A Polícia Civil indiciou na última quinta-feira (4), por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — o influeciador digital Tiago Ribeiro de Lima, mais conhecido como Tiago Toguro, de 34 anos, pelo atropelamento que resultou na morte do motociclista Jonny Vieira da Silva, de 30 anos, em março, em uma das saídas da Linha Amarela, na Vila do João, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio.
Além disso, duas pessoas foram indiciadas por falso testemunho no caso.
Na sexta-feira (5), a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Área da Ilha do Governador e Bonsucesso devolveu o inquérito à 21ª DP para que sejam feitas novas diligências. O inquérito é assinado pelo delegado Cláudio Vieira de Campos, titular da distrital.
O artista seguia para São Paulo quando, segundo testemunhas, errou o caminho e tentou voltar de ré, atingindo Silva. Ele afirmou que o motoqueiro “estava em alta velocidade” e que ele teria sido o responsável pela colisão.
Em depoimento, cerca de quatro horas após o acidente, Toguro disse que “por volta da 1h40 trafegava na Linha Amarela, sentido Fundão, após a saída 9, em Bonsucesso, com uma Land Rover Evoque, em baixa velocidade”. De acordo com Tiago, “quando olhou para o retrovisor do seu lado pôde perceber uma moto vindo em alta velocidade”.
Ainda no termo declaratório, Toguro afirmou que “de repente esta moto colidiu na traseira do seu veículo”. O influenciador destacou que “imediatamente parou e desceu para socorrer a vítima” e que “percebeu estar a vítima com respiração fraca” e que “em seguida uma viatura da PM chegou e após 10 minutos chegou uma viatura da Lamsa”. O homem disse que “com a chegada dos bombeiros constatou-se o óbito”.
O influenciador disse também que “nada pôde fazer para evitar o acidente”. Toguro também não apresentou o veículo aos investigadores para perícia.
O influenciador Tiago Toguro começou a ganhar destaque na internet nos últimos anos, com vídeos sobre musculação e vlogs variados nos canais de YouTube “Em Busca do Shape Inexplicável” e “Mansão Maromba”. Os dois canais juntos somam quase 8 milhões de seguidores. Já a sua conta do Tiktok bateu 4,3 milhões recentemente. No instagram, Toguro conta com 6,4 milhões de fãs.
Na semana em que a Câmara dos Deputados toma as últimas providências para instalar a CPI manipulação de resultados em jogos de futebol, surge mais um caso escandaloso, revelado pelo Ministério Público de Goiás, envolvendo uma partida pelo Gauchão 2023.
O jogo entre Caxias e São Luiz, válido pela sétima rodada da fase classificatória do torneio Estadual está sendo citado como mais um dos eventos onde teria ocorrido o aliciamento de jogadores.
De acordo com a denúncia, o atacante Jarro, do São Luiz (foto em destaque) teria recebido R$ 30 mil antes do jogo, para cometer pênalti no primeiro tempo. Atleta cumpriu com o combinado e o acordo total teria chegado à cifra de R$ 70 mil.
Mas as denúncias não param por aí. Outra partida do Gauchão investigada envolveu Esportivo e Novo Hamburgo, dia 11 de fevereiro, mas os promotores ainda não deram detalhes sobre os atletas envolvidos. O que se sabe é que, nos jogos dos campeonatos estaduais, o MP-GO acredita que os jogadores teriam recebido entre R$ 70 mil a R$ 100 mil.
O futebol está em perigo A credibilidade do futebol está sendo abalada com esse escândalo que tomou conta do esporte mais popular do planeta. O suborno de jogadores ou árbitros certamente está influenciando a tomar decisões que favoreçam um determinado resultado.
Isso pode incluir a atuação deliberadamente abaixo do esperado, cometer erros intencionais, não marcar faltas claras ou pênaltis, entre outros. Em alguns casos, jogadores, árbitros ou suas famílias podem ser ameaçados ou coagidos a manipular resultados. Essas ameaças podem envolver violência física, intimidação ou extorsão.
A manipulação de resultados está diretamente ligada a atividades de apostas ilegais, onde indivíduos apostam grandes quantias de dinheiro em resultados específicos. Que essa CPI da Câmara dos Deputados possa esclarecer e ajudar a desmontar toda essa trama que corrompe o futebol de forma vergonhosa.
Na última semana, o Pix alcançou um novo recorde de transações diárias. Segundo o Banco Central (BC), na sexta-feira (5), foram feitas 124,3 milhões de operações de transferências e pagamentos em tempo real. A soma de todas as transações liquidadas atingiu o valor de R$ 68,4 bilhões.
O recorde anterior era de 122,4 milhões de transações realizadas em um único dia, alcançado em 6 de abril deste ano. Na data, foram transferidos R$ 62,8 bilhões.
