Em levantamentos realizados nos últimos anos, a Força Aérea Brasileira (FAB) chegou a encontrar até 908 militares da ativa filiados a partidos políticos em 2020, segundo ano do governo Jair Bolsonaro, o que contraria a proibição imposta pela Constituição Federal. Militares da ativa não podem ser filiados a partidos.
Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a coluna questionou o Exército, a Marinha e a Aeronáutica sobre quantos militares da ativa estavam filiados a partidos políticos no último levantamento realizado pelas Forças.
O Comando da Aeronáutica foi o único a saber responder ao pedido, informando que, em 2020, encontrou 908 registros de filiações, e em 2021, 221 registros.
“Esses levantamentos tiveram e têm por base orientar os militares para que constantemente consultem o site da justiça eleitoral a fim de não serem surpreendidos com filiações partidárias que não deram causa, em cumprimento às disposições contidas no art. 142, § 3º, inciso V, da Constituição Federal, que veda a filiação partidária de militares enquanto em serviço ativo”, informou a FAB.
A Aeronáutica respondeu ainda que mantém um aviso no “Portal do militar” orientando os integrantes da Força a sempre consultarem o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para checar eventuais filiações.
O Exército disse não saber quantos militares da ativa são filiados. A Marinha informou que fez apenas um levantamento por amostragem no primeiro trimestre de 2023, mas não informou quantas filiações encontrou nessa amostra.
Em março, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica pediram que seus integrantes da ativa seguissem o que determina a Constituição e se desfiliassem de partidos políticos em até 90 dias.
Em entrevista à repórter Mônica Gugliano, em 19 de abril, Tomás Paiva, comandante do Exército, admitiu que houve politização dos quartéis no governo Bolsonaro, e disse que isso foi um erro. “Temos que passar essa percepção exata de que política é fora dos quartéis”, afirmou.
Se o STF concordar com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Sergio Moro, o ex-juiz será o primeiro parlamentar a ser condenado por calúnia desde 1988, quando foi aprovada a atual Constituição.
Em denúncia enviada ao STF no último dia 17, a PGR considerou que Moro cometeu calúnia contra o ministro do STF Gilmar Mendes ao afirmar, em tom de brincadeira, que Mendes vende sentenças judiciais. Moro negou ter ofendido o ministro e disse que as falas foram retiradas de contexto, já que teriam sido ditas num casamento de festa junina.
Nos últimos 35 anos, o Supremo condenou 28 parlamentares criminalmente. Nenhum por calúnia. O levantamento foi feito pelo advogado Leonardo Estephan, do podcast STF em foco.
Os processos contra parlamentares no STF caíram desde 2018, quando o tribunal restringiu o foro privilegiado. Desde então, o Supremo só julga casos que tenham relação com o mandato dos parlamentares. Antes disso, era comum que deputados e senadores fossem condenados por crimes cometidos quando eram prefeitos, por exemplo.
O Comitê de Política Econômica do Banco Central vai se reunir entre os dias 2 e 3 de maio para definir o rumo do juro básico no país. Os membros do Comitê decidirão se a taxa básica de juros aumenta, diminui ou se mantém estável.
A taxa Selic hoje é de 13,75% ao ano, o que tem gerado atritos entre a autoridade monetária e uma parcela da classe política.
Na última reunião, concluída no dia 22 de março, o Banco Central manteve a taxa sem ajustes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive uma queda de braços contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado no governo de Jair Bolsonaro, cujo mandato vai até 2024.
O Banco Central acredita que os juros altos manterão a inflação controlada, dada a situação mundial pós-pandemia e devido à guerra na Ucrânia. Por outro lado, governistas alegam que a Selic está acima do aceitável e que isso estagna a economia.
A Justiça Federal anulou, neste sábado (29), a decisão que suspendeu o funcionamento do Telegram no Brasil. A plataforma de mensagens estava indisponível no país desde a última quarta-feira (26).
Na decisão, o desembargador Flávio Lucas, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, argumenta que a ordem de suspensão completa do serviço “não guarda razoabilidade, considerando a afetação ampla em todo território nacional da liberdade de comunicação de pessoas absolutamente estranhas aos fatos sob apuração”.
