O quarto episódio da série “O Futuro da Energia” mostra o potencial dos ventos como fonte de energia e riqueza. O gigante dos ventos, o estado nordestino do Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica do Brasil.
A produção de energia eólica no Brasil
Os ventos são a segunda maior fonte de geração de energia elétrica do país. Só ficam atrás das hidrelétricas. O investimento em parques eólicos cresce a cada ano. Em 2022, a energia gerada pelo vento representou 26 milhões de toneladas de CO2 a menos no ambiente.
O Brasil tem hoje 940 parques eólicos, mais de 10 mil aerogeradores como esses e outros tantos em fase de testes. Todos no continente. Em terra firme, o caminho já está bem sedimentado. O desafio agora é capturar a força dos ventos em alto mar.
Comparação com outros países
No mar do Norte, na Noruega, a energia eólica off-shore já é realidade. O maior parque eólico flutuante do mundo gera eletricidade para campos de petróleo e gás. Produz o equivalente a energia eólica do Rio Grande do Norte.
“É uma nova fronteira que garantirá a segurança energética, numa transição energética justa, pra que a gente explore todo esse nosso litoral que tem um potencial absurdo. Essa boia aqui que pesa 7 toneladas é uma peça fundamental num projeto pioneiro pra desenvolver a energia eólica offshore no Brasil. Durante 3 anos, ela vai estar no mar, a 20 km aqui da Costa do Rio Grande do Norte e vai medir todas as variações tanto do oceano como do vento”, diz Antonio Medeiros, coordenador de pesquisa do Instituto Senado de Inovação e Energias Renovadas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) atendeu em média quase 50 casos de pacientes baleados por dia, conforme revelou um estudo de 2022 do Instituto Sou da Paz. Foram 17,1 mil internações de baleados em hospitais públicos do país. Os impactos financeiros desse cenário são expressivos, já que o custo gasto nesses atendimentos poderia realizar um milhão de mamografias.
No estado do Rio de Janeiro, onde a complexidade dos casos é elevada, o custo médio diário para tratar um paciente baleado em hospitais chega a R$ 2,3 mil.
Os dispêndios associados a esses casos variam conforme a gravidade, a complexidade dos procedimentos necessários e a duração da internação. No ano, a Secretaria Estadual de Saúde já despendeu mais de R$ 19,7 milhões nesse tipo de atendimento, montante que seria suficiente para realizar 4,6 milhões de hemogramas completos.
A situação reflete não apenas uma carga financeira considerável, mas também coloca uma pressão significativa sobre os hospitais públicos, que enfrentam uma sobrecarga decorrente da crescente onda de violência. O atendimento a vítimas de tiros exige a intervenção de, pelo menos, sete profissionais de saúde, os quais precisam tomar decisões rápidas e precisas.
“Em média, uma internação por arma de fogo custa três vezes mais que uma internação provocada por outros problemas de saúde”, explica Cristina Neme, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz.
Um exemplo ilustrativo desse cenário é o relato de um paciente que, após ser intubado, passou por uma transfusão de sangue e foi encaminhado ao centro cirúrgico, mas não resistiu. Quando um tiro atinge a cabeça de uma pessoa, as chances de sobrevivência são mínimas, especialmente sem sequelas.
Este trágico episódio não apenas evidencia a urgência das intervenções médicas, mas também ressalta a natureza crítica e desafiadora do atendimento a vítimas de violência armada, que impõe um fardo significativo aos recursos e profissionais de saúde envolvidos.
O aplicativo “Celular Seguro”, anunciado pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappeli, estará disponível nas lojas virtuais em celulares e computadores a partir desta terça-feira (19). A iniciativa visa, quase de forma imediata, inutilizar celulares furtados ou roubados. A plataforma permitirá que o usuário cadastre seu celular e, em caso de furto ou roubo, a linha telefônica seja bloqueada imediatamente por meio de outro aparelho celular ou computador previamente cadastrados.
A iniciativa se deu por meio de uma parceria com a Anatel, Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e ABR Telecom, empresa responsável por receber informações dos usuários para bloqueio da linha em até um dia útil após a denúncia.
Bancos como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Inter, Sicredi e Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) também são parceiros.
Um dos objetivos da plataforma é diminuir os índices de roubo no estado de São Paulo, além de agilizar os processos quando o aparelho é furtado. Contudo, o “Celular Seguro” não substitui a comunicação dos usuários com autoridades policiais, operadores de telefonia e instituições financeiras.
Ricardo Cappeli comemorou o lançamento em suas redes sociais: “Vamos lançar uma iniciativa que transformará os celulares roubados num pedaço de metal inútil… Ninguém aguenta após ter o celular roubado ou furtado ficar na central de atendimento tentando fazer o registro. ”
Há duas semanas, o Fantástico mostrou que influenciadores chegaram a ser presos por promoverem o “Jogo do Tigrinho”, um game ilegal que fez vítimas perderem dinheiro em todo país, e neste domingo (17), detalha, com exclusividade, uma investigação realizada em São Paulo sobre o “Jogo do Aviãozinho”.
Uma única plataforma digital teve mais de R$ 100 milhões bloqueados pela Justiça e a polícia reuniu indícios de que apostadores não recebiam os prêmios.
O Crash, conhecido como “Jogo do Aviãozinho”, é um dos principais da plataforma Blaze. Assim que o avião começa a voar, o valor da premiação vai aumentando e o apostador tem que decidir a hora de parar o voo – se antes surgir a palavra Crashed, a aposta está perdida.
O jogo, assim como outros oferecidos pela Blaze, é ilegal no Brasil. As punições para a prática podem atingir empresas, apostadores e quem faz a divulgação – vários influenciadores em redes sociais.
A polícia de São Paulo começou a investigação sobre a Blaze depois que apostadores começaram a denunciar que prêmios mais altos não eram pagos pela plataforma, o que leva à suspeita de estelionato.
“Eu cheguei a ganhar muito dinheiro, mais de R$ 100 mil. Eu consegui sacar R$ 20 mil. O resto ficou tudo lá ficou lá. E era uma manipulação atrás da outra”, conta uma das vítimas.
