Banco do Nordeste quer impulsionar transformação energética na região

O Nordeste é responsável por 82,3% de toda a energia solar e eólica produzida no Brasil. Juntos, os estados da região têm capacidade instalada de quase 30 gigawatts (GW) desses tipos de energia, de acordo com dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Esse número representa mais de 15% da capacidade de produção de energia elétrica instalada no país. Além disso, 78% dos projetos em fase de construção no Brasil ficam na região, representando mais 10 GW de potencial de capacidade de produção de energia limpa.

No País, as fontes renováveis estão em constante crescimento na matriz energética nacional. No primeiro trimestre de 2023, o Brasil registrou, a maior produção de energia limpa dos últimos 12 anos. Nesse contexto, o Banco do Nordeste (BNB) está empenhado em impulsionar essa transformação energética, com os nordestinos desempenhando um papel central nesse processo.

Nos últimos cinco anos, o BNB investiu mais de R$ 30 bilhões em projetos de energia renovável na região. Esses investimentos têm contribuído para impulsionar a adoção de fontes limpas e sustentáveis de energia no Nordeste. Além disso, o banco planeja investir mais R$ 10 bilhões em projetos de energia renovável até o ano de 2023.

De acordo com o presidente do BNB , Paulo Câmara a instituição desempenha um papel “fundamental” na ampliação dos investimentos em energia limpa, e a evolução dos financiamentos para o setor tem sido substancial.

“Os segmentos eólico e solar representam hoje mais de 70% dos créditos do Banco do Nordeste para energia renovável e estão em ex-pansão. Se compararmos o valor contratado nos primeiros meses do ano passado com os desembolsos desse ano, o crescimento é de 25%”, explicou. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mais de 90% da energia gerada e utilizada pela sociedade foi produzida a partir de fontes renováveis – hidráulica, eólica, biomassa e solar.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, nesta quarta-feira (19), o economista Augusto Mikael de Meneses, da cidade de Eusébio, no Ceará, instalou energia solar em sua casa há cerca de um ano. Ele acredita que é importante aproveitar os recursos naturais disponíveis, desde a água até o sol. O economista já tinha um aquecedor solar em sua residência e esperava por uma oportunidade mais acessível para adquirir o sistema de energia solar.

Desde o início, ele considerou o Banco do Nordeste como uma opção confiável devido à sua reputação como uma instituição séria. Para Mikael, escolher uma instituição federal é um validador de qualidade e segurança. Ele sabia que o banco aprovaria apenas empresas sérias, que possuem todas as certificações necessárias para realizar a atividade. Por isso, decidiu buscar financiamento através do Banco do Nordeste.

“As condições comerciais oferecidas pelo Banco do Nordeste são muito favoráveis e, na minha opinião, os processos são fáceis, não tive dificuldade nenhuma de captar recursos através do Banco do Nordeste, é alto explicativo, tenho um pouco de conhecimento, (mas) só é ler que vai conseguir identificar. Outro benefício é a transparência, pois você sabe quanto vai gastar e quanto tempo leva para pagar”.

E completou: “O ganho é em médio prazo. A gente reside no Nordeste, o sol é ao nosso favor, tem dias que castiga um pouco, então a gente tem essa possibilidade de usar essa energia limpa. Além disso, tem a questão do meio ambiente”, concluiu.

Segundo Paulo Câmara, o banco também está com sua atenção voltada ao hidrogênio verde, por ser um dos combustíveis do futuro. Todos esses investimentos visam a mudança de matrizes fósseis para fontes renováveis na geração de energia elétrica no Brasil.

Essa transformação não envolve somente grandes projetos. Pais e mães de família também estão gerando sua própria energia.
“As operações do Banco para financiamento de sistemas para geração de energia solar em residências cresceram 55% de 2021 para o ano passado. A quantidade de clientes que contrataram o crédito passou de 3.428 para 5.335 de um ano para o outro, o que demonstra uma maior busca pela autogeração”, afirmou.

O reflexo disso está nos valores liberados: R$ 133 milhões em 2021 e R$ 184 milhões no ano passado. Alta de 37%. De acordo com o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), área de pesquisa do BNB, a geração de energia solar cresce, em média, desde 2011, 112% ao ano no Brasil.

Para a fonte eólica, esse crescimento é de 40% ao ano. A região Nordeste, pela radiação solar e ventos constantes, desponta como protagonista da mudança da matriz energética do País e concentra a maior parte dos investimentos.

FNE é impulsionador da energia

Quase todas as contratações realizadas pelo Banco do Nordeste (BNB) para geração de energia passam pelos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Mas a demanda é tão crescente que é preciso combinar com outras fontes, explica o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire.

“Os valores que o banco tem em-pregado na melhoria da infraestrutura energética do país vem do diálogo com organismos multilaterais em busca de mais recursos. Assim, temos outras fontes que contribuem, como FI-Infra, Agência Francesa de Desenvolvimento, Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e BNDES”, explicou.

Também é pelo FNE que o BNB tem impulsionado grandes projetos es-tratégicos de infraestrutura energética renovável. “As aplicações utilizando essa fonte de recursos estão fazendo a Região se destacar como um polo promissor para a produção de energia renovável no Brasil. O BNB enxerga esse potencial como uma oportunidade e busca mais fontes para reafirmar seu compromisso em promover o desenvolvimento sustentável do País”, disse Aldemir Freire.

Mini e microgeração de energia

Uma das linhas de crédito oferecidas pelo BNB é a FNE Sol, com a qual o banco financia projetos de mini e microgeração de energia de empresas privadas industriais, agroindustriais, comerciais e de prestação de serviços, além de produtores rurais e pessoas físicas.

A linha de financiamento abrange diversos itens relacionados à energia elétrica fotovoltaica, incluindo componentes, instalação, placas solares, inversores e materiais elétricos. Os juros pré-fixados do produto são a partir de 7,9% ao ano. Ao longo dos últimos cinco anos, o Banco do Nordeste realizou mais de 24,7 mil operações de crédito por meio da FNE Sol, totalizando um investimento superior a R$ 2 bilhões.

“As taxas de juros são o diferencial da FNE Sol. Por contarmos com recursos do Fundo Constitucional, podemos oferecer a nossos clientes as melhores condições de pagamento”, pontuou Aldemir Freire.

tribunadonorte

Postado em 20 de julho de 2023