CPMI do INSS: Abraão Lincoln é solto após pagar fiança

O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, foi detido durante sessão da CPMI do INSS e liberado horas depois, na madrugada desta terça-feira (4), mediante pagamento de fiança. A ordem de prisão foi decretada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), sob acusação de falso testemunho.
A sessão da CPMI, que começou ainda na segunda-feira (3), discutia supostas fraudes em entidades que descontam mensalidades diretamente de benefícios previdenciários. Ao encerrar os trabalhos, Viana declarou que determinou a prisão em flagrante de Abraão Lincoln “pelo crime impróprio de falso testemunho”, previsto na Lei nº 1.579/52, que regulamenta comissões parlamentares de inquérito.
Acusações de falso testemunho
Segundo parlamentares, o sindicalista teria mentido sobre sua relação com Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA e padrinho de um dos netos de Abraão. Deputados exibiram uma foto do batizado da criança e citaram ainda depósitos que somariam R$ 5 milhões em uma conta ligada a Negreiros.
O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) rebateu a versão do depoente, que inicialmente negou conhecer o tesoureiro para além de laços profissionais. “Ele ser padrinho do seu neto é relação institucional?”, ironizou o parlamentar.
Pressionado, Abraão Lincoln recuou e disse ter se confundido na resposta ao relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL): “Quero pedir perdão, porque, na minha ignorância, não disse, mas ele é meu compadre”, afirmou, sem convencer a comissão.
O relator apontou ainda outros quatro momentos em que o presidente da confederação teria mentido durante o depoimento.
Tribuna do Norte