Paulo Gustavo Gonet Branco assume o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta segunda-feira, 18, com uma série de desafios: assumir processos sensíveis no Supremo Tribunal Federal (STF), que miram o ex-presidente Jair Bolsonaroe o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva; lidar com o rescaldo de tensões entre oMinistério Público Federale a Suprema Corte; atuar nos mais de mil processos sobre os atos de 8 de janeiro; e ainda se posicionar ante cobranças de transparência no órgão.
Gonet foi aprovado como próximo PGR com um placar folgado no Senado – 65 dos 77 parlamentares votaram a favor do nome do subprocurador-geral da República. A votação se deu após Gonet enfrentar uma sabatina de 10 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ao lado do ministro Flávio Dino, aprovado como próximo ministro do Supremo Tribunal Federal.
Desde a saída de Augusto Aras da PGR, o órgão é chefiado por Elizeta Ramos e vive um período de “transição”. Integrantes do MPF ouvidos reservadamente pelo Estadão apontam similaridades entre o perfil de trabalho de Gonet e de Aras, com um perfil considerado mais “clássico”, de atuação “parecerística” e mais reativa e processual. De outro lado, anteveem uma possível mudança em razão do perfil pessoal do subprocurador, considerado muito acessível, conciliador e de facilidade no trato.
Um dos desafios que o novo procurador-geral da República deve enfrentar está ligado diretamente com o teor da relação mantida entre Aras e o Supremo, com alguns pontos de tensão. Durante seu mandato, o ex-PGR chegou a ser cobrado por ministros da Cote máxima com relação a manifestações sobre processos que tramitam no STF, especialmente com relação aqueles que atingem o governo Bolsonaro.
Gonet vai atuar nas investigações que atingem o ex-presidente tanto em casos ligados à conduta do ex-chefe do Executivo, como nas apurações sobre as doações via Pix feitas a Bolsonaro. Também deve dar pareceres sobre oinquérito das milícias digitais, que abarca uma série de frentes de apuração como a das supostasfraudes no cartão de vacinação do ex-presidente e as tentativas de venda das joias sauditas. Nessa esfera, também vai se manifestar sobre a delação do ex-ajudante de ordens coronel Mauro Cid.
De outro lado, o subprocurador-geral vai atuar nos autos da Operação Benesse que mira uma suposta quadrilha responsável por fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, é um dos investigados.
Agora como PGR, Gonet também vai ter de lidar com os processos ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro. Atualmente, quem cuida das investigações sobre a intentona golpista é o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GCAA). Coordenado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, o grupo já apresentou 1,4 mil denúncias e também analisa a possibilidade de réus fecharem acordos de não persecução penal com o MPF. Há ainda as investigações sobre a omissão de autoridades ante ao levante golpista.
Gonet também deve enfrentar desafios como presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, o Conselhão. O órgão recentemente baixou uma resolução que exige que todo cidadão se identifique para acessar dados sobre a remuneração de promotores, procuradores e servidores do órgão, a pretexto de suposta “garantia da segurança e da vedação ao anonimato”. Entidades já cobram do novo PGR um compromisso com a promoção da transparência no MP, com a condenação pública da aprovação da medida, assim como a adoção de medidas para revogação da mesma.
Como mostrou o Estadão,um ato assinado, na última semana, por Elizeta Ramos, elevou para até R$ 10 mil o valor de auxílio-moradiapara os membros do Ministério Público da União (MPU), que incluem procuradores da República e também promotores do Distrito Federal. Procurada, a Procuradoria-Geral da República diz que o benefício não é pago para todos os integrantes do MPU e é apenas temporário para quem exerce a função fora de seu domicílio.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), comemorou a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Para ele, esta sexta-feira (15/12) ficou marcada como uma data histórica para o país, que esperou 30 anos para resolver a questão
Haddad ligou para o relator da proposta na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Senado, senador Eduardo Braga (MDB-AM), para agradecer o trabalho realizado por eles para aprovação do texto.
“Acabei de falar com os dois relatores, sei que o presidente Lula também já ligou para os dois relatores, e vai ligar para os presidentes das duas Casas. É um dia importante”, celebrou o ministro.
A reforma foi aprovada após os deputados realizarem alterações na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado Federal. Haddad destacou que a alíquota-base deve permanecer em torno de 27,5%, mas o índice ainda será analisado pelo Ministério da Fazenda.
“A alíquota-base está em torno 27,5%, tudo tem impacto, mas houve supressões também, como no setor de saneamento. Na Câmara, houve revisão em relação ao Senado, vamos recalcular o impacto, mas vai variar em torno disso”, adiantou o ministro.
A expectativa de Fernando Haddad é de que o texto seja promulgado ainda este ano, para que o governo federal apresente no início de 2024 as leis complementares que vão estabelecer os parâmetros da reforma tributária.
“Quanto mais eficientes formos na transição, quanto menor for a sonegação, maior a transparência. Tudo vai concorrer para a alíquota-padrão ser menor. Todo o governo vai ter de rever as exceções previstas pela reforma. Elas vão ter de passar pelo teste da realidade. Se elas não se justificarem, vão ser revistas em benefício de uma alíquota-padrão menor. Até nisso a reforma tributária foi sensata”, completou o ministro.
Reforma tributária A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta sexta, a reforma tributária. No primeiro turno, o texto teve 371 votos a favor e 121 contra. No segundo turno, o placar foi de 365 a 118.
A proposta foi discutida ao longo dos últimos 30 anos, por diferentes governos, mas nunca houve um movimento para garantir a atualização do sistema tributário brasileiro.
O principal ponto da reforma tributária prevê transformar cinco impostos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em três — Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). Cada novo tributo terá um período de transição.
Mais uma vez, Lula tentou acenar para o público evangálico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na tarde desta sexta-feira (15) do evento da entrega obra da rodovia Contorno do Mestre Álvaro, no Espírito Santo. Na ocasião, ele tentou rebater críticas de cristãos contra ele e afirmou: “Se tem um cara nesse país que acredita em Deus, é esse que está vos falando aqui”.
O petista também aproveitou para contar a história da sua infância pobre e concluiu que somente Deus poderia ter agido para que ele sobrevivesse e se tornasse o presidente da República.
Em seu discurso, Lula mais uma vez criticou o tal “discurso de ódio” de seus opositores. “A gente vai provar que o que resolve o problema de um povo não é a instigação do ódio utilizando a boa fé do povo evangélico para mentir dizendo que a gente ia fechar igreja, dizendo que a gente ia fazer banheiro unissex”.
