Bolsonaro tentou romper tornozeleira e tinha intenção de fuga, diz Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22), em Brasília, após ordem de prisão preventiva autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão atende a um pedido da Polícia Federal, que apontou que Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica durante a madrugada para “garantir êxito em sua fuga”, segundo despacho do STF.
Tentativa de remover a tornozeleira
De acordo com informações divulgadas pelo Supremo, por volta da meia-noite deste sábado Bolsonaro teria tentado retirar o dispositivo de monitoramento eletrônico, medida que reforçou o entendimento da PF sobre risco de fuga e necessidade da prisão preventiva.
Cumprimento da ordem judicial
A detenção ocorreu na residência do ex-presidente, localizada em um condomínio no Jardim Botânico, área nobre da capital federal. Viaturas descaracterizadas chegaram ao local ainda de madrugada, e Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal, onde desembarcou por volta das 6h35.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que a prisão fosse cumprida sem algemas e sem exposição pública do ex-chefe do Executivo.
Motivação adicional: vigília convocada por Flávio Bolsonaro
Fontes da Polícia Federal afirmam que uma vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente ao condomínio onde o pai mora, também influenciou o pedido de prisão, por risco de tumulto, confronto e possível obstrução do trabalho policial.
Exame de corpo de delito e transferência
Após a prisão, Bolsonaro passou por exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF, procedimento padrão em casos de detenção.
Ele deve ser mantido em uma cela especial temporária preparada pela PF no Distrito Federal para autoridades com prerrogativa de recolhimento.
Como é a cela onde Bolsonaro deve ficar
O espaço, localizado no térreo da Superintendência da PF no Setor Policial Sul, é uma sala adaptada semelhante à utilizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2018 e 2019, em Curitiba.
A sala conta com:
- Banheiro reservado
- Cama
- Mesa de trabalho
- Cadeira
- Televisão
A custódia é individual, sem contato com outros detentos, seguindo padrão usado também no caso do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
A PF informou que o ambiente não foi preparado especificamente para Bolsonaro, mas que já estava disponível para atender possíveis ordens de prisão preventiva.
Prisão preventiva não é cumprimento da pena
A Polícia Federal reforça que a prisão é preventiva, ou seja, não corresponde à execução da pena de 27 anos e três meses imposta pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Esse cumprimento só ocorreria após o trânsito em julgado.
CNN
