Culpa das varejistas chinesas? Hang, da Havan, perde R$ 1,6 bilhão e despenca de lista de mais ricos
Luciano Hang, o CEO das lojas Havan, despencou na lista de pessoas mais ricas do mundo divulgada pela Forbes. A fortuna do empresário caiu de U$ 4,8 bilhão em 2021 para U$ 3,2 bilhão em 2022.
Com isso, Hang saiu da 586ª posição para a 905ª. No ranking do Brasil, o empresário saiu do top 10, em que ocupava a 10ª colocação, para a 15ª. O relatório da Forbes não indica quais são as razões para que o patrimônio líquido do bilionário tenha diminuído.
No entanto, recentemente, Hang expressou críticas à varejistas estrangeiras, apontando que estão dizimando pequenas, médias e grandes varejistas brasileiras sem pagar impostos, e pediu ajuda para combater este cenário, conforme a coluna de Guilherme Seto, no jornal A Folha de São Paulo.
As críticas foram direcionadas para as gigantes chinesas, Shein e AliExpress, bem como para a singapurense, Shopee e a estadunidense, Wish.
De acordo com o material entregue por Hang e que a coluna teve acesso, apenas em impostos, as varejistas internacionais digitais farão com que o Brasil deixe de arrecadar mais de R$ 60 bilhões em 2022, e ultrapassará R$ 100 bilhões, já em 2023.
Ainda, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, engrossou o coro em torno do assunto, pontuando que “não tem jeito de competir se você paga 37% de imposto e o outro não paga”.
Em participação no South Summit Brazil, a empresária apontou ainda que Instituto para o Desenvolvimento de Varejo (DIV), que reúne os principais varejos do Brasil, já está de olho na questão.
O IDV pretende reivindicar os mesmos direitos que as varejistas estrangeiras. “Nós não queremos pagar imposto porque eles não pagam. Queremos ter a mesma vantagem que o outro tem”, afirmou Trajano.
Para alívio de Luciano Hang e Luiza Trajano, há planos de taxação
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional estudam cobrar impostos de mercadorias importadas de sites estrangeiros de e-commerce, como a Shein e o Aliexpress, além da própria Shopee. O objetivo é inibir a concorrência de produtos provenientes da China e, assim, estimular as vendas das varejistas brasileiras.
Nesta segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que, entre as medidas para elevar a arrecadação do governo federal, o combate ao contrabando no comércio eletrônico deve gerar uma receita de até R$ 8 bilhões por ano.
Questionado por jornalistas se o projeto mira em lojas online chinesas, como Shein e Aliexpress, Haddad não mencionou as empresas que serão afetadas pela medida, mas afirmou que quem não está pagando imposto, terá que pagar.
“O problema todo é o contrabando. O comércio eletrônico faz bem para o país, estimula a concorrência, o que nós temos que coibir é o contrabando, porque está prejudicando muito as empresas brasileiras que pagam impostos”, disse.
“Todas as empresas podem operar no Brasil, o que não pode é fazer uma concorrência desleal com quem tá pagando imposto aqui”, completou.
Money Times