O evento Ao lado do deputado federal Helder Salomão (PT), o senador Fabiano Contarato (PT) e o ministro dos Transportes, Renan Filho, Lula foi rceebido pelo governador do ES, Renato Casagrande (PSB).
O evento era a inauguração da Rodovia do Contorno do Mestre Álvaro, na Serra, Grande Vitória. O contorno é parte da BR-101. A etapa de finalização da rodovia foi uma das obras contempladas no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Natal movimenta o comércio de rua em todo o país, levando mais de 132,9 milhões de consumidores às compras. Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas apontou que o feriado deste ano deve injetar R$ 74,6 bilhões na economia. De acordo com a pesquisa, os principais presenteados serão os filhos (60%), seguidos da mãe (48%), cônjuge (44%) e irmão (28%). Além disso, 64% pretendem comprar presentes para si mesmo, porcentagem que representa 104,6 milhões de pessoas. Em média, os consumidores pretendem comprar 4 presentes no Natal e o ticket médio será de R$ 138.
O Instituto Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Natal), realizou, no início desta semana, pesquisa de preço dos combustíveis nas quatro zonas administrativas da capital potiguar. O levantamento identificou um aumento de R$ 0,51 no preço da gasolina comum. O preço médio para o consumidor na bomba foi de R$ 5,95, após reajuste das distribuidoras na gasolina tipo A e no diesel tipo A. Este reajuste, em termos percentuais foi de 9,40%. Para o diesel comum e aditivado foi encontrada uma variação de -0,42% e -0,03%, respectivamente.
De acordo com o Procon Natal, o aumento também foi observado no preço do etanol encontrado com um preço médio de R$ 4,44, e em novembro o custo para o consumidor era de R$ 4,28. O gás veicular, teve o preço médio do metro cúbico em novembro de R$ 4,76 e neste mês, a pesquisa identificou uma ligeira redução no preço de R$ 0,01.
Mesmo com o aumento encontrado esse mês, a pesquisa identificou preços que se destacam em alguns postos pesquisados. Segundo o Procon Natal, a variação entre o maior e o menor chegou a 36,64% no etanol. A gasolina comum estava sendo vendida com seu menor preço de R$ 5,07 e foi encontrada na região oeste, no bairro de Cidade Nova. Com o diesel também foi observada essa distinção nos preços sendo o menor de R$ 5,48 na região oeste no bairro de Cidade Nova e o maior preço de 6,38 na região sul no bairro de Candelária.
De acordo com o Procon Natal, o bairro de Cidade da Esperança, região Oeste, apresenta um preço de R$ 5,64, enquanto que em Ribeira, Redinha e Lagoa Seca, o valor mais elevado identificado é de R$ 5,95.
O Procon Natal acompanhou o preço médio dos combustíveis na capital durante todo o ano, mostrando aos consumidores as variações e seus percentuais. No levantamento de preço que este órgão acompanhou durante o ano identificou também os maiores e menores preços no período. A gasolina comum, por exemplo, teve seu maior preço de R$ 6,15 no mês de setembro e o mês com o menor preço foi em janeiro com preço de R$ 5,27.
O Procon alerta para que o consumidor fique atento e pesquise, observando os melhores preços para abastecer, uma vez que a pesquisa já registrou postos com preços acessíveis, mesmo com o aumento repassados aos consumidores. Caso o consumidor identifique preços muito acima da média registrada pela pesquisa do Procon Natal, que seja registrada denúncia com posse do cupom fiscal emitido pelo posto de combustível, na sede do órgão, localizado na rua Ulisses Caldas n° 181, Cidade Alta ou pelos canais de atendimento ao consumidor: WhatsApp: (84) 98812-3865 e e-mail: [email protected], para medidas administrativas cabíveis.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) premiou os melhores atletas de 2023 na noite desta sexta-feira, no Rio de Janeiro. A novidade desta edição é que o trófeu foi batizado com o nome do Rei Pelé. Na categoria masculina, o eleito foi Marcus D’Almeida do tiro com arco, o carioca sagrou-se campeão na etapa mexicana da Copa do Mundo e é o atual líder do ranking mundial. Entre as mulheres, Rebeca Andrade foi a escolhida pela terceira vez consecutiva. A ginasta fez história ao conquistar cinco medalhas no Mundial da Antuérpia, onde ainda tornou-se bicampeã do salto diante de Simone Biles. Marcus D’Almeida ergueu o troféu de melhor atleta masculino na premiação do COB pela primeira vez. Filipe Toledo (surfe) e Hugo Calderano (tênis de mesa) eram os outros concorrentes a um dos prêmios mais importantes da noite.
Eu nem acredito que isso está acontecendo. Eu venho de uma modalidade que quase ninguém conhece, que as pessoas chamam de arco e flecha. Eu tinha o sonho de ter esse grandão (trófeu) em casa, chegou a minha hora – disse Marcus D’Almeida.
Rebeca já havia sido eleita em 2021 e 2022. Neste ano, a brasileira somou nove medalhas entre o Mundial de Ginástica da Antuérpia e os Jogos Pan-Americanos de Santiago. Patrícia e Duda (vôlei de praia) e Bia Haddad (tênis) também estavam na disputa pelo título de atleta do ano.
Eu agradeço por todas as pessoas que acreditam na gente, não só no alto rendimento, mas também na base. Quero agradecer ao meu técnico Francisco Porath. É o meu terceiro trófeu, a ginástica está crescendo muito. Ser esse símbolo, essa referência, é algo incrível – disse Rebeca Andrade.
Outros prêmios Considerado o Oscar do esporte nacional, o Prêmio Brasil Olímpico (PBO) também premiou os atletas mais votados em 55 modalidades olímpicas e pan-americanas. Os vencedores foram escolhidos por um colégio eleitoral formado por jornalistas, dirigentes, comissões técnicas, patrocinadores, ex-atletas e personalidades do esporte.
Outro prêmio entregue na noite foi para o Atleta da Torcida. Em eleição aberta e pública, os torcedores escolheram a ginasta Flávia Saraíva. Estavam na disputa popular: Augusto Akio (skate), Barbara Domingos (ginástica ritmica), Bia Ferreira (boxe), Darlan Souza (vôlei) e Guilherme Costa (natação).
