Bolsonaristas são chamados de traidores, reagem e abrem crise na base de Tarcísio
Deputados da base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se revoltaram com uma mensagem atribuída a um membro do governo influente o grupo de parlamentares de traidor.
A confusão, que abre uma crise na base governista, ocorre em meio à discussão de projeto para o aumento salarial para policiais enviados à Assembleia Legislativa por Tarcísio.
Deputados foram acomodados com o artigo que aumenta o valor de contribuição de aposentados . A bancada da bala teve que dar explicação aos seus candidatos e se reuniu com o governador, que prometeu alterar a medida .
A origem da nova crise está em uma mensagem atribuída a um assessor da SSP (Secretaria da Segurança Pública) na qual acusa a base de Tarcísio de traidora.
“O Governo foi traído pela Base na Alesp [Assembleia Legislativa], o único lugar ele tinha certeza que o apoiaria até a morte. Primeiro ano de governo, o Tarcísio está pagando os 20% do Doria (a conta ficou pra ele) e dando mais 20,2%!”, diz a mensagem que circula entre deputados.
O texto ao qual a reportagem teve acesso afirma ainda que o governador iria retirar o projeto e dar somente a concessão inflacionária. “Tks a todos pelo apoio, mas acho que perdemos… agradeçam nossa base parlamentar e nossas associações.”
Os bolsonaristas elogiaram Tarcísio, mas reagiram no plenário da Alesp nesta terça (9).
“Recebemos hoje muito consternados uma mensagem, como já disse aqui, de um assessor da Secretaria de Segurança acusando a base do governo de traição, nos chamados de traidores”, disse o deputado Lucas Bove (PL ) .
O parlamentar acompanhou o tal assessor a sintonizar “do ar-condicionado” do gabinete a TV Alesp para acompanhar discursos exaltando a atitude do governador Tarcísio. Afirmou ainda que o objetivo da bancada é melhorar o “ótimo projeto” trazido pelo governador.
Entidades que aguardam têm feito forte pressão sobre os deputados, principalmente aqueles ligados à chamada bancada da bala.
Gil Diniz (PL), um dos deputados mais próximos da família Bolsonaro , foi outro que citou o fato, enquanto presidia a sessão, e reagiu.
“Podem vaiar à vontade. Mas são esses [deputados] que estão tentando a todo custo [defensor os policiais], inclusive sendo chamados por assessor de secretário de traidores. deputados”, disse.
Outro bolsonarista, Major Meca (PL) também citou a mensagem, mas afirmou que não acredita que Tarcísio aposente o projeto da Alesp. Meca se justificou ao público presente na Alesp afirmando que o grupo foi até o governador levar reivindicações.
“Nós nos unimos num grupo de deputados para que nós não entrássemos nessa onda, que muitos querem fazer, de pichar o governador Tarcísio de Freitas”, disse, acrescentando discordar de pontos da tabela apresentada na lei.
Uma reportagem procurou o governador Tarcísio sobre o assunto, que enfatizou que o projeto entregue “propõe reajuste salarial superior a 20% para as carreiras das forças de Segurança Pública de São Paulo”.
“O índice proposto é significativamente superior à acumulada no período, segundo o IPCA. A gestão atual reitera sua intenção de oferecer aumento real aos aspiradores no primeiro ano de governo e que o projeto segue na Alesp para a análise dos deputados”, diz a gestão, em nota.
Os deputados de oposição aproveitaram para criticar o governo pelo assunto.
“O governador para mandar o projeto para cá não conversou com os deputados ligados à segurança pública, não conversou com os deputados ligados à segurança pública, não conversou com líderes de partidos, associações de classe”, disse Luiz Marcolino (PT ) .
Folha de SP