Calor extremo aumenta mortalidade em 50% entre idosos, aponta estudo
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Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) revela que as altas temperaturas no Rio de Janeiro estão diretamente relacionadas ao aumento da mortalidade, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas como diabetes, hipertensão, Alzheimer, insuficiência renal e infecções do trato urinário.
A pesquisa analisou dados conforme os Níveis de Calor (NC) do protocolo da Prefeitura do Rio, que variam de 1 a 5. No NC 4, quando a temperatura ultrapassa 40°C por quatro horas ou mais, a mortalidade por doenças crônicas entre idosos aumenta 50%. No NC 5, com índice de calor igual ou superior a 44°C por duas horas, o risco é ainda maior e se agrava conforme a duração da exposição.
“O estudo confirma que, nesses níveis extremos, o risco à saúde é real”, afirma João Henrique de Araujo Morais, autor da pesquisa. Ele destaca que populações vulneráveis, como idosos, crianças, trabalhadores expostos ao sol e moradores de rua, são as mais afetadas.
A pesquisa propõe uma métrica inovadora, a Área de Exposição ao Calor (AEC), que considera o tempo de exposição ao calor intenso. Para idosos, uma AEC de 64°Ch aumenta o risco de morte por causas naturais em 50%, enquanto uma AEC de 91,2°Ch dobra o risco.
Calor excessivo
O estudo compara dois dias: em 12 de janeiro de 2020, o índice de calor foi de 32,69°C, com AEC de 2,7°Ch. Já em 7 de outubro de 2023, o índice foi de 32,51°C, mas a AEC atingiu 55,3°Ch, 20 vezes maior, devido à duração prolongada do calor.
“Ao considerar apenas médias ou máximas, podemos subestimar dias anormalmente quentes. A métrica AEC identifica isso e pode ser usada para definir protocolos de adaptação ao calor”, explica Morais.
O estudo reforça a necessidade de medidas como pontos de hidratação, resfriamento e adaptação de atividades de trabalho, especialmente em níveis críticos de calor. “Ações como as do Protocolo de Calor do Rio devem ser difundidas para proteger a saúde da população, principalmente dos mais vulneráveis”, conclui o pesquisador.
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