Eu nunca pedi tanto nas redes sociais, obrigada por todo mundo que votou. Esse é mais um prêmio para a ginástica – disse Flavinha ao receber o prêmio.
A 24ª edição do PBO ainda contou com três categorias novas: Retorno do Ano, Atleta Revelação e Equipes do Ano (masculina e feminina).
A carreira do atleta é marcada pela superação de obstáculos, sejam eles questões pessoais, de saúde ou o próprio desempenho esportivo. Neste ano, três medalhistas olímpicos voltaram aos holofotes do esporte e disputaram o troféu: Alison dos Santos (atletismo), Ana Marcela Cunha (águas abertas) e Rafael “Baby” Silva (judô). Alison dos Santos foi eleito como o Retorno do Ano pelo voto popular.
Passando para agradecer a todos que votaram. Não foi um ano fácil, mas vamos evoluir até Paris – falou Piu, diretamente dos Estados Unidos.
Na categoria Atleta Revelação, três campeões dos Jogos Pan-americanos brigavam pelo troféu: Maria Eduardo Alexandre (ginástica rítmica), Miguel Hidalgo (triatlon) e Renan Gallina (atletismo). A vencedora foi Maria Eduarda Alexandre.
Queria agradecer a todos que votaram! Quero agradecer ao Brasil e todo mundo que me apoiou – falou Maria Eduarda Alexandre.
Depois de conquistar a tão sonhada vaga para os Jogos de Paris 2024, a seleção brasileira de vôlei foi eleita a melhor equipe feminina. Entre os homens, a equipe de beisebol foi a escolhida após conquistar uma prata inédita nos Jogos Pan-Americanos de Santiago.
O técnico Ramon Ito, justamente do Beisebol, ganhou o prêmio de melhor técnico de esporte coletivo. Já Camila Ferezin, da ginástica rítmica, foi eleita a melhor técnica de indivual.
Já o Prêmio Inspire, criado para homenagear a atleta mais inspiradora do ano, foi para Bruna Takahashi. A mesatenista concorria com outras seis mulheres: Ana Marcela Cunha (águas abertas), Barbara Domingos (ginástica rítmica), Duda Lisboa (vôlei de praia), Flávia Saraiva (ginástica artística), Rayssa Leal (skate) e Rebeca Andrade (ginástica artística).
Estou muito honrada por ter sido indicada ao lado dessas atletas incríveis. Esse prêmio só me dá mais força dentro e fora das competições – disse Bruna Takahashi.
Primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro, Chiaki Ishii recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, uma homenagem pelo pioneirismo e legado que construiu na modalidade. O japonês naturalizado brasileiro foi o responsável por conquistar a primeira de 24 medalhas do judô em Jogos Olímpicos, o bronze em Munique 1972. Também foi Ishii quem criou a lendária academia na Lapa, em São Paulo, que gerou outros medalhistas como Walter Carmona e Rafael “Baby” Silva.
Eu amo o judô! O Brasil me ajudou bastante e me deu essa honra. Muito obrigada! – disse Chiaki Ishii.
Nas últimas semanas, o ex-policial militar Fabrício Queiroz parecia de bem com a vida. Em suas redes sociais, ele postou imagens degustando um vinho, jogando futebol com os amigos, participando de solenidades e até comemorando a permanência do Vasco na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Mas nem sempre é assim. Vez por outra, o humor dele oscila. No fim do ano passado, por exemplo, ele gravou um áudio reclamando de falta de dinheiro, reclamando do abandono dos amigos e insinuando que teria informações que poderiam comprometer Jair Bolsonaro e sua família. “Tô passando uma dificuldade muito grande e tô precisando de um dinheiro, tá? Natal chegando aqui… Eu vivo de fachada, todo mundo acha que eu tenho dinheiro, mas só Deus sabe o quanto eu e minha família estamos destruídos”, disse. E acrescentou: “Eu era um cara feliz, sempre tive minha correria e hoje sou um cara leproso. Fiquei hiperconhecido e não tenho apoio. Não adianta dar dinheiro, dinheiro não resolve, tem que dar é moral, uma posição para trabalhar, para encaixar meus filhos”.
Não foi a primeira vez que Queiroz faz alertas velados dirigidos ao clã Bolsonaro. É uma rotina que se repete desde que ele foi acusado de operar um esquema de rachadinhas no gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro. Reza a lenda que Queiroz guarda segredos capazes de levar tormentas ao ex-presidente e seus filhos. Quando o ex-policial enfrenta algum problema, financeiro ou político, as memórias do passado afloram. Quando está tudo bem, o espírito é outro. E há períodos de meio-termo. Na terça-feira da semana passada, VEJA encontrou Queiroz num restaurante no Rio de Janeiro. O lugar estava cheio, mas, apesar da fama, ninguém aparentemente atentou para a presença do personagem famoso que frequentou o noticiário nos últimos quatro anos e disputou uma vaga de deputado estadual nas eleições do ano passado. O anonimato agora incomoda. Mais do que as finanças, ingressar na política é o objetivo número 1 daquele que já foi considerado um dos principais amigos do ex-presidente Bolsonaro.
O fracasso em 2022 — ele conquistou apenas 6 700 votos — serviu de experiência. A próxima missão será disputar uma cadeira de vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Já trocou o PTB pelo Democracia Cristã, calcula que terá de garimpar no mínimo 7 000 votos para se eleger e, para isso, vai precisar de ajuda. O gatilho de mágoas do passado dispara quando ele fala sobre esse assunto. O ex-policial lembra que o apoio da família Bolsonaro era decisivo para seus planos — apoio, segundo ele, que esperou até o fim da eleição e que nunca veio. “Eles são do tipo que valorizam aqueles que os traem”, ressalta. Queiroz não nomina quem são os traidores, mas deixa claro que um dos “eles” a que se refere é o ex-presidente Bolsonaro. “O Jair não votou em mim no ano passado. Devia ter outros candidatos melhores do que eu.” O tom é de resignação. “Ele mesmo (Bolsonaro) sempre me falava isso: ‘No dia em que eu deixar de ser eleito é porque apareceu outro melhor’. Então Lula é melhor do que ele, porque foi eleito”, alfineta.