Com o sucesso do Pix, o Brasil foi o segundo país do mundo que mais utilizou meios de pagamentos instantâneos em 2022, ficando atrás apenas da Índia, conforme a pesquisa Prime Time for Real-Time Report, divulgada no mês passado.
Segundo o levantamento, houve um salto de 228,9% no uso dos serviços de pagamento instantâneo no Brasil entre 2022 e 2021, um crescimento maior do que na líder Índia (76,8%).
Para aprimorar a ferramenta, o Banco Central anunciou no início do mês um reforço de segurança, que começa a valer a partir do dia 5 de novembro.
O BC vai passar a disponibilizar campos específicos nas notificações de fraude para que sejam especificados os tipos de crime, como falsidade ideológica ou “conta laranja” e a razão da notificação, como golpe, estelionato, invasão de conta e coação.
Outra mudança anunciada pelo BC é a ampliação do conjunto de dados de segurança do Pix, disponibilizados para a consulta das instituições participantes. As informações devem ser usadas para as análises antifraudes das transações.
Desde seu lançamento, o Pix possui mais de 601 milhões de chaves cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) do Banco Central.
A nomeação de Gabriel Galípolo , secretário-executivo do Ministério da Fazenda de Fernando Haddad , como diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) foi bem recebida por agências de risco internacional. Os gringos veem o nome de Galípolo como uma solução que mostra que o governo escolheu um nome equilibrado para o posto — que não fomentará a discórdia junto ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto . A leitura é de que a nomeação posiciona Galípolo como o indicado a próximo presidente do BC ao fim do mandato de Campos Neto, afastando a possibilidade de uma ingerência nociva do Palácio do Planalto nas decisões sobre política monetária da autarquia.
Para as agências, a nomeação mostrou que o governo está comprometido com a indicação de nomes que fazem frente ao populismo. A leitura é de que a escolha fortalece a um dos membros mais benfeitores do Ministério da Fazenda e consolida em uma carga institucional um dos mais prestigiados nomes dentro da pasta de Haddad. A afastar escolhe o temor de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva escolhesse para o posto um nome “muito heterodoxo”. Entre esses agentes, a visão é de que, apesar dos disparates de Lula contra o BC, a equipe econômica de Haddad vem se mostrando desejável e competente.
O ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco debateram possibilidades para um golpe de Estado, incluindo o destacamento de 1.500 militares. As conversas foram perdidas pela CNN Brasil e confirmadas pelo UOL .
O que aconteceu? As mensagens integram o inquérito da Polícia Federal contra o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro , Mauro Cid. Na semana passada, outros áudios revelaram conversas de Ailton e Cid .
As novas mensagens incluem um funcionário de confiança do governo Bolsonaro, o ex-número 2 do Ministério da Saúde e ex-assessor da Casa Civil, Elcio Franco. Ele também esteve envolvido no atraso na compra de vacinas, caso investigado pela CPI da Covid no Senado.
O ex-major e amigo de Bolsonaro sugeriu, entre outras coisas, mobilizar 1.500 militares : “[É preciso convencer] o general Pimentel. Esse alto comando de m…. que não quer fazer as p….., é preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a prender o Alexandre de Moraes. Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1.500 homens”, disse Ailton.
O coronel Élcio Franco falou sobre o temor do então comandante do Exército de ser responsabilizado por uma eventual tentativa de golpe: “ Olha, eu entendo o seguinte. que ele tomo à frente desse assunto, mas ele não pode impedir de receber a ordem. Ele vai dizer, morrer de pé junto, porque ele tá mostrando. Ele tá com medo das consequências, pô. Medo das consequências é o quê? Ele ter insuflado? Qual foi a sua assessoria? Ele tá indo pra pior hipótese. E qual, qual é a pior hipótese?”
Ah, deu tudo errado, o presidente foi preso e ele tá sendo chamado a responder. Eu falei, ó, eu, durante o tempo todo [inteligível] contra o presidente, pô, falei que não, não deveria fazer, que não deveria fazer, que não deveria fazer e pronto. Vai pro Tribunal de Nurenberg desse jeito. Depois que ele me deu a ordem por escrito, eu comandante, da Força, tive que cumprir. Essa é a defesa dele, entendeu? Então sinceramente, é dessa forma que tem que ser visto”Élcio Franco
O UOL procurou o coronel Élcio Franco e Ailton Barros para comentar os áudios, mas não conseguiu localizá-los. O texto será atualizado se houver ocorrência.
Quem são Elcio Franco e Ailton Barros Número 2 da Saúde. Franco foi exonerado do Ministério da Saúde quando o ministro Marcelo Queiroga assumiu a pasta. Ele esteve na pasta de julho de 2020 até março de 2021, quando o general Eduardo Pazuello comandava a Saúde.