O magistrado, no entanto, manteve a multa diária de R$ 1 milhão aplicada pela primeira instância, pelo descumprimento da determinação de fornecer os dados “de todos os usuários” do canal “Movimento Anti-Semita Brasileiro” e do chat “(suástica) Frente Anti-Semita (suástica)”, principalmente do(s) seu(s) administrador(es).
Ainda na decisão, Flávio Lucas ressaltou que a regulamentação das redes sociais no país ainda é insuficiente para evitar abusos e proteger usuários e sociedade.
Ele também chamou atenção para o fato de que o Telegram tem tido “historicamente embates com o Poder Judiciário, por não atender as solicitações de fornecimento de dados”.
“É preciso que as empresas de tecnologia compreendam que o cyberespaço não pode ser um território livre, um mundo distinto onde vigore um novo contrato social, com regras próprias criadas e geridas pelos próprios agentes que o exploram comercialmente. As instituições e empresas, tal qual a propriedade privada, devem atender a um fim social, devem servir à evolução e não ao retrocesso”, destacou o magistrado.
Relembre histórico do Telegram até suspensão Primeiro pedido da Polícia Federal No dia 14 de abril de 2023, a PF entrou na Justiça contra o Telegram por uma investigação com a Polícia Civil para tentar identificar o financiador de um menino de 16 anos que matou três professoras e uma criança em Aracruz (ES), em 2022.
A apuração mostrou que o menino participava de um grupo que tinha conteúdo extremista. Assim, a corporação investigava possível corrupção de menor para praticar ato criminoso, pois descobriu que, através do Telegram, ele recebia “material antissemita, racista e de instruções para ataques terroristas”.
O suspeito participava de um grupo chamado “Movimento Anti-Semita Brasileiro”, que tinha uma suástica nazista como foto de perfil.
Segundo a polícia, nele era divulgado “tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”, que podem ter induzido o jovem a cometer o crime.
As autoridades chegaram até o grupo através de análise conjunta com a Polícia Federal e Polícia Civil do celular apreendido do menino. A PF pediu à Justiça que fosse determinado que o Telegram fosse obrigado a disponibilizar a identificação dos usuários, dos administradores dessa página.
A polícia pontua, entretanto, que um mecanismo na plataforma possibilita que o administrador do canal permaneça oculto para os outros usuários, impedindo que sejam identificadas no próprio aplicativo, sendo necessário a solicitação para a empresa.
Segundo pedido da Polícia Federal Após a recusa de cumprimento da ordem judicial, a Polícia Federal reforça que o chat em questão continuava ativo e citam que a não cooperação “torna a plataforma um meio de práticas criminosas mais abomináveis”.
Ainda segundo a corporação, isso se reproduz em outros casos relacionados ao aplicativo, por exemplo com negativas de fornecimento de dados de autores de abusos sexuais infantis, que “compartilham livremente o conteúdo na plataforma sob a garantia do anonimato e da impunidade”.
É ratificado, então, no dia 25 de abril o pedido para ter acesso aos dados, que estaria havendo descumprimento do Marco Civil da Internet e que a plataforma deveria ser suspensa.
Suspensão do Telegram Na decisão mais recente, que suspendeu o aplicativo temporariamente do Brasil, o juiz responsável afirmou que não se sustenta a argumentação do Telegram que não conseguiriam repassar os dados solicitados devido o grupo ter sido excluído há mais de seis meses.
A resposta dada foi considerada “precária” pela Justiça. No caso de um dos canais, o Telegram informou que, apesar do canal já ter sido deletado, havia um usuário, um número de telefone e um IP vinculados ao administrador dele.
Em relação ao segundo canal, a plataforma disse “com base no ID fornecido, foi possível identificar que o grupo já foi deletado. Assim, para recuperar dados privados de seu administrador, é necessário o seu número de telefone”.
No entendimento da Polícia Federal, “a despeito da resposta dentro do prazo, as informações fornecidas não atendem à ordem judicial. Salienta-se que a determinação era para que o Telegram encaminhasse os dados cadastrais de TODOS os integrantes do canal e do grupo de chat”.
A decisão judicial concorda: “O Delegado de Polícia Federal peticionante tem razão ao argumentar que o cumprimento deficitário da ordem judicial pelo Telegram não se justifica.”
Também foi aplicada multa de R$ 1 milhão por dia até o cumprimento.
Sem previsão de agendas públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para São Paulo na manhã deste sábado (29) para participar do enterro da afilhada. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom), que não deu mais detalhes, pedindo respeito ao momento pessoal e delicado atravessado pelo mandatário.
