Bolsonaro afirmou que a ex-primeira-dama usou o cartão de Rosimary porque “não possuía limites de créditos disponíveis”. “A última utilização foi em julho de 2021, cuja fatura resultou em quatrocentos e oito reais e três centavos”, disse em nota.
Metropoles