Franco esteve à frente de algumas das principais ações do ministério no combate à pandemia, incluindo o sofrimento para a compra de vacinas.
Ailton Gonçalves Moraes Barros, major reformado do Exército, disse saber quem era o mandante da morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes , em março de 2018.
Apresentando-se como “01 do Bolsonaro” na campanha eleitoral, Barros foi preso durante a Operação Venire, que investiga dados falsos sobre a vacinação da covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Barros é advogado e tem 61 anos , de acordo com dados do TSE, além de ser major reformado .
Operação da PF prendeu ex-ajudante e mais 5 A Polícia Federal prendeu os militares ontem em operação que investiga um esquema de fraude em comprovantes de vacinação contra a covid-19.
Além de Mauro Cid e Ailton Barros, mais quatro também foram presos: o sargento Luís Marcos dos Reis, os ex-assessores de Bolsonaro Max Guilherme Machado do Santos e Sérgio Rocha Cordeiro, e o secretário de Saúde de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha .
Desde janeiro, cinco mulheres de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram nomeadas para cargos na administração pública federal em Brasília ou indicadas para tribunais de contas estaduais, conforme apuração do Estadão.
Entre esses casos, está o da enfermeira Aline Peixoto, esposa do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que foi indicada após seu marido assumir o cargo no ministério. Em março, Aline Peixoto assumiu o cargo de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia.
Isso gerou insatisfação entre aliados próximos do ministro da Casa Civil. Inclusive, o senador Jaques Wagner (PT-BA), um aliado de primeira hora de Lula, manifestou sua opinião de que a vaga deveria ser preenchida por um parlamentar.
“Nada contra a pessoa física, só defendi um conceito”, justificou numa entrevista ao site Metro 1, de Salvador. “Eu digo que é desnecessário, pode ser tantas coisas. Só tem esse caminho?”, emendou Fátima Mendonça, mulher de Wagner, em entrevista ao site Bahia Notícias.
No início do ano, a ex-deputada federal Rejane Dias, esposa do ministro Wellington Dias, responsável pela pasta de Desenvolvimento Social, foi nomeada para o Tribunal de Contas do Estado do Piauí. As remunerações das esposas dos ministros variam entre R$ 35.462,22 e R$ 37.589,96, podendo ultrapassar os R$ 50 mil com benefícios e indenizações.
Ainda conforme apuração do Estadão, desde janeiro deste ano, outras três mulheres de ministros do governo de Lula foram nomeadas ou promovidas para cargos em Brasília.
Ana Estela Haddad Ana Estela Haddad, professora titular da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) e esposa de Fernando Haddad, foi nomeada como secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde 26 dias após seu marido assumir o cargo de ministro da Fazenda.
Estela Haddad, que participou das discussões do grupo de Saúde na transição do governo, recebe um salário de R$ 10.166,94. Além disso, ela foi escolhida como membro do conselho gestor do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), do Ministério das Comunicações, em 4 de abril.
Embora essa função não seja remunerada, o fundo é responsável por investimentos no setor, com a ajuda de agentes financeiros como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Nilza de Oliveira A pedagoga Nilza de Oliveira, esposa do ministro do Trabalho Luiz Marinho (PT), foi nomeada em março como secretária-adjunta da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil. Sua remuneração atual é de R$ 15.688,92.
Em 2009, Nilza atuou como secretária de Orçamento e Planejamento Participativo em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, quando seu marido era prefeito da cidade. Na ocasião, Marinho justificou a escolha pela experiência da esposa na administração pública.
Thassia Azevedo Alves A esposa de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, Thassia Azevedo Alves, foi nomeada em janeiro como assistente parlamentar sênior da senadora Teresa Leitão (PT).
Anteriormente, ela havia trabalhado como assessora da vice-presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em São Paulo, durante o governo Dilma Rousseff. Sua remuneração atual é de R$ 18.240,29.
Carolina Gabas Stuchi Em janeiro, a advogada Carolina Gabas Stuchi foi designada pela Casa Civil para ser secretária-adjunta da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Carolina é ex-mulher do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, e servidora concursada.
Até janeiro, ela ocupava o cargo de pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional na Universidade Federal do ABC, em São Paulo, com salário de R$ 19.030,24. No governo federal, sua remuneração atual é de R$ 22.208,75. A separação do casal ocorreu há três anos.
O que diz o governo O governo costuma justificar informalmente a nomeação das mulheres de ministros com base em sua formação e capacidade para preencher as vagas na administração pública. No entanto, como destacado pelo Estadão, a pediatra Ana Goretti Kalume Maranhão, uma das maiores especialistas em vacinação do País, teve sua indicação barrada pelo governo por razões políticas.