Ainda não há confirmação sobre quando Lula deve retornar a Brasília. Na semana passada, o presidente havia confirmado presença no tradicional ato nacional organizado por centrais sindicais pelo Dia do Trabalhador, na próxima segunda (1º), no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A presença dele no evento, entretanto, passou a ser dúvida. Até o momento, a Secom não confirma se o presidente voltará a Brasília ou se permanecerá em São Paulo para o evento de segunda, tampouco se ele comparecerá mesmo ao ato, como é aguardado pelas centrais. Em anos anteriores, Lula sempre participou do evento.
Salário mínimo Há a expectativa também de que Lula assine até o dia 1º de maio o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320. O anúncio, inclusive, estava previsto para ser feito durante o ato nacional pelo Dia do Trabalhador, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Marinho disse já ter assinado a Medida Provisória com o aumento, mas não esclareceu se a medida será publicada no Diário Oficial da União no próprio feriado ou antes, em edição extraordinária.
O Banco do Brasil (BB) vai cancelar o patrocínio com a Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, em Ribeirão Preto, após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ser “desconvidado” por causa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse que “na medida em que o evento perde sua característica institucional e na medida em que houve essa descortesia com o ministro e com o Banco do Brasil que iria acompanhá-lo no evento, não se justifica mais o patrocínio”, comentou. Quem também se pronunciou sobre o episódio foi o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Mais cedo, ele contestou o patrocínio da instituição. “Se a Agrishow não quer o governo federal no evento, não sei se o Banco do Brasil e o governo federal deveriam continuar patrocinando o evento”, escreveu no Twitter. Fávaro decidiu não participar da abertura da Agrishow, marcada para a próxima segunda-feira, 1º, devido a presença de Bolsonaro no evento. O ministro foi avisado na última terça-feira, 25, por Francisco Matturro, presidente da feira internacional, sobre a ida do ex-presidente. Nas eleições de 2022, o agronegócio, em sua maior parte, apoiou a candidatura de Bolsonaro. Em relação ao patrocínio, por meio de sua assessoria, a Agrishow disse que não vai comentar o assunto enquanto não for notificada oficialmente pelo banco, que é um dos principais patrocinadores financeiros do evento. Para se ter ideia, nesta edição o Banco do Brasil tem previsão de gerar R$ 1,5 bilhão em negócios na feira agrícola.
No mês abril deste ano, lojistas e comerciantes relatam queda das vendas no varejo em comparação com 2022. Os acontecimentos do mês de março, bem como cenário econômico, como aumento de 2% do ICMS que passou a valer no dia 1º deste mês e endividamento das famílias são alguns dos motivos relatados. Em alguns setores, como de supermercados, influenciado pelo feriado da Páscoa, houve recuperação. No entanto, empreendimentos como lojas de roupas e variedades relatam queda de até 40% nas vendas. Em março passado, o Rio Grande do Norte apresentou maior queda do Brasil no setor, cerca de 11,3% de acordo com o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo.
As vendas deste mês ainda foram melhores do que as de março, quando o setor registrou queda entre 70% e 80%, de acordo com o presidente de Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba), Matheus Feitosa. No entanto, ele diz que ainda apresentam diminuição de 30% a 40% a depender do setor, em comparação com o mesmo mês do ano passado. “A gente sentiu uma queda de fluxo de pessoas no Alecrim. Tinha clientes comprando, tinha, mas a gente via as ruas praticamente sem movimento”, disse. No ultimo final de semana, a movimentação foi maior devido a tradicional feira do Alecrim, segundo Feitosa.
Nos shoppings também é observada a diminuição, a exemplo do Midway, segundo o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping, Marcelo Rique. Por lá, o desempenho das vendas chega, em média, 15% a menos. “Abril foi melhor do que março em função de que março foi muito ruim”, disse. O alto endividamento das famílias foi um dos motivos descritos. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,9% da população está endividada em 2023.
De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL), José Lucena, vestuário e calçados são os setores que mais sofrem atualmente. “Tem alguns ramos que estão andando bem, mas a parte de vestiários e calçados estão andando meio de lado, e eu acredito que não chegue ao que atingiu o mês de abril do ano passado”, disse. Nesses segmentos, ele afirma que a diminuição fica entre 5% e 7%. Os feriados também retraem o comércio varejista da cidade, já que as pessoas costumam gastar em outros setores, como viagens e saem de Natal.