Queiroz foi investigado pelo Ministério Público por supostamente recolher parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2018. A Justiça acabou anulando a denúncia contra o ex-policial e o atual senador, acusados de peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa. Com o fim das investigações, em 2022, ele foi até Brasília para conversar sobre sua intenção em disputar a vaga no Congresso. Na ocasião, encontrou-se com Flávio, o último contato direto que afirma ter tido com alguém da família Bolsonaro. O senador convenceu o ex-assessor de que seria mais fácil conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A contragosto, o ex-policial acatou a dica na expectativa de que o apoio do clã lhe assegurasse uma vitória. Mas o apoio não veio. Desde então, a derrota e as dívidas que ficaram pelo caminho têm gerado boatos sobre o seu humor. Ele mesmo, quando perguntado, alimenta as especulações. Primeiro, desconversa e garante que não tem nenhuma revelação importante a fazer sobre o passado. Depois, enigmático, lembra que enfrentou — e ainda enfrenta — dificuldades financeiras, diz que os amigos lhe deram as costas, reclama da ingratidão e, em tom profético, repete um velho ditado: “O castigo vem a cavalo” (leia a entrevista abaixo).
“O castigo vem a cavalo” Qual a relação do senhor com a família Bolsonaro? Nunca mais falei com ninguém. A última vez foi com o Flávio, no ano passado, na época em que eu queria ser candidato a deputado. Depois disso, nunca mais trocamos ideias. Queria muito o apoio deles para poder ganhar a eleição, mas não forcei a barra.
Eles não apoiaram? Se o Jair acenasse para mim com alguma coisa, com certeza eu seria deputado estadual hoje. Agora, eles seguem a vida deles lá, estão numa fogueira danada. Pelo que conheço, acho que o Jair se arrepende de ter sido presidente. Só está tomando porrada, todos da família estão expostos. E o sistema voltou.
Por que vocês se afastaram? Na política é assim mesmo. Há um escândalo, afastam-se os assessores. O escândalo me envolveu, por isso me afastaram. Jair mesmo tinha dito que, enquanto eu não esclarecesse tudo, iria cortar relações. Então, eu não o procurei mais. Nem vice-versa. Muita gente me diz que eles foram ingratos comigo.
Dizem que o senhor guarda segredos que podem comprometer a família. Não tenho nada para falar deles. Não tem segredo nenhum comigo. E, se tivesse… A família dele não é melhor que a minha para ele sacrificar a minha família e a dele ficar bem. Porque a dele está bem. Na dele, todos são políticos, todos ganham bem. Vou segurar a viola deles para a minha se ferrar? Jamais.
Isso parece uma advertência de quem tem o que revelar. Ficam me cobrando isso. Eu sempre digo: vou inventar? Vão dizer que quero extorquir e chantagear. Não tenho nada a dizer.
O senhor parece guardar muita mágoa em relação ao ex-presidente. Bolsonaro foi presidente da República. Poderia arrumar algum lugar para eu trabalhar. Já hospedei em casa o Jair Renan, a filha da Michelle… Mesmo assim, nunca tive aceno deles. Até mesmo se eu fosse bandido, não deveriam me abandonar. Mas não tem mágoa com a família nesse sentido. Mas a gente vê o que acontece quando tem ingratidão. O castigo vem a cavalo.
O cirurgião João Couto Neto, 46 anos, foi preso na quinta-feira, 14, em um hospital de Caçapava, no interior de São Paulo. Ele é suspeito de cometer erros médicos que teriam causado a morte de 42 pacientes, além de lesões em outros 114, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
No ano passado, quando o médico ainda mantinha as suas redes sociais no ar, ele contava com 15 mil seguidores no Instagram e outros 13 mil no Facebook. Em suas redes sociais, ele afirmava já ter realizado 25 mil cirurgias em 19 anos de profissão, segundo o jornal O Globo.
Nos comentários das publicações do médico, alguns pacientes elogiavam o cirurgião e diziam estar com o profissional há anos. Já outros questionavam a sua atuação e o acusavam de erro médico. Entre eles, está Daniel Fernandes, que contou ao jornal que sua mãe foi uma das vítimas de negligência e teve perfurações no estômago e bexiga.
Ainda conforme o jornal, o site de Couto Neto, que também está fora do ar atualmente, informava que ele é formado em Medicina pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL) e graduado em Cirurgia Geral, em 2003, pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Porto Alegre. A página também dizia que o médico tinha várias especializações em temas como cirurgia do aparelho digestivo e videocirurgia.
Entenda o caso João Batista de Couto Neto é investigado em vários inquéritos por ter cometido dezenas de negligências médicas em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O médico teve a prisão preventiva decretada após ser acusado pela Polícia Civil de homicídio doloso (com intenção de matar) em três inquéritos, em novembro.
De acordo com a Polícia Civil, os três primeiros indiciamentos do profissional decorreram das mortes de dois homens e de uma mulher. Segundo a investigação, Couto realizava cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo, mas vários procedimentos teriam sido realizados sem autorização dos pacientes.
Em um dos casos, uma paciente que se apresentou para a retirada de hérnia teria sido submetida a outro procedimento. Em outro caso, de endometriose, o médico teria deixado de retirar o útero da paciente, embora tivesse cobrado o plano de saúde pelo procedimento.
Mesmo estando sob investigação, em fevereiro deste ano, Couto Neto conseguiu registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Segundo o órgão, o pedido de registro não poderia ser negado na ocasião, pois ele não estava totalmente impedido de exercer a Medicina, mas com restrição parcial. No Sul, o médico foi proibido de realizar cirurgias por 120 dias, mas o prazo já expirou. Mesmo assim, ele atuava em atendimentos não cirúrgicos.
Uma ação da polícia realizada em dezembro do ano passado apurou outros casos em que, supostamente, o médico teria sido responsável por falhas que resultaram em mortes ou sequelas em pacientes. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que ele atendia, em Novo Hamburgo, e no seu apartamento. Houve a apreensão de documentos, celulares e computadores. O material ainda é analisado pela investigação.
O outro lado O defensor do médico, o advogado Brunno de Lia Pires, disse que a prisão preventiva não tem base legal e informou que vai pedir um habeas corpus.
“Qualquer jurista vê que essa prisão não tem qualquer fundamento. Prisão preventiva é quando há risco de fuga ou ameaça a testemunhas, o que não existe. Ele sequer foi impedido de exercer a Medicina. Essa medida decretada tem claro caráter intimidatório contra o médico. Vamos entrar com habeas corpus o mais breve possível”, disse.
