Bolsonaro é plano A e B para presidente em 2026, diz Flávio
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o plano da direita é lançar seu pai candidato em 2026, podendo ou não ser eleito. Hoje, ele está inelegível.
“Nosso plano A é Jair Bolsonaro e o nosso plano B é seguir o plano A. Espero sinceramente que em algum momento o STF volte a cumprir a Constituição“, disse em entrevista ao Poder360.
Isso significa que Bolsonaro deve ser candidato até que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgue sua candidatura improcedente. Depois, alguém ungido por ele assumiria em seu lugar. O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou estratégia semelhante em 2018. Seu vice era o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele assumiu a candidatura uma vez que Lula foi barrado.
Segundo o senador, o grupo político liderado pelo seu pai está mobilizado para que ele volte a poder ser candidato. Eis os principais pilares da estratégia para Bolsonaro concorrer:
opinião pública – massificar o argumento de que Bolsonaro seria um preso político;
Congresso – tentar passar uma anistia para o ex-presidente;
pressão externa – o presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano), como principal fator.
Flávio tem 43 anos e está em seu 1º mandato como senador pelo Rio de Janeiro. Antes, foi deputado estadual. Dos 3 filho de Bolsonaro com mandato, Flávio é o que melhor exerce o papel de negociador político.
Segundo ele, a negociação para apoiar a candidatura do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para presidente do Senado envolveu 4 posições na Casa:
1º vice-presidente – Eduardo Gomes (PL-TO);
Comissão de Infraestrutura – Marcos Rogério (PL-RO);
Comissão a ser definida – bancada ainda discute;
Relator do orçamento – vai dar a versão final ao Orçamento de 2026, quando Lula deve tentar se reeleger.
“Já fizemos a nossa parte, marcamos posição na eleição anterior quando lançamos Rogério Marinho contra Rodrigo Pacheco e fomos derrotados. E a consequência prática foi que ficamos sem espaço na mesa diretora, sem presidências de comissões temáticas e tivemos poucos instrumentos para fazer oposição mais robusta”, disse.
Leia trechos da entrevista:
Poder360 – Seu pai está inelegível, mas se mantém como o nome mais popular da direita. Qual a estratégia da família Bolsonaro para as eleições de 2026?
Flávio Bolsonaro – É um julgamento político. Ele está sendo perseguido e condenado por questões pessoais. Nossa estratégia é mostrar à população o porquê que ele está inelegível. Basicamente porque fez uma reunião com embaixadores. Enquanto presidente, ele fez excesso de democracia, juntou milhões de pessoas na Esplanada dos Ministérios. Parecia uma plantação de girassóis as fotos do 7 de setembro. Aí ele foi condenado por abuso do poder político. Somos nós que estamos defendendo a democracia, a Constituição, ao contrário de alguns poucos da cúpula do Judiciário em nome de uma suposta defesa da democracia. É um falso discurso em alinhamento com o atual presidente. A população começa a enxergar. Não por acaso há pesquisas colocando Bolsonaro na frente numericamente do atual presidente. Não apenas pelo governo horroroso que ele vem fazendo baseado em taxar o contribuinte e prejudicar os trabalhadores. PT é ‘partido dos taxadores’, representado pelo ministro Haddad, alcunha ‘Taxad’. E agora começa a comparação entre governos. Ao comparar Bolsonaro, mesmo com a pandemia, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia e a maior crise hídrica dos últimos 90 anos, os números são melhores. Acredito que o cenário político mude e o Congresso garanta que o presidente Bolsonaro esteja em condições de ser candidato em 2026. Eu não tenho dúvida de que, se isso acontecer, ele será eleito.
Não há perspectiva no momento de uma reversão da condenação.
Se mantiverem essa covardia, não apenas contra Bolsonaro, como contra diversos outros que o apoiam, muitos com potencial de serem candidatos, não tenho dúvida que o povo vai continuar preocupado e a efervescência política vai persistir. Especialmente se tivermos uma eleição sem o presidente Bolsonaro nas urnas. Não seremos uma democracia. Seremos como outros na América do Sul que tentam aniquilar a oposição, deixá-los inelegíveis ou prendê-los. O Brasil está caminhando nessa linha. Buscamos a pacificação, o que não acontece por parte daqueles que têm a caneta e estão usando o aparelho público para perseguir os opositores de Lula. Acredito que a situação do presidente Bolsonaro possa se reverter, seja pelo Congresso, seja pela mudança das circunstâncias políticas, e obviamente há a possibilidade de alguma posição fora do Brasil, como já começa a acontecer nos Estados Unidos.
A estratégia para a volta de Bolsonaro passa pelo convencimento da opinião pública, do Congresso e talvez um auxílio de Trump e do imponderável?
É essa estratégia. Nosso plano A é Jair Bolsonaro e o nosso plano B é seguir o plano A. Espero sinceramente que em algum momento o STF volte a cumprir a Constituição.
Poder 360