Para a gerente de uma loja de variedades no Alecrim, Ana Lídia, 35 anos, o comércio apresenta constante queda desde fevereiro, embora a redução nas vendas tenha sido mais acentuada em março e abril. “Antes dos atentados já estava muito fraco, mas esse mês foi pior. A gente não chega a vender nem 50%, mas esperamos que a próxima semana dê uma melhorada porque está chegando o dia das mães”, relata.
No mês de março deste ano, o Rio Grande do Norte teve um saldo negativo de 78 postos de trabalho, na diferença entre contratações e demissões. Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No ano, o RN é um de dois estados com mais desligamentos de trabalhadores do que admissões.
Dois setores puxaram o saldo negativos de emprego no mês de março: Agropecuária e Indústria. O primeiro contou com a contratação de 432 trabalhadores, enquanto houve 1.990 demissões o que representa um saldo de -1.558. Já o segundo teve a admissão de 2.323, enquanto 3.668 pessoas foram desligadas do posto de trabalho, resultando em um saldo de -1.345.
Em contraste, os setores de serviços, com 7.704 contratações e 6.626 demissões; construção, com 3.003 contratações e 2.114 demissões; e comércio, com 4.573 contratações e 3.715 demissões, tiveram saldos positivos de emprego.
No ano, o Rio Grande do Norte conta com o total de 49.168 contratações, contra 49.209 demissões. Ou seja, um saldo negativo de 41 postos de trabalho. A Paraíba (-1.952) é o outro estado que mais perdeu vagas de emprego do que criou no período, com 47.248 admissões e 49.200 desligamentos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, nesta sexta-feira (28/4), a manutenção da bandeira tarifária verde em maio, ou seja, sem cobrança de taxa extra na conta de luz.
A expectativa da Aneel é manter a bandeira tarifária verde durante todo o ano de 2023. A manutenção se dá pelo alto nível de armazenamento nas hidrelétricas, responsáveis por grande parte da geração de energia no país.
“A oferta abundante de recursos de origem hidráulica tem proporcionado condições favoráveis para a produção de energia no país. O nível de armazenamento dos reservatórios atingiu 87% em média no início do período seco, o que explica o cenário favorável do momento”, destacou a Aneel em nota.
Veja o custo extra de cada bandeira na conta de luz: Bandeira verde: não há cobrança adicional;
Bandeira amarela: R$ 2,989 por 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos;
Bandeira vermelha patamar 1: R$ 6,500 por 100 kWh consumidos; e
Bandeira vermelha patamar 2: R$ 9,795 por 100 kWh consumidos.
As bandeiras tarifárias foram criadas em 2015 com o objetivo de repassar ao consumidor o custo da produção de energia no país. Caso os reservatórios das hidrelétricas apresentem um baixo nível, as bandeiras amarela e vermelha podem ser acionadas.
Está tudo bem ser solteiro. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta quarta (26) pela Igreja Anglicana da Inglaterra, que diz apoiar uma sociedade mais diversa e em evolução. Segundo o documento, as pessoas solteiras devem ser tão valorizadas quanto aquelas que estão em um relacionamento.
No relatório chamado “Love Matters” (amor importa, em português), a instituição afirma que os solteiros devem ser acolhidos “no coração da sociedade”. Também lembra que Jesus não se casou. Isso, aliás, serve de justificativa para a igreja celebrar a “solteirice”.
A Igreja Anglicana da Inglaterra tem passado por transformações nos últimos tempos. Começou a ordenar mulheres ao sacerdócio em 1994 e bispas em 2014. Em janeiro, pediu desculpas pelos vínculos econômicos que uma de suas organizações teve com a escravidão.
A comissão para examinar os relacionamentos e a família foi criada em 2021 sob a justificativa de que a vida no século 21 é fluida e diversificada. “Temos uma incrível oportunidade de reimaginar uma sociedade diversa em que todos os relacionamentos são valorizados, promovendo a estabilidade que nos permite prosperar em uma variedade de famílias, inclusive com solteiros”, diz o documento.
Os solteiros não devem ser considerados “menores” em relação aos casais, defende o relatório. “Honre e celebre a condição de solteiro, seja por escolha ou circunstância, e reconheça o lugar pleno deles na igreja e na sociedade.”