“Estamos aguardando que o inquérito seja concluído e apresentado ao Ministério Público para, então, havendo denúncia e sendo recebida pelo juiz, apresentarmos a defesa prévia do médico”, acrescentou.
O Brasil deve atrair em 2023 mais de 6 milhões de turistas estrangeiros e pode igualar ou superar a receita recorde de R$ 34 bilhões no setor em um ano, disseram nesta quinta-feira o ministro do Turismo, Celso Sabino, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
Os números representam altas significativas em relação ao ano passado, quando foram recebidos 3,6 milhões de turistas estrangeiros e a receita gerada com o setor foi de R$ 24 bilhões, de acordo com dados do governo federal.
No acumulado até setembro, a receita com turistas estrangeiros alcançou 25 bilhões de reais, e ainda faltam ser contabilizados os números do último trimestre.
“Esperamos mais de 106 milhões de brasileiros viajando pelo Brasil, mais de 6 milhões de estrangeiros e mais de R$ 30 bilhões gastos aqui este ano“, disse Sabino, destacando que as perspectivas para os próximos anos “são ainda melhores e citando a maior promoção internacional do Brasil como chamariz para atrair turistas.
Segundo o ministro, esforços estão sendo feitos para melhorar os indicadores. “Recebemos 6 milhões de turistas, mas é um consenso que é algo muito pequeno em relação ao mundo e às nossas potencialidades. Nosso esforço é grande para mudar esse cenário“, disse.
Segundo Freixo, da Embratur, a expectativa é chegar dentro de dois anos a 8 milhões de turistas estrangeiros por ano. “É possível que a gente iguale ou supere os 34 bilhões (de reais) de 2014“, disse ele, mencionando o ano em que o Brasil sediou a Copa do Mundo.
Sabino e Freixo inauguram nesta quinta o primeiro escritório da Organização Mundial do Turismo (OMT) para a região das Américas e Caribe, no Rio de Janeiro, cidade que tem enfrentado uma recente onda de casos de violência, inclusive em pontos turísticos, como a praia de Copacabana.
“Eventos de violência acontecem nas cidades turísticas do mundo… não quero tapar o sol com a peneira, mas esse é um problema do mundo todo e não temos problemas bélicos, climáticos. O cotidiano do Rio é de paz e não de quem vive assombrado ou com medo de ser assassinado”, disse Sabino.
Na sociedade atual, a sexualidade tornou-se onipresente. Nos cerca. É quase impossível escapar dela e, na realidade, isso não é novo. Sempre foi assim. Tradicionalmente, esse desejo avassalador — que leva muitas pessoas a cometerem loucuras, traições e tolices impulsionadas pela libido — tem sido canalizado através do casamento, do namoro, do sexo no leito conjugal com o parceiro para toda a vida.
No entanto, quando a paixão dos primeiros meses desaparece e os relacionamentos se tornam duradouros, a vontade de fazer sexo diminui consideravelmente.
Um estudo publicado pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual conclui que 35% dos casais têm, em média, entre uma e três relações por mês. Em casos extremos, cerca de 5% das pessoas com parceiro não ultrapassavam um ou dois encontros sexuais por ano. Mas, o que acontece quando, por qualquer motivo, o casal deixa de se associar ao sexo? É possível continuar? É possível que tudo flua satisfatoriamente, quando o sexo sai da equação?
— As relações de casal em que não há atividade sexual são mais comuns do que muitas pessoas pensam. Principalmente se entendermos por atividade sexual a penetração associada ao orgasmo — afirma Laura Morán, psicóloga, sexóloga e terapeuta familiar e de casal.
Laura acaba de publicar o livro “Perfeitamente Imperfeitos”, em que oferece chaves para que os relacionamentos funcionem.
— Para muitas pessoas, as relações sexuais podem ser consideradas importantes, mas não são urgentes. Se precisarmos riscar algo da lista, geralmente subtraímos horas de sono e de prazer. Devido ao nosso ritmo de vida frenético, renunciamos a coisas que são relevantes, mas não vitais — continua.
Segundo a sexóloga, em geral, ter ou não vontade de ter relações sexuais geralmente é consequência da combinação de vários elementos individuais e do próprio relacionamento.
— Um dos grandes problemas pode ser o estresse, que, em geral, dificulta nossa capacidade de experimentar prazer. Quando você está alerta, fica preparado para sobreviver, não para desfrutar. Além disso, as relações sexuais são as primeiras prejudicadas quando há desentendimentos, conflitos ou atritos não resolvidos no relacionamento. Muitas vezes, embora o problema apareça na cama, ele se originou fora dela — explica.
Ter filhos, com as mudanças de dinâmica que isso implica, e sofrer algum problema físico ou de saúde mental são outros fatores que podem arruinar o regime sexual de um relacionamento.
— Não há uma única regra que determine quanto sexo é normal em um casal. A frequência depende muito de cada relacionamento e das diferentes fases da vida. Além disso, é preciso assinalar que a falta de atividade sexual nem sempre significa que há um problema no relacionamento. Muitos casais têm uma conexão emocional muito boa e não têm uma atividade sexual muito frequente, enquanto outros têm uma paixão e uma intimidade física muito forte, que é a parte fundamental ou essencial do relacionamento, e depois não funcionam nas outras áreas do casal — defende a psicóloga e sexóloga Silvia Sanz, autora do livro “Sexamor”.
O desejo assimétrico insuportável Portanto, poderíamos dizer que a resposta curta à pergunta que colocávamos no início deste artigo, se é possível manter um relacionamento de casal praticamente sem sexo, é sim, certamente é possível. Especialmente se ambos os membros do casal estiverem na mesma sintonia e acharem que a cooperação, a comunicação, o compartilhamento de um projeto em comum (como uma família ou uma empresa) ou um hobby já é suficiente para continuar. No entanto, os problemas surgem quando o desejo é assimétrico.
— Se uma parte quer ter relações sexuais e a outra não, é quando os problemas surgem, porque é muito possível que a pessoa rejeitada não sinta que está sendo rejeitado apenas o ato físico de deitar-se, mas sinta uma rejeição contra sua própria pessoa. Por isso, é importante trabalhar nos matizes do não — explica Laura Morán.
