Brasil deve recuperar certificado de eliminação do sarampo
Há um ano sem nenhum caso novo de sarampo diagnosticado, o Brasil deve recuperar, nos próximos meses, o certificado de eliminação da doença. A afirmação foi feita pelo diretor da Organização Pan-Americana de Saúde, Jarbas Barbosa. O país recebeu certificado de eliminação do sarampo em 2016 da Organização Mundial da Saúde, mas acabou perdendo, devido a um surto da doença, explica Jarbas Barbosa.
“Graças às vacinas nós conseguimos eliminar doenças e nisso as Américas têm tido um papel de liderança importante no mundo. Tivemos a primeira região do mundo a ter o Certificado Regional de Eliminação do Sarampo, que está suspenso desde 2018, porque tivemos um surto no Brasil e um surto na Venezuela. O surto na Venezuela já foi controlado, o Brasil já se encontra há um ano sem nenhum caso novo diagnosticado, o que nos permite também ter uma esperança muito grande de que nos próximos meses a comissão de verificação possa certificar novamente o Brasil e nós voltemos a ter o status de região livre do sarampo.”
O sarampo pode ser evitado com a imunização da população. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que, desde 2016, o Brasil enfrenta o fenômeno da hesitação vacinal, com campanhas de desinformação que fazem com que a população deixe de buscar a imunização e a cobertura vacinal caia. A ministra destaca o trabalho que tem sido realizado junto a sociedade no combate às notícias falsas.
“Nós instituímos essa plataforma, Saúde Com Ciência, como uma estratégia de governo interministerial para poder esclarecer a população e também identificar práticas criminosas, de desinformação, de disseminação de notícias falsas e que, portanto, fere o princípio também da democracia que é a proteção coletiva, que é o direito de todos à saúde.”
Segundo Jarbas Barbosa, também é preciso adotar outras medidas para ampliar o alcance da vacinação, como sensibilizar os profissionais de saúde, monitorar as coberturas vacinais e ampliar a oferta em alguns lugares, identificando as barreiras da vacinação.
“Eu creio que iniciativas cada vez mais precisam ser feitas para que nós possamos identificar bairro por bairro, trabalhar não com a média de cobertura de uma cidade, a média de cobertura da cidade do Rio de Janeiro não nos conta nada. Porque a média pode ser adequada, mas nós temos em várias áreas do Rio de Janeiro uma cobertura muito baixa. Então ter novos sistemas de informação, analisar os dados e identificar as barreiras e adotar estratégias para superar essas barreiras também, eu creio, que fazem parte desse processo de fortalecimento da vacinação.”
ebc