Ela havia sido indicada para chefiar o Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, mas a Casa Civil vetou sua nomeação devido a postagens críticas ao PT e em defesa da Operação Lava Jato que ela havia publicado em 2016.
Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou ter usado o critério de qualificação profissional para nomear as esposas dos ministros no Executivo. “Todas as mulheres citadas pelo Estadão têm carreiras pessoais, currículo, histórico e experiência no setor público para assumirem as funções as quais foram designadas. Não se trata, portanto, de favorecimento ou troca de favores”, assegurou a pasta. O órgão afirmou ainda que todas as referidas nomeações são legais, e apresentou o currículo das mulheres.
Um grupo de senadores de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva esteve no 19º Batalhão de Polícia Militar, em Brasília, para visitar o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres. Ele cumpre prisão preventiva como um dos investigados nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, sob suspeita de que foi omisso e conivente diante da invasão e destruição das sedes dos três Poderes, em Brasília. As visitas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o ex-ministro da Justiça “chora o tempo todo” na cadeia. Torres presta depoimento na sede do 19º Batalhão da PM nesta segunda-feira (8), em Brasília, em outro inquérito do qual é pivô. A oitiva, programada para a semana passada, foi adiada a pedido da defesa do ex-ministro, que alegou que ele não tinha condições emocionais de falar. Anderson Torres será ouvido nesta segunda-feira sobre as abordagens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a ônibus de eleitores, sobretudo no Nordeste, reduto eleitoral do então candidato Lula. O objetivo é verificar se a corporação, que faz parte da estrutura do Ministério da Justiça, foi usada para favorecer o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-ministro e ex-secretário foi preso ao retornar dos Estados Unidos, para onde viajou, de férias, pouco depois de assumir a gestão da segurança no DF. Ele havia tomado posse no dia 2 de janeiro e embarcou no dia 7 para Miami — onde já estava o ex-presidente Bolsonaro. No momento da invasão, embora Torres já estivesse fora do país, seu período de descanso ainda não havia começado formalmente e estava programado, segundo o Diário Oficial, para segunda-feira, 9.
No domingo, 8 de janeiro, após os ataques, o presidente Lula decretou uma intervenção federal na segurança do DF. Apoiadores radicais de Bolsonaro marcharam do Quartel-General do Exército até a Esplanada dos Ministérios e furaram o bloqueio de acesso aos prédios públicos, sem resistência da Polícia Militar, antes de invadir o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo.
— Ver o meu irmão Anderson naquela situação foi de arrebentar o coração. Uma prisão preventiva não pode durar tanto assim. O cara está magro, seco, barbudo. O cara está detonado, especialmente emocionalmente — disse o senador Jorge Seif (PL-SC), emocionado, ao relatar a visita.
Para Magno Malta, o ex-ministro está bastante “fragilizado”. A comitiva de senadores incluiu ainda o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), e Márcio Bittar (MDB-AC). Todos fizeram apelos para que o STF acate os pedidos da defesa do ex-ministro e relaxe a prisão, revogando a detenção com uso de tornozeleira eletrônica ou mantendo prisão domiciliar, por exemplo.
— Já era para no mínimo estar fora com tornozeleira ou em casa. Não dá para ficar eterno na prisão. Ele está disposto a falar normal e está com a consciência tranquila — declarou Izalci.
A lista de visitantes liberados por Moraes inclui diversos nomes, em especial integrantes do governo Bolsonaro, como os ex-ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Sérgio Moro (Justiça), Damares Alves (Direitos Humanos), Marcos Pontes (Ciência) e Tereza Cristina (Agricultura), além do ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
A decisão de Moraes determinou que as visitas devem respeitar o limite de no máximo cinco senadores por vez. É proibido entrar com celulares, câmeras ou gravadores, assim como entregar mensagens de “qualquer espécie”. A presença de assessores e seguranças também não foi permitida.
No mesmo despacho, Moraes negou mais um pedido da defesa de Torres, que solicitava que o ministro do STF reconsiderasse a decisão anterior e revogasse a prisão preventiva ou autorizasse a transferência do ex-ministro para o hospital penitenciário. O ministro, entretanto, declarou que o próprio governo do Distrito Federal concluiu que a transferência não era necessária.
Réus Os visitantes do fim de semana ressaltaram a “fragilidade” de Torres e o trataram como vítima de injustiça. Mais de 1,3 mil participantes dos ataques de 8 de janeiro — direta ou indiretamente — foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O STF já acatou o pedido da PGR e transformou em réus quase 550 denunciados. A maioria é mantida presa na Papuda (homens) ou na Colmeia (mulheres), em Brasília, após a detenção no próprio domingo dos ataques ou na segunda-feira, dia 9 de janeiro.