O texto afirma que o número de solteiros vem crescendo, já que hoje os jovens hoje focam mais a carreira e outros objetivos antes de se casarem. E pontua que nem por isso os valores da família e do casamento estão em declínio.
Quem mora sozinho não necessariamente é solitário ou isolado, especialmente se existir uma rede de apoio, observa o documento, que discute ainda os impactos da pandemia na vida solteiro.
A Igreja Anglicana da Inglaterra, fundada em 1534 e que tem como chefe o monarca do Reino Unido (hoje o rei Charles 3º), é a matriz da Comunhão Anglicana, que reúne 85 milhões de adeptos em 165 países.
Nos últimos dias, a instituição também tem promovido debates sobre como lidar com os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e como acolher ativistas LGBTQIA+ que lutam pelos mesmos direitos dos cristãos heterossexuais.
Um dos homens mais ricos do Brasil e personagem central na Operação Lava Jato, o executivo Marcelo Odebrecht passou os dois últimos anos trabalhando no setor administrativo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Há três meses, terminou de cumprir a pena a que foi sentenciado por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. E voltou a ser de novo um homem livre.
Marcelo começou a bater ponto no hospital em junho de 2021, e trabalhou lá até o dia 26 de janeiro deste ano. Discreto, o executivo conseguiu passar despercebido para médicos e funcionários da instituição. Poucos sabiam de sua presença no prédio do complexo.
O ex-presidente da empreiteira Odebrecht ia ao hospital duas vezes por semana. Fazia serviços administrativos e auxiliava em discussões de melhorias de processo e da execução de revisão de fluxo de trabalho.
Atendia também a demandas administrativas gerais nas áreas subordinadas à superintendência e à chefia de gabinete.
O HC fez um convênio em 2018 com a Central de Penas e Medidas Alternativas da Justiça Federal de SP (Cepema), que acompanha o cumprimento das penas restritivas de direitos no estado. Marcelo Odebrecht foi uma das 50 pessoas que passaram pelo hospital para prestar serviços à comunidade e cumprir a pena alternativa.
O ex-empreiteiro foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo então juiz Sergio Moro em 2016. Fez acordo de delação que reduziu a pena para dez anos. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reduziu o período para sete anos, agora já cumpridos.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), o mesmo que tentou entregar a réplica de um “feto” ao ministro dos Direitos Humanos, deverá ser indicado como membro titular da CPMI das invasões golpistas do 8 de janeiro.
Embora seu partido tenha apenas ele como representante no Senado, Girão conseguiu a vaga por integrar um bloco com o PL, partido de Jair Bolsonaro e que tem a segunda maior bancada da Casa, com 12 senadores.
O bloco PL-Novo terá direito a duas vagas de titulares e duas suplências. Além de Girão, o outro titular será o senador Magno Malta (PL-ES). Já os suplentes devem ser Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jorge Seif Jr. (PL-SC).
A CPMI foi criada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na útlima quarta-feira (26/4). Ainda não há, porém, uma data definida para iniciar os trabalhos da comissão.
Depois do advogado da vítima, agora a Justiça da Suíça também confirma que havia sêmen de Cuca no corpo da menina de 13 anos que teria sofrido crime sexual por jogadores do Grêmio em 1987.
A informação foi publicada pelo site GE, que entrou em contato com Barbara Studer, diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna, na Suíça.
Apesar do processo estar em segredo de Justiça por 110 anos, Studer aceitou mostrar uma página do documento à reportagem. Nela está o início da sentença do caso, na qual constam os nomes de Alexi Stival (Cuca), Henrique Etges, Eduardo Hamester e Fernando Castoldi.
Studer ainda confirmou que uma reportagem publicada em 1989 pelo jornal suíço Der Bund está correta, incluindo a informação expressa de que havia sêmen de Cuca no corpo da jovem vítima.
Cuca só vai se pronunciar através de advogados A confirmação volta a refutar a versão de Cuca, que deixou o cargo de técnico do Corinthians na última quinta-feira. Desde que foi anunciado pelo clube, o treinador alegou que era inocente e que não havia participado do crime.
Um dia antes de confirmar sua saída do Corinthians após apenas dois jogos, Cuca soltou uma nota oficial assinada por seus advogados. Nela, o treinador voltou a afirmar que “refuta as acusações que lhe são atribuídas, que remontam há mais de trinta anos e que foram investigadas e apuradas na ocasião”.
