Após 15 anos, Ana Maria Braga vai pagar R$ 45 mil por erro no ‘Mais Você’
Depois de quase 15 anos de uma longa disputa judicial, a apresentadora Ana Maria Braga e a Rede Globo vão pagar uma indenização de R$ 45 mil por um erro de traição no programa “Mais Você”.
Em 2009, Ana Maria Braga leu no programa um texto literário e o atribuiu à escritora Martha Medeiros.
A obra, no entanto, foi da jornalista Lilian Honda, que entrou na Justiça alegando que a apresentadora e a Globo relataram violação de direito autoral.
Além de errar o nome do autor, a emissora trocou o título do texto ao postá-lo no blog do programa. A obra chama-se “Saudades da encoxada na pia”, mas a Globo trocou para “Todo homem sofre de síndrome de Paulo Maluf”.
O texto, uma crônica, trata de uma mulher que foi convidada para visitar a casa de um rapaz e se irrita com a preocupação dele em preparar um bom jantar, “com cara de grande obra”:
“Tem coisa mais irritante do que homem na cozinha?”, diz o texto que termina com a seguinte frase: “Que saudades daquele tempo em que cozinhávamos com um ‘ajudante’ tarado encoxando a gente na pia…”
Ana Maria Braga e a Globo foram condenadas em primeira e em segunda instância, mas apontadas ao longo dos anos uma série de recursos.
À Justiça, disseram que agiram de boa-fé e que foram provocados um erro por publicações na internet. “Não houve qualquer dolo”, afirmaram.
A defesa da Globo declarou ainda que o autor do processo não apresentou provas sobre a paternidade do texto e que a ação judicial era “oportunista”.
“A autora enxergou no eventual equívoco uma clara oportunidade de locupletamento”, disse.
Lilian Honda respondeu à Justiça que a afirmação foi ofensiva e que os direitos autorais são garantidos por lei.
“A própria Martha Medeiros negou ser autora do texto”, disse a jornalista no processo, afirmando que é obrigação da Globo confirmar a prevenção do que veicular.
Em março, a Globo e a apresentadora entraram em acordo com um jornalista, comprometendo-se a pagar os R$ 45 mil. A emissora desistiu de um recurso apresentado ao STJ.
No acordo, homologado pelo juiz Danilo Barioni na semana passada, a emissora diz que o documento não é um reconhecimento de culpa. O texto estabelece uma cláusula de confidencialidade, sob pena de multa.
UOL