Brasil não terá horário de verão em 2024, mesmo com recomendação do ONS
O governo brasileiro decidiu não implementar o horário de verão em 2024, mesmo após a recomendação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) devido à estiagem que afeta o país. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que, apesar da seca severa, as medidas já adotadas, como a redução da vazão em hidrelétricas, garantiram que os níveis dos reservatórios estão adequados para essa decisão. Silveira também comentou que a adoção do horário de verão neste momento teria um custo-benefício limitado, uma vez que sua eficácia máxima ocorreria até meados de novembro.
O ONS havia estimado que a mudança poderia resultar em uma diminuição da demanda máxima de energia em até 2,9%, o que representaria uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro. A questão do horário de verão é polêmica e gera divisões entre diferentes setores da economia. Enquanto o comércio e o turismo poderiam se beneficiar da medida, a aviação enfrentaria dificuldades para se adaptar. A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) manifestou satisfação com a decisão do governo, enfatizando a importância de ter previsibilidade para a comercialização de passagens aéreas.
Pesquisas recentes mostram que o apoio à implementação do horário de verão está em seu ponto mais baixo desde 2017, com 47% da população a favor e 47% contra. O horário de verão foi introduzido no Brasil em 1931 e, após diversas alterações ao longo dos anos, foi abolido em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que justificou sua decisão com base nas mudanças nos padrões de consumo de energia.
Jovem Pan