A nota diz ainda que, a partir de então, “ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça”.
O posicionamento era uma resposta à afirmação de Willi Egloff, advogado que acompanhou a vítima de estupro na Suíça em 1987, ao UOL Esporte de que Cuca tinha sido reconhecido pela garota, que na época tinha 13 anos.
“A declaração de Alexi Stival é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor”, afirmou o advogado suíço.
O advogado também confirmou a afirmação do Jornal Der Bund, de Berna, que, em 1989, publicou que foi entrado sêmen de Cuca no corpo da menina.
“É correto que o sêmen de Alexi Stival foi encontrado no corpo da garota. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.”
Entenda o caso Em 1987, Cuca era jogador do Grêmio e, durante uma excursão do clube à Europa, acabou detido junto de três companheiros (Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi), sob a alegação de terem tido relações sexuais com uma adolescente de 13 anos. O quarteto ficou preso por 30 dias na Suíça e depois retornou ao Brasil.
A condenação foi dada dois anos depois, em 1989. O técnico declarou que não tinha conhecimento do julgamento e, por isso, não se defendeu na Justiça.
“O meu erro foi não ter me defendido. Eu não tinha dinheiro para me defender e eu nem soube que tinha sido julgado. Nós ficamos lá para a averiguação. Por três vezes a moça esteve lá na frente. Não é que ela não me reconheceu. Eu não estava. A vítima é a moça. Se a vítima fala que eu não estava e eu juro por Nossa Senhora que eu não estava, como posso ser condenado pela internet?”, questionou na coletiva.
Em 2021, numa entrevista à jornalista Marília Ruiz ao lado da mulher e de suas filhas, Cuca negou o estupro:
“Não houve estupro como falam, como dizem as coisas. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, tentativa de abuso ou coisa assim. Eu estava no Grêmio havia duas ou três semanas apenas, não conhecia ninguém. Eu jamais toquei numa mulher indevidamente ou inadequadamente”.
Um tribunal holandês ordenou nesta sexta-feira (28) que um homem que os juízes dizem ser pai de 500 a 600 crianças em todo o mundo pare de doar esperma.
O holandês de 41 anos, identificado pelo jornal De Telegraaf como Jonathan Meijer, foi proibido de doar mais sêmen para clínicas, disse a decisão do tribunal. Ele pode ser multado em 100 mil euros por infração à decisão.
O tribunal também ordenou que Meijer escreva para clínicas no exterior pedindo que destruam qualquer sêmen dele que tiverem em estoque, exceto doses reservadas para pais que já tiveram filhos com ele.
A decisão veio após um processo civil iniciado por uma fundação que representa os interesses de crianças de doadores e pais holandeses que tiveram Meijer como doador.
Eles argumentam que as doações contínuas de Meijer violam o direito à vida privada de seus filhos doadores, cuja capacidade de formar relacionamentos românticos é prejudicada por temores de incesto acidental e endogamia.
As doações em massa de Meijer vieram à tona em 2017 e ele foi proibido de doar para clínicas de fertilidade holandesas, onde já havia gerado mais de 100 filhos.
No entanto, ele continuou a doar para o exterior, inclusive para o banco de esperma dinamarquês Cryos, que opera internacionalmente. Meijer também continuou a se oferecer como doador em sites que combinam pais em potencial com doadores de esperma, às vezes usando um nome diferente, de acordo com o jornal Algemeen Dagblad.
Uma característica comum a diversas doenças neurodegenerativas é a formação de placas de proteínas no cérebro que acontece devido a uma disfunção da autofagia, processo de descarte dessas substâncias pelas células do próprio corpo.
Mas agora, cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, identificaram um mecanismo envolvido nesse impacto negativo do funcionamento da autofagia – e uma potencial forma de interrompê-lo.
A descoberta levou os pesquisadores a testarem, em animais com modelos de demência semelhantes à doença de Alzheimer, medicamentos inicialmente desenvolvidos para o tratamento da infecção pelo HIV, mas que têm uma atuação justamente no mecanismo observado, um receptor chamado CCR5.
No estudo, publicado hoje na revista científica Neuron, eles concluíram que os indivíduos que receberam o fármaco, em estágios iniciais da doença, apresentaram uma diminuição nas placas de proteína e melhor desempenho em testes de memória em comparação com aqueles que não foram tratados.
