Bolsonaro permanece em Brasília e articula ações com aliados após novas medidas do STF

Postado em 21 de julho de 2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), monitorado por tornozeleira eletrônica desde sexta-feira 18, passou o fim de semana em sua residência em Brasília. Mesmo sem receber visitas, Bolsonaro manteve contato telefônico com aliados políticos, incluindo o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PP), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o pastor Silas Malafaia.

Durante as conversas, foi definida a necessidade de manter a atuação da bancada de oposição, apesar do recesso parlamentar. Bolsonaro deve participar nesta segunda-feira 22 de uma entrevista coletiva no Congresso Nacional, ao lado de parlamentares do PL e do Novo. A pauta envolve a resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que impôs restrições ao ex-presidente, incluindo a proibição de contato com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho.

A reunião entre os parlamentares pretende organizar ações durante o período de recesso. Mesmo sem sessões deliberativas previstas, deputados e senadores afirmam que continuarão promovendo encontros e manifestações públicas.

De acordo com o deputado Sóstenes Cavalcante: “Vamos receber ao menos 47 parlamentares. À tarde, vamos fazer uma coletiva, que contará com a presença de Bolsonaro. Queremos manter as atividades das Comissões de Relações Exteriores e Segurança da Câmara. Não há nada no regimento que proíba reuniões temáticas. É importante lembrar que estamos em recesso informal, já que não votamos a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Se nos impedirem de nos reunirmos no plenário, alugamos uma caixa de som e faremos um ato público”, afirmou.

A oposição solicitou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a suspensão do recesso. O pedido foi negado. Alcolumbre confirmou que as atividades no Congresso Nacional só serão retomadas em 4 de agosto, conforme o cronograma previsto.

Parlamentares contrários à decisão do STF argumentam que as medidas atingem diretamente o funcionamento do Legislativo. Eles alegam que a convocação de reuniões durante o recesso tem como objetivo discutir possíveis ações legislativas em resposta ao que chamam de interferência do Judiciário.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder da legenda no Senado, falou em perseguição. “Perseguição explícita a opositores do governo, censura, restrições às liberdades, violação ao devido processo legal e, sobretudo, um Congresso anulado nas suas funções legislativas e subjugado por outro Poder, no caso, o Judiciário”, declarou.

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