Após deixar o 19º Batalhão de Polícia Militar, Marinho afirmou em suas redes sociais que a libertação de Torres é “um ato de justiça e de humanidade”. O senador Jorge Seif se declarou emocionado ao encontrar Torres.
— É triste ele (Torres) não entender e não saber o porquê está passando por isso. Precisa de muita oração do Brasil pela vida dele porque de fato é uma covardia — completou Magno Malta, ao deixar o prédio.
O senador Márcio Bittar (MDB-AC) também defendeu a saída de Torres da prisão, argumentando que a decisão “completando quase quatro meses não se justifica”.
“Viemos conversar com Anderson Torres. Lógico, ele está em um estado emocional muito forte, há quatro meses, praticamente, sem ver os filhos. A gente precisa se colocar no lugar do outro para saber o que é isso, ficar afastado da família todo esse tempo”, afirmou Izalci em rede social.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer que direcionar dinheiro para programas de políticas públicas não é gasto, mas “investimento”. A declaração foi feita nesta segunda-feira (8/5), no Planalto, na cerimônia que transformou a Política Nacional de Saúde Bucal, o Brasil Sorridente, em política de Estado, incluindo a iniciativa no Sistema Único de Saúde (SUS). O programa ganhou novos ares com mais equipes e serviços para atender locais com maior dificuldade de acesso.
“O Brasil Sorridente é uma coisa extraordinária porque não recupera o sorriso, mas a autonomia do ser humano. Tudo isso, para mim, é investimento, não me fale em gasto. Tratar da saúde do povo é investimento. Um cidadão com saúde é muito. A área econômica fala em gastos, mas eu estou na teimosia de dizer que qualquer dinheiro para cuidar do povo é investimento”, afirmou.
O programa foi criado no primeiro governo Lula, em 2004 e, segundo o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), complementou o Sistema Único de Saúde (SUS). “No ano de 2004, 20% da população já tinha perdido todos os dentes e 45% não tinham acesso regular à escova de dentes”, lembrou em discurso.
Alcance De acordo com o deputado, que participou da articulação feira à época no Congresso Nacional para aprovar a lei sancionada hoje, entre 2003 e 2016 foram implantadas mais de 20 mil equipes de saúde bucal, ou seja, um aumento superior a 400% de alcance do serviço.
“Chegamos a alcançar mais 4.200 municípios com as equipes de saúde bucal da família. Foram implantados mais de 1.554 CEOS [Centro de Especialidades Odontológicas], em mais de mil municípios brasileiros e 1.798 laboratórios de prótese dentária, alcançando a cobertura para a população de dois mil municípios”, enumerou.
O Ministério da Saúde prevê que o atendimento odontológico contemplará 805 municípios, com 3,7 mil novas equipes e 630 serviços inéditos em unidades de atendimento. Para isso funcionar, serão desembolsados R$ 136 milhões em 2023. As unidades federativas que receberão os maiores valores são Minas Gerais, com R$ 20,5 milhões, e Bahia, com R$ 17 milhões.
O presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), José Carrijo Brom, lembrou que o ato de hoje tem relação com a retomada de “seis anos de estagnação e retrocesso” no tema, assim como com um subfinanciamento que refletiu na aplicação da lei em saúde bucal.
Escolas públicas Lula aproveitou para criticar o governo de Jair Bolsonaro (PL). “Vocês não têm noção de como foram destruídas as coisas que levamos 13 anos para fazer. Em quatro anos, destruíram coisas que demoramos 13 anos para fazer. Esta semana vou lançar a retomada de 4 mil obras paralisadas em escolas públicas. Temos várias outras coisas para recuperar”, disse.
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) disse no início da tarde desta segunda-feira (8) que os senadores aprovarão com urgência a proposta de arcabouço fiscal enviada pelo governo Lula (PT) ao Congresso. A fala ocorreu durante evento da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na capital paulista.
“[O arcabouço] É uma opção do novo governo, nós vamos aceitar. Já foi encaminhado o projeto de lei complementar, será aprovado certamente na Câmara dos Deputados, chegando no Senado Federal nós também o aprovaremos com o sentimento de urgência que o caso impõe”, afirmou Pacheco. Para o parlamentar, a responsabilidade fiscal é fundamental e o novo arcabouço pode atingir este objetivo. Ele elogiou o Teto de Gastos, que congelou as despesas públicas e foi aprovada no governo de Michel Temer (MDB), em 2016.
Pacheco declarou que o Teto “foi fundamental para o Brasil enfrentar as crises que enfrentou, inclusive a pandemia, porque permitiu ao estado brasileiro ter responsabilidade fiscal que fizesse com que nossa economia fosse resiliente e que se evitasse uma gastança pública desenfreada.
