Aparelho semelhante a um smartwatch detecta infarto em 5 minutos
Cientistas do Sengupta Hospital and Research Institute, na Índia, desenvolveram um dispositivo usado no pulso que pode revolucionar o tratamento de ataques cardíacos ao acelerar o diagnóstico.
De acordo com um estudo publicado recentemente na revista científica European Heart Journal—Digital Health, o acessório semelhante a um smartwatch pode detectar 90% dos ataques cardíacos em cinco minutos, sem a necessidade de um exame de sangue.
“Com este nível de precisão, se você usar este dispositivo e o resultado for positivo, você tem quase certeza de que este paciente pode ser internado para testes de diagnóstico, tratamento e intervenção rápidos”, disse Partho P. Sengupta, principal autor do estudo.
O novo dispositivo usa luz infravermelha através das camadas da pele (transdermicamente) para detectar a presença de troponina, uma proteína encontrada nas células do coração, no sistema sanguíneo. Altos níveis dessa proteína no sangue são indicativos de um ataque cardíaco.
Atualmente, os níveis de troponina já são avaliados em hospitais para diagnóstico de infarto. A ferramenta é especialmente útil para os pacientes que não apresentam alterações no eletrocardiograma (ECG). No entanto, isso tem que ser feito por meio de um exame em hospital.
Em geral, pacientes que chegam ao hospital com dor no peito são avaliados a partir de diversos fatores, incluindo histórico médico, eletrocardiograma e radiografia de tórax. O ECG pode mostrar alterações no ritmo cardíaco associadas a um ataque cardíaco em cerca de 50% dos pacientes. Entretanto, a outra metade deles não apresenta ritmo alterado e necessita de maiores investigações, incluindo a análise da troponina.
O novo método, que ainda precisa ser confirmado em estudos maiores, por ser particularmente útil para detectar ataques cardíacos em cirurgias ou para serviços de emergência que atendem pela primeira vez um paciente com dor no peito. Isso também significa que os pacientes não precisariam esperar que as amostras de sangue fossem enviadas ao laboratório, analisadas e os resultados devolvidos quando chegassem ao hospital.
O Globo