Computador da Abin encontrado pela PF não estava na casa de Carlos Bolsonaro
Agentes da Polícia Federal encontraram e apreenderam um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na casa do militar Giancarlo Gomes Rodrigues. Anteriormente, com informações do blog da jornalista Daniela Lima, da GloboNews, o Diário do Nordeste informou que o equipamento estava no imóvel do vereador Carlos Bolsonaro. (Republicanos-RJ), durante operação realizada na manhã desta segunda-feira (29).
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de operação de busca e apreensão mirando em possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin. Giancarlo é casado com uma servidora da Abin. A PF irá analisará quem, de fato, usava o equipamento.
De acordo com os autos do processo, a Polícia Federal suspeita que “Giancarlo Gomes Rodrigues, por determinação do Dr. Alexandre Ramagem, teria feito monitoramento injustificado do advogado Roberto Bertholdo, que teria proximidade com os ex-deputados Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, à época tidos como adversários políticos do governo”.
“Conforme informações policiais, Giancarlo Gomes Rodrigues é militar e à época dos fatos estava cedido à ABIN, tendo sido lotado no Centro de Inteligência Nacional (CIN), operando a ferramenta First Mile, cujo desvirtuamento é objeto de enfoque nas investigações em curso. A sua conduta apurada até aqui permite a suposição de que a busca e apreensão possa desvelar elementos relevantes para o progresso das apurações em desenvolvimento.”
Segundo a Rede Globo, Bolsonaro e os filhos estavam na casa alvo da operação, durante a manhã, e deixaram o local, em Angra dos Reis (RJ), de barco. A emissora ressalta que ninguém foi alvo de mandado de prisão
Os mandados de busca e apreensão foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes.
ENTENDA A OPERAÇÃO
A Polícia Federal suspeita que, durante o governo Jair Bolsonaro, a Abin atuou como um braço de coleta de informações ilegais, sem autorização judicial, e como fonte de informações falsas disseminadas por perfis de extrema-direita para difamar instituições e autoridades.
Nesta segunda, estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão em:
Angra dos Reis (RJ) – 1
Rio de Janeiro – 5
Brasília – 1
Formosa (GO) – 1
Salvador – 1
Nesta etapa da operação, a PF busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente em ações clandestinas da Abin.
Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público.
Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Diario do Nordeste