Ainda em fala ao empresariado, o presidente do Senado foi de encontro ao governo Lula ao considerar que a atual taxa de juros do país, definida em 13,75% pelo Banco Central, interfere na economia nacional.
No dia 4 de maio, Lula criticou o presidente do BC, Roberto Campos Netto, após o banco manter a taxa de juros. “É engraçado, é muito engraçado o que se pensa neste país. Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros. Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, disse.
Em sua fala na Fiesp, o senador Pacheco defendeu juros mais baixos, como tem defendido Lula e o ministro da Economia, Fernando Haddad, desde que respeitada a autonomia do BC — tema aprovado pelo Congresso.
“Eu vejo absolutamente possível se ter uma redução gradativa a partir de agora dessa taxa básica de juros, obviamente respeitando aquilo que nós concebemos no Congresso Nacional, que foi a autonomia do Banco Central, a tecnicidade das decisões do Banco Central”, afirmou. “É um anseio do presidente da República eleito com 60 milhões de votos, que nós possamos ter paulatinamente essa redução da taxa de juros”.
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite deste domingo (7), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, criticou o negacionismo e as falhas da gestão de Jair Bolsonaro (PL) no combate à Covid-19 e afirmou que esses fatos não podem ser esquecidos.
“Não podemos esquecer, precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno”, disse a ministra.
Ela ainda afirmou que muitas vidas poderiam ter sido salvas e elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua fala de pouco mais de cinco minutos.
“Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas —2,7% da população mundial vive em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes. Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e fossem as obrigações de governante de proteger a população do país”, afirmou ainda a ministra.
Na sexta-feira (5), após mais de três anos e quase 7 milhões de mortes em todo o planeta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que a Covid-19, pandemia mais devastadora do século 21, não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii).
A condução do governo Jair Bolsonaro (PL) no combate ao coronavírus incluiu uma sequência de erros , como ausência de uma política organizada de controle da doença, troca em série de ministros, aposta em remédios sem eficácia, apagamento de dados e atrasos na compra de vacinas , entre outros pontos.
Atualmente, o Brasil é o segundo país em número acumulado de mortes pela Covid, atrás apenas dos Estados Unidos . Desde o início da pandemia, são 701 mil mortes. Na prática, é como varrer do mapa uma capital inteira, como Cuiabá ou Aracaju, ou até 336 cidades de menor porte.
A ministra aproveitou o pronunciamento deste domingo para defender a vacinação contra a Covid, ressaltando a campanha do Ministério da Saúde, estados e municípios pela vacinação de reforço para a Covid-19.
Ela destacou que a maioria das internações e mortes é de pessoas sem o esquema vacinal completo e fez um apelo para que a população se vacine e que estados e municípios mantenham o rastreamento da doença ativa.
“Entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas. Infecções pelo vírus Sars-CoV-2 vão continuar e devemos manter os cuidados. Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos.”
Nísia também fez vários elogios ao SUS, ocasião em que citou o nome de Lula.
“Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limite das trabalhadoras e trabalhadores da saúde. A eles, agradeço em meu nome e em nome do presidente Lula, que tem se dedicou desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS”, acrescentou.
O número de autuações contra garimpos ilegais cresceu 70% nos primeiros quatro meses de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado.
Foram 121 no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra 71 no primeiro quadrimestre de 2022, ainda durante a Presidência de Jair Bolsonaro (PL). Na comparação com igual intervalo de 2021, o aumento é ainda maior, de 188%.
O levantamento foi feito pelo escritório Rosenthal Advogados Associados com base em dados abertos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Os dados se referem à exploração ilegal de ouro, diamante e cassiterista em garimpos clandestinos.
O aumento da fiscalização tem relação direta com a troca de governo. Na gestão anterior, abertamente defensora do garimpo em terras indígenas, o controle foi afrouxado, especialmente durante a passagem do atual deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) pelo Ministério do Meio Ambiente .
Outra medida que deve ajudar no combate ao garimpo ilegal é o fim da presunção de boa-fé na origem do ouro, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada.
“Lamentavelmente, como demonstram os números, a presunção da boa-fé se mostrou ineficaz. Dessa forma, é imperioso criar a cirurgia que dificultem o garimpo ilegal e as eficácias da proteção às reservas ambientais do país”, diz o advogado criminalista Sérgio Rosenthal.
O número de mortos em enchentes que devastaram dois vilarejos no leste da República Democrática do Congo na semana passada mais do que dobrou, para 401, disse um governador de província nesta segunda-feira (8), tornando-se um dos desastres naturais mais letais na história recente do país.
Mais corpos estavam sendo recuperados nesta segunda-feira, somando-se às dezenas de outros que foram embrulhados em sacos e empilhados em valas comuns no fim de semana, disseram fontes da sociedade civil.