Segundo a psicóloga e terapeuta de casais, dizer que não quer manter relações sexuais não significa uma rejeição. O problema é que, se a situação se prolongar no tempo, não for falada ou apenas discutida, um conflito insolúvel é criado.
— Nesses casos, a dinâmica do relacionamento se altera. O vínculo se tensiona. Às vezes, essa sensação de distância emocional faz com que você se incomode mais com as coisas, fique mais irritado, coloque-se menos no lugar do outro ou se sinta frustrado. A autoestima desaba: a pessoa que quer ter sexo se sente indesejada, pouco atraente. Daí podem derivar uma série de problemas como infidelidades e, em última instância, rupturas — acrescenta Silvia Sanz.
Os efeitos prejudiciais para nossa saúde mental dessas situações de abstinência sexual forçada dentro do relacionamento são agravados profundamente com a comparação. As pessoas que estão passando por esta situação tendem a pensar que são as únicas que têm esse problema, enquanto todos os outros aproveitam o sexo ao máximo.
Sem a intenção de cair na “desgraça de muitos, consolo de tolos”, isso não é verdade. De acordo com dados estatísticos dos Estados Unidos referenciados na revista Psychology Today, entre 14% e 15% dos casais fazem sexo com pouca frequência. No entanto, a mídia, os filmes e a publicidade nos vendem uma imagem muito diferente de tudo isso.
— Podemos sentir uma pressão social muito intensa em relação ao que se espera de um casal em relação à frequência da atividade sexual, o que nos gerará ainda mais ansiedade e estresse — detalha Sanz.
Laura Morán diz que a liberdade sexual parece exigir de nós o prazer constante. Segundo ela, antes o sexo era algo que se escondia. Agora, devemos expô-lo de alguma forma nas redes para sermos consideradas pessoas bem-sucedidas.
— No entanto, quando tentamos normalizar algo, tendemos a transformá-lo em normativo, e são duas coisas diferentes. É conveniente naturalizar a sexualidade humana, sozinha e em casal, mas não deve ser considerada uma obrigação ou uma imposição, porque isso é incompatível com ser verdadeiramente prazeroso — ressalta.
Como enfrentar a situação O sexo costuma ser mais importante pelo que implica do que pelos relacionamentos em si, já que beijar, abraçar, se despir e dar e receber prazer implica comunicação, satisfação e generosidade. É uma excelente forma de fortalecer o vínculo entre duas pessoas. Sua ausência torna tudo mais difícil, mas não impossível.
— É possível fortalecer a intimidade no casal melhorando a comunicação, criando uma base sólida para buscar outras formas de intimidade que não sejam apenas o sexo, como criar momentos, surpresas e atividades conjuntas. Em última análise, podemos focar muito nas coisas boas que compartilhamos, sentir essa conexão emocional — sugere Sanz.
Para Morán, o primeiro passo seria esclarecer que a atividade sexual vai além de nossos genitais e que carícias, beijos, abraços e o contato físico cúmplice e íntimo em um casal também deveriam contar como atividade sexual. Mas eles não são substitutos da experiência orgástica do sexo.
— Se em um casal ocorre esse desequilíbrio no desejo, acho que o melhor que podem fazer é aproveitar a oportunidade para revisar por que isso está acontecendo e o que podem fazer juntos. No entanto, eles têm que fazer isso como uma equipe, não como adversários — conclui.
“Meu filho está na altura certa para a idade dele?”. A dúvida, que já era comum entre os pais, tem se tornado ainda mais frequente com os relatos de cirurgias que dão centímetros a mais viralizando nas redes. O caso mais recente que ganhou popularidade foi o de um jovem influencer de 29 anos que gastou mais de R$ 857 mil para realizar uma cirurgia de alongamento de pernas, que pode aumentar a sua altura em até dez centímetros.
Mas, afinal, como saber se seu filho está crescendo adequadamente e, principalmente, o que fazer se houver de fato um distúrbio do crescimento? Primeiro, é preciso esclarecer que a altura de uma pessoa é resultado da combinação de vários genes herdados dos pais associada à influência do ambiente.
Em geral, cada um tem 50% de chance de ter uma altura semelhante à do pai ou da mãe. Irmãos têm 50% de chance de ficarem com alturas semelhantes e 25% de semelhança pode ser esperado em relação à altura de avós e tios. Ou seja, é bem improvável que filhos de pais medianos tenham 1,90 m.
— A expectativa dos pais é um ponto muito importante a ser abordado. Tem pais que nos procuram porque o filho quer ser jogador de basquete e quer ter 1,90 m, mas a família tem altura mediana. Isso não existe. Você não pode escolher a altura do seu filho — diz a endocrinologista Claudia Cozer, do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Hospital Sírio-Libanês.
Por outro lado, existem alguns fatores que podem de fato prejudicar o crescimento infantil como problemas nutricionais, doenças crônicas ou ainda distúrbios hormonais, como deficiência na produção do GH, conhecido como hormônio do crescimento. Em geral, o crescimento da criança é acompanhado pelo pediatra, com base em curvas de peso e altura que variam de acordo com a idade.
— Se a criança está abaixo da média, ela tem que ser investigada — afirma Cozer.
Uma forma de avaliar o crescimento da criança é por meio de um raio-x do punho. Esse exame avalia a idade óssea da criança e informa o médico se ela está crescendo de acordo com a sua idade cronológica. Como a genética tem grande influência na altura final da criança, também é possível fazer uma estimativa de sua altura final com base na estatura do pai e da mãe para ver se o crescimento está de acordo ou aquém dessa estimativa.
Se for constatado que a criança realmente está abaixo da curva de crescimento para sua idade ou que a altura estimada está muito aquém da dos pais, é recomendada a realização de exames adicionais. Alguns fatores que atrapalham o crescimento da criança são desnutrição, obesidade, doença celíaca, intolerância alimentar, hipotireoidismo, problemas de rim e de fígado e uso de medicamentos, como corticoides.
Se todos os fatores acima estiverem normais, é realizada a medição do GH, mais conhecido como “hormônio do crescimento”. Apesar do nome, não é o GH que faz a criança crescer, mas ele atua diretamente nesse processo ao estimular a produção de outra substância, chamada IGF. Essa sim é responsável pelo crescimento.
