Bilionário britânico é um dos que estavam a bordo do submarino que sumiu à procura do Titanic

O bilionário britânico Hamish Harding é uma das cinco pessoas a bordo do submarino turístico desaparecido nesta segunda-feira (19), no Oceano Atlântico, enquanto visitava os destroços do Titanic. Ele também já participou de uma viagem de turismo espacial, a bordo da Blue Origin, em 2022. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda nesta segunda-feira, a família do britânico confirmou que Harding fazia parte da tripulação do submarino Titan, da empresa OceanGate Expeditions, que leva turistas em submarinos a desfiladeiros subaquáticos e naufrágios, incluindo o Titanic.

Ao menos outras duas pessoas se encontram bordo da embarcação: Paul-Henry Nargeolet, capitão do submarino, e o diretor e fundador da OceanGate Expeditions, Stockton Rush.

No domingo (18), o bilionário publicou em suas redes sociais que estava orgulhoso em anunciar que faria parte da quinta missão do veículo submersível rumo aos destroços do Titanic.

Harding, que é executivo da empresa de aviação Action Aviation, já viajou para o espaço em 4 de junho do ano anterior, no foguete New Shepard, construído pela empresa Blue Origin de Jeff Bezos. A missão foi transmitida ao vivo.

Voando a 100 quilômetros acima da Terra e cruzando a Linha Karman, que representa o limite do espaço, o foguete em que o biolionário viajou atingiu uma velocidade de 3,5 mil quilômetros por hora, fazendo com que o britânico conseguisse o recorde mundial de circunavegação mais rápida da Terra por uma aeronave.

Como o submarino sumiu?
Segundo a Guarda Costeira dos EUA, a embarcação foi dada como desaparecida na tarde de domingo, quando deveria retornar para o continente. Ela tem uma autonomia de 96 horas (quatro dias) embaixo d’água e perdeu contato com o continente quando estava submergida havia 1h45min. Diante dessas informações, em tese, a data-limite para encontrar o submersível antes que acabe o ar a bordo é na quinta-feira (22).

Embarcações e aviões canadenses e norte-americanos participam da busca, restrita a uma área a 1,4 mil quilômetros da costa de Massachussetts e a uma profundidade de quase 4 mil metros. A busca conta com dois aviões C130, dois americanos e um canadense, e um submarino canadense P8.

As buscas estão sendo realizadas tanto sob a água, com bóias sonares e o próprio sonar no navio da expedição, quanto na superfície, caso o submersível emergisse e perdesse as comunicações, com o auxílio de aeronaves e embarcações de superfície. A Guarda Costeira está coordenando tanto com as autoridades canadenses quanto com barcos comerciais na área para obter ajuda.

— Estamos fazendo de tudo para aproveitar o tempo da melhor maneira possível. É uma área remota e é um desafio conduzir uma busca nessas condições, mas estamos empregando todos os meios possíveis para encontrar a embarcação e as pessoas a bordo — disse o porta-voz da Guarda Costeira, almirante John Mauger.

Como funcionava o passeio?
Os mergulhos duram cerca de oito horas, incluindo as 2 horas e meia estimadas em cada trecho para descer e subir. Cientistas e historiadores fornecem contexto sobre a viagem e alguns realizam pesquisas no local, que se tornou um recife que abriga muitos organismos.

A equipe também documenta os destroços com câmeras de alta definição para monitorar sua deterioração e capturá-los em detalhes. Rush disse que a alta qualidade da filmagem permitiu que os pesquisadores olhassem ainda mais de perto o local sem ter que ir debaixo d’água.

Como funciona o submarino?

O submersível que desapareceu é o Titan, da empresa privada de turismo OceanGate Expeditions, que coloca submersíveis para expedições em alto mar. A empresa disse à BBC que “está explorando todas as opções para trazer a tripulação de volta com segurança”.

“Todo o nosso foco está nos tripulantes do submersível e suas famílias.”, complementou em nota.

O Titan geralmente carrega um piloto, três clientes e um funcionário que a empresa chama de “especialista em conteúdo”. O submarino tem 96 horas de suporte de vida disponível para uma tripulação de cinco pessoas.

Pequenos submersíveis costumam levar turistas para ver de perto os destroços do Titanic, que está a cerca de 3,8 mil metros abaixo da superfície do oceano. Esse tipo de embarcação pode acomodar até cinco pessoas, segundo a OceanGate, a empresa responsável pela viagem.

O site da empresa traça um roteiro de oito dias para a viagem, partindo da cidade de St. John’s, no Canadá, até o local da Naufrágio do Titanic. A página também descreve um grau de treinamento para os clientes da empresa, dizendo que eles recebem “uma orientação da embarcação e instruções de segurança” e estão familiarizados com “os procedimentos de segurança da embarcação”.

A empresa disse que não exigem dos clientes nenhuma experiência anterior de mergulho, mas que existem alguns requisitos físicos, como poder embarcar em pequenos barcos em mares ativos.

gzh

Postado em 20 de junho de 2023