Os vilarejos de Bushushu e Nyamukubi no território de Kalehe, província de Kivu do Sul, foram inundados na quinta-feira depois que dias de chuva torrencial causaram deslizamentos de terra e transbordaram rios.
Ao menos 176 pessoas foram declaradas mortas na sexta-feira, enquanto trabalhadores humanitários vasculhavam os vilarejos devastados para recuperar corpos cobertos de lama dos escombros, com centenas de pessoas ainda desaparecidas.
O governador de Kivu do Sul, Theo Ngwabidje Kasi, disse nesta segunda-feira que o número de mortos agora é 401. Ele não forneceu mais detalhes.
“É a pior enchente que já tivemos”, afirmou o representante da sociedade civil Christian Zihindula Bazibuhe, acrescentando que corpos ainda estavam flutuando no lago Kivu.
As temperaturas mais altas devido às mudanças climáticas estão aumentando a intensidade e a frequência das chuvas na África, de acordo com especialistas em clima da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Exército contratou, em março deste ano, o serviço de um empresário suspeito de participar de um esquema de garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi.
Rodrigo Martins Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, é alvo da Polícia Federal em investigações que apuram o financiamento da atividade irregular em área de proteção. Ao mesmo tempo, sua empresa, a Cataratas Poços Artesianos, recebeu R$ 185 mil para perfurar poços artesianos na região.
A contratação foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e confirmada pelo “O Globo”.
Presença de infratores na terra ianomâmi O Ministério Público Federal de Roraima (MPF-RR) solicitou à Justiça Federal a suspensão da contratação e proibição de acesso dos envolvidos ao território. Segundo o MPF, a presença da empresa no local teria “o potencial de ser utilizada como tentativa de conferir legitimidade à manutenção da presença de infratores” na terra ianomâmi.
No pedido, o MPF diz que os investigados pela PF ajudavam a manter os grupos ilegais de garimpo no estado, fornecendo o transporte de combustíveis e operações irregulares com aeronaves. A empresa contratada pelo Exército, segundo a Procudoria, também teria promovido a extração de minérios em regiões da terra ianomâmi e comercializado.
Contratação pelo Exército A contratação foi feita pelo 6º Batalhão de Engenharia de Combate, do Comando Militar da Amazônia, do Exército, para aumentar a quantidade de água disponível no 4º Pelotão Especial de Fronteira durante a operação de socorro aos indígenas na região de Surucucu. A empresa foi escolhida por cobrar o menor preço e, de acordo com o Exército, não cabia à unidade analisar os problemas judiciais de “eventuais proprietários da Cataratas”.
O juiz Rodrigo Mello decidiu que a Cataratas deve se retirar do local após o término da perfuração dos poços artesianos, “sem prejuízo da execução do objeto dos contratos firmados”.
Crimes e inquéritos de Rodrigo Cataratas Rodrigo Cataratas foi indiciado em cinco inquéritos da PF que tratam sobre lavagem de dinheiro, associação criminosa, crime ambiental, usurpação de matéria-prima da União, exploração ilegal de ouro na terra ianomâmi e outros crimes correlacionados. Em 2021, nove aeronaves que estavam em nome de suas empresas, além de peças usadas para montar os chamados helicópteros “frankenstein” utilizados no garimpo, foram apreendidas pela PF e o Ibama.
Uma das empresas da qual é dono, a Tarp – Táxi Aéreo Ltda., já havia sido contratada pelo governo no passado. A firma recebeu R$ 29,1 milhões em contratos com o governo federal assinados entre setembro de 2016 e dezembro de 2018, sendo a maioria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
“O Globo” entrou em contato com a defesa da Cataratas Poços Artesianos para pronunciamento sobre o caso, mas não obteve retorno.
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte realizou na última sexta-feira, dia 05 de maio, uma Sessão Solene em homenagem ao Dia do Líder Comunitário. Na ocasião, o curraisnovense Marcos Vinicius, mais conhecido como Garibaldinho do Seridó, foi homenageado pelos seus relevantes serviços prestados à comunidade local.
A propositora da sessão solene, Deputada Terezinha Maia, e o propositor da homenagem, Deputado Ubaldo Fernandes, destacaram a importância do trabalho de lideranças comunitárias como Garibaldinho, que dedicam suas vidas em prol do bem-estar e desenvolvimento de suas comunidades.
Marcos Vinicius, que é reconhecido por sua atuação na defesa dos direitos dos moradores do Seridó, agradeceu a homenagem e reafirmou seu compromisso com a luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
A Sessão Solene contou com a presença de autoridades locais e representantes de entidades civis, que também destacaram a importância do papel dos líderes comunitários na construção de uma sociedade mais solidária e participativa.