“Estamos muito entusiasmados com essas descobertas porque não apenas encontramos um novo mecanismo de como nossa micróglia (células imunológicas do cérebro) acelera a neurodegeneração, mas também mostramos que isso pode ser interrompido, potencialmente mesmo com um tratamento seguro existente”, afirma o professor David Rubinsztein, do Instituto para Pesquisa em Demência da Universidade de Cambridge, e autor sênior do estudo, em comunicado.”
A descoberta do mecanismo O trabalho dos cientistas teve início com a análise de animais geneticamente modificados para desenvolverem a doença de Huntington, caracterizada pelo acúmulo da proteína huntingtina, e um tipo de demência causada por placas da proteína tau, que é um dos biomarcadores associados ao Alzheimer.
Eles constataram que as micróglias, células do sistema imunológico que ficam no cérebro e têm a função de proteger o órgão contra materiais tóxicos, são ativadas e agem de forma diferente nas doenças neurodegenerativas, o que acaba desencadeando um mecanismo negativo para a autofagia.
Isso porque elas entram em um estado pró-inflamatório e liberam moléculas que, por sua vez, ativam um receptor nos neurônios chamado de CCR5. Consequentemente, esses receptores ativam uma via conhecida como mTORC1, que é a responsável por interferir no processo de autofagia.
Com isso, as proteínas pararam de ser descartadas e passaram a se acumular no cérebro, formando as placas que são características das doenças e que provocam os sintomas de declínio cognitivo irreversível.
O novo estudo mostrou ainda que essas proteínas também criam um ciclo em que aumentam a ativação do CCR5, prejudicam ainda mais a autofagia e propiciam a formação das placas.
“A micróglia começa a liberar esses produtos químicos muito antes de quaisquer sinais físicos da doença serem aparentes. Isso sugere – tanto quanto esperávamos – que, se vamos encontrar tratamentos eficazes para doenças como a doença de Huntington e a demência, esses tratamentos precisarão começar antes que um indivíduo comece a apresentar sintomas”, diz Rubinsztein.
Um possível tratamento Os pesquisadores decidiram criar camundongos modificados para interromper a ação do CCR5, e observaram que os indivíduos ficaram protegidos contra a formação das placas de proteínas. Eles passaram, então, a cogitar se medicamentos destinados a interferir nesse mecanismo poderiam ser úteis para prevenir ou retardar a progressão de doenças neurodegenerativas.
E esses fármacos já existem, porém pensados para um diagnóstico completamente diferente: a infecção pelo HIV. Isso porque o vírus utiliza justamente o CCR5, que atua como uma espécie de interruptor, para entrar na célula e infectá-la. Os casos de cura do HIV, por exemplo, foram de pacientes que receberam um transplante de medula óssea de doadores com mutações genéticas que levavam o corpo a não produzir a CCR5.
Em 2007, um remédio chamado maraviroc, desenvolvido pela Pfizer, foi aprovado para o tratamento do HIV em países como Estados Unidos e Brasil por atuar justamente nesse receptor CCR5.
No ano passado, um estudo publicado na revista científica Nature já havia mostrado que o fármaco restaurou a perda da memória em camundongos mais velhos. Imagina-se que o efeito está relacionado ao aumento de expressão do CCR5 que acontece durante o envelhecimento.
Agora, o novo trabalho mostra que ele pode ser benéfico também para atuar no aumento consecutivo da atuação das micróglias em doenças neurodegenerativas. No experimento, os camundongos com demência e doença de Huntington que receberam o maraviroc durante quatro semanas, quando os animais tinham dois meses de idade, tiveram uma redução significativa do número de placas de proteína em comparação com aqueles não tratados.
Além disso, aqueles com demência tiveram um melhor desempenho em testes de reconhecimento de objeto, “sugerindo que a droga retardou a perda de memória”, segundo comunicado da universidade. Em relação ao Huntington, como a doença demora mais tempo para se manifestar, não foi possível confirmar os efeitos do medicamento na parte clínica.
“O maraviroc pode não ser a bala mágica, mas mostra um possível caminho a seguir. Durante o desenvolvimento deste medicamento como tratamento para o HIV, vários outros candidatos falharam ao longo do caminho porque não eram eficazes contra HIV. Podemos descobrir que um deles funciona efetivamente em humanos para prevenir doenças neurodegenerativas”, afirma o professor de Cambridge.