Existem três formas de avaliar os níveis de GH na criança. A menos usada hoje em dia consiste em pedir que a criança suba escadas no laboratório, em jejum, por um tempo determinado, porque o exercício estimula o GH.
A segunda, é realizar dosagens seriadas de hormônio de crescimento após estímulo com clonidina, um medicamento que baixa a pressão, e a terceira, consiste também em realizar dosagens seriadas do hormônio após a administração de glicose em jejum. Em geral, esses exames têm entre 1h30 e 2h de duração, pois envolvem medições sucessivas dos níveis hormonais.
Se constatada a deficiência de GH, é possível intervir. O tratamento envolve injeções diárias do hormônio, aplicadas ao deitar, por via subcutânea, por um longo prazo. Apesar de desconfortável, a picada da injeção é bem fina, semelhante à da caneta usada por pessoas com diabetes.
Em geral, o tratamento deve começar por volta dos 5 a 7 anos de idade e ser mantido até fechar a idade óssea, o que ocorre por volta dos 13 a 14 anos. A faixa etária de início do tratamento é fundamental para o seu sucesso, pois, uma vez que o crescimento natural está consolidado, não há terapia hormonal que permita continuá-lo.
— Se a criança entrou em puberdade, não adianta fazer nada, pois o crescimento já acabou — pontua a endocrinologista.
Também é preciso alertar que o tratamento só funciona em crianças com deficiência ou baixa secreção desse hormônio. Para aquelas com produção normal, a reposição não trará benefício algum.
— O GH só funciona para quem precisa. Para quem não tem deficiência do hormônio, não haverá resposta de crescimento — pontua a endocrinologista.
Além de não fazer efeito, o uso do hormônio sem indicação pode trazer efeitos colaterais, como dor de cabeça, aumento dos níveis de glicose, da resistência insulínica e do colesterol. Além de ser oneroso para a família — o tratamento de alto custo é fornecido pelo SUS ou coberto pelos planos de saúde apenas para casos comprovados de deficiência — e estresse psicológico para a criança.
Mesmo nas crianças com indicação para o tratamento, a reposição hormonal não é milagrosa. A melhora é em torno de 3 a 5 centímetros.
Cozer ressalta que a injeção é a única forma de administração do hormônio e o único tratamento disponível para estimular o crescimento na infância — exceto se a condição for causada por alguma síndrome ou doença específica.
— O GH é uma injeção subcutânea de uso diário. Qualquer outro tipo de proposta, como comprimido, spray ou gel, é enganação. Corticoide também não melhora crescimento — ressalta a especialista.
Uso de GH em meninas Muito se fala do uso do GH em meninos, mas meninas também podem se valer do hormônio quando há uma deficiência comprovada dele, afirma a ginecologista e obstetra Marianne Pinotti, doutora em Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP) e colunista do GLOBO. No entanto, o GH acaba adiando a primeira menstruação. Após a menarca, a velocidade do crescimento das meninas cai drasticamente.
Outra situação que pode comprometer o crescimento das meninas é a puberdade precoce — que acaba adiantando a primeira menstruação.
— Se a menina aos 7 ou 8 anos começar a apresentar desenvolvimento das mamas ou pelos pubianos, fazemos uma avaliação. Caso ela realmente esteja se encaminhando para uma puberdade precoce, usamos um remédio que bloqueia a produção hormonal dos ovários e atrasa a puberdade.
Assim, atrasa-se a primeira menstruação, dando às meninas uma janela maior de crescimento mais acelerado.
Sono, alimentação e exercício Como já era de se esperar, existem alguns fatores comportamentais que impactam diretamente no crescimento das crianças. São eles: alimentação, atividade física e sono. Além de garantir uma alimentação balanceada, com proteínas, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, é preciso acompanhar a curva de peso da criança. Isso porque tanto a desnutrição quanto o sobrepeso e a obesidade podem impactar negativamente no crescimento.
A prática de atividade física, em especial a aeróbica, é fundamental. Esse tipo de exercício estimula a secreção de GH, assim como sono.
— O GH é secretado nas primeiras horas de sono e para de ser secretado nas primeiras horas do dia. Quanto mais cedo a criança dormir, melhor porque mesmo que ela durma a quantidade de horas adequadas, se ela for dormir muito tarde, a secreção de GH será afetada. É como se tivesse um relógio na glândula e ela sabe que a criança está dormindo muito tarde. Então essas três coisas são importantes para o crescimento de qualquer criança — conclui Cozer.
Alongamento ósseo O alongamento ósseo em si é um procedimento bem estabelecido, desenvolvido para a correção de deformidades causadas por doenças congênitas ou traumas, por exemplo. Mas, nos últimos anos, a cirurgia ganhou apelo estético por ser a única forma de “crescer” na idade adulta.
A técnica envolve quebrar o fêmur ou a tíbia e, com a ajuda de uma armação de metal, chamado de fixador, afastar gradativamente as duas metades do osso, forçando-o a cicatrizar mais longo do que antes. O procedimento gera um alongamento de um milímetro por dia. Após chegar ao tamanho desejado, o fixador ainda precisa ser mantido por mais alguns meses, até o osso se consolidar. No total, um alongamento de 5 centímetros, por exemplo, demora cerca de seis meses.
Não há um limite de alongamento para o osso em si. Entretanto, outras estruturas ao seu redor, como músculos, tendões, cartilagens e nervos, não respondem tão bem a alongamentos muito grandes. Para ajudar na recuperação e no alongamento dessas estruturas, o paciente precisa passar por sessões diárias de fisioterapia durante e depois do procedimento.
Apesar do aumento no interesse por esse tipo de procedimento, especialistas afirmam que muitos pacientes desistem quando descobrem o valor e quando entendem como é a cirurgia, o quanto demora a recuperação e os riscos envolvidos.
Além da dor e do longo período de recuperação, o alongamento ósseo envolve muitos riscos, desde aqueles presentes em qualquer cirurgia, como infecção, até os específicos. As complicações incluem embolia pulmonar, problemas de regeneração óssea, lesões vasculares, neurológicas e funcionais (limitação da mobilidade). Pode haver ainda deformação e diferença de comprimento entre as pernas.
Pacientes obesos e com problemas de coagulação têm risco aumentado. Apesar disso, a única contraindicação absoluta para a realização desse procedimento para fins estéticos é o tabagismo, pois o uso contínuo do cigarro atrapalha a consolidação do osso.