A ultradireita foi a grande vencedora da eleição do conselho que discutirá a nova Constituição do Chile , impondo mais uma derrota ao presidente Gabriel Boric, de esquerda.
O país foi às urnas neste domingo (7) depois de ter rejeitado uma primeira versão do texto em setembro.
Com quase 100% das mesas apuradas, o Partido Republicano conseguiu o maior número de representantes (22 dos 50 conselheiros). Em segundo lugar, veio o grupo governista de esquerda Unidad para Chile (17 vagas). Na sequência, apareceu a lista Chile Seguro, da direita tradicional (11 vagas).
Um candidato indígena também levou a 51ª cadeira. Não havia um sistema de “cotas” para indígenas, mas, se os dois postulantes nessa condição conseguissem ultrapassar 1,5% dos votos totais, o mais votado se somaria aos outros 50, como aconteceu.
Já a coalizão de centro-esquerda Todo por Chile e o Partido de la Gente, mais à direita, não conseguiram nenhuma vaga, assim como os três candidatos que concorreram de forma independente.
Somando as listas, a direita terminou com a maioria absoluta de 33 cadeiras, mais do que as 31 necessárias para aprovar mudanças. Por outro lado, a esquerda não conseguiu as 21 que precisaria para vetar medidas provisórias com as quais não concordam.
Na prática, se quiser, a direita poderá conversar sozinha para redirigir a nova Constituição do país. O resultado é considerado histórico no Chile, que nunca uma vitória desse lado do espectro político viu eleições próximas com essa, como as legislativas.
Formado em sua maioria por políticos, o conselho vai receber em junho um pré-projeto que está sendo escrito por 24 especialistas, principalmente juristas, e vai debatê-lo até outubro. Após alguns trâmites, a proposta de Carta passará por um novo plebiscito em dezembro.
Além de uma base, esses conselheiros deveriam cumprir 12 princípios já acordados, como a constatação de que o Chile é uma república democrática, com um Estado unitário, descentralizado e formado pelos Três Poderes.
Também já é consenso que Banco Central, Justiça Eleitoral, Ministério Público e Controladoria são independentes. A nova Carta substituirá a que está em vigor, de 1980, da ditadura de Augusto Pinochet.
Esta eleição, com voto obrigatório, foi considerada uma regra da popularidade de Boric , desgastado pelo fracasso da última tentativa e por outras derrotas políticas recentes . Também era esperado que o pleito medisse o fortalecimento da direita , impulsionado por crises na economia e na segurança.
Em entrevista coletiva após a contagem, o presidente pediu que o conselho eleito “atue com sabedoria e moderação”, buscando acordos. “Uma Constituição deve durar décadas, e é por isso que devemos ser capazes de fechar com sucesso esse debate”, declarou.
O resultado deve trazer ainda mais dificuldades para a sua governabilidade. Ele já teve que fazer duas reformas ministeriais importantes desde que assumiu o país, em março de 2022, para levar o governo mais ao centro do espectro político , após sofrer a rejeição da reforma constitucional e também da tributária.
“É uma vitória absoluta do Partido Republicano e um desempenho do partido governista muito aquém das expectativas, assim como da centro-direita, o Chile Seguro”, diz o advogado e analista político Esteban Montoya, que foi assessor do ex-presidente Sebástian Piñera, de direita.
As três principais pautas do Partido Republicano são a segurança, uma posição anti-imigração e um sistema econômico que depende mais para o privado do que para o público. A sigla também é muito criticada por defensores de aspectos da ditadura de Pinochet.
O pleito deste domingo foi marcado por um clima de apatia entre os chilenos. Eles foram às urnas pela sétima vez em pouco mais de dois anos, considerando a soma de eleições municipais, estaduais e presidenciais, além de primárias e plebiscitos.
Por isso havia uma expectativa negativa sobre o nível de participação da população neste domingo. A contagem do Serviço Eleitoral do Chile (Servel) aponta que 81% dos eleitores foram votantes, menos do que os 86% do plebiscito que acabaram rejeitando a primeira redação.
A percepção era a de que as pessoas estavam em outra sintonia. Depois de uma década de estabilidade, o país vive retração econômica, com alta da liberdade, da pobreza, da informalidade e dos crimes. Também passa por uma crise migratória, com a chegada de venezuelanos e peruanos .
Esses temas pautaram a campanha morna desse pleito, que durou apenas duas semanas e se concentrou nas redes sociais, sem muitos eventos nas ruas nem debates programáticos. Segundo analistas, a discussão foi mais identitária, entre esquerda e direita.
A demanda por uma nova Carta Magna começou no final de 2019, com o que ficou conhecido como “estallido social” : protestos em massa que tiveram como gatilho o aumento do valor da passagem de metrô. Algo parecido com os atos de junho de 2013 no Brasil, só que mais extenso e violento.