Datafolha: 28% dos paulistanos se dizem de direita e 21%, de esquerda

Moradores da cidade de São Paulo se identificam politicamente mais com a direita do que com a esquerda, revela pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (3).

Entre os entrevistados, 28% dizem ser direitistas e 21%, de esquerda. Quando somado aos que se dizem de centro-direita e centro-esquerda, o número dos campos fica 40% para direitistas e centro-direita, e 31%, esquerda e centro-esquerda.

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 28 de maio e foram ouvidos 1.092 eleitores. A margem de erro é de três pontos para mais ou menos.

A pesquisa foi feita com os entrevistados tendo que se posicionar em uma escala de 1 a 7, sendo 1 mais esquerdista e 7, mais direitista. A nota média da cidade foi mais próxima à direita: 4,3.

Crescimento de direitistas
Esta pesquisa já foi realizada quatro vezes pelo Datafolha:

Em comparação aos anos em que foi realizada, 2003, 2006 e 2013, houve um aumento do número de pessoas que se identificam como sendo de direita.

Em 2003, 27% dos paulistanos se consideravam de direita;
Em 2013, o índice caiu para 20%;
Em 2024, voltou a crescer, alcançando os 27% de 2003.
Avanço do esquerdismo
A cidade sempre foi mais direita do que de esquerda:

Em 2003, antes da tentativa de reeleição da então prefeita Marta Suplicy (PT), 13% se diziam de esquerda;
Em 2006, 16% se diziam de esquerda. Na época, Gilberto Kassab (PDT) era o prefeito;
Em 2013, quando Fernando Haddad (PT) estava em seu primeiro mandato, 14% se diziam de esquerda.
Segundo o Datafolha, em uma década, houve aumento significativo do esquerdismo, chegando ao patamar atual, de 21%.

Centro, centro-direita e centro-esquerda
Desde 2013, cresceu o número de pessoas que se identificam politicamente como centro-direita e centro-esquerda:

Centro-direita oscilou de 14% para 12%;
Centro-esquerda ficou em 10%;
Centro foi de 24% para 22%.
Já o percentual de quem não se posicionava caiu de 16%, em 2013, para 8% em 2024.

Paulistano é menos bolsonarista

O Datafolha aponta também que o paulistano é menos bolsonarista do que o brasileiro em geral, com a ressalva metodológica de que os levantamentos nacionais e municipal são incomparáveis diretamente.

Na capital, 19% se dizem apoiadores do ex-presidente Bolsonaro (PL), enquanto no Brasil a taxa é de 24%. Já 31% se declaram petistas, enquanto a média nacional é 30%.

Quem se declara neutro ocupa 23% do mapa paulistano e 21% do nacional.

Direitistas são mais pobres
O Datafolha também traçou o perfil socioeconômico dos entrevistados: são mais direitistas quem ganha até dois salários mínimos, tem apenas o ensino fundamental e são evangélicos.

Já quem se identifica com a esquerda ganha mais de dois salários mínimos e possui curso superior.

A pesquisa também fez um cruzamento entre a posição política e a intenção de voto: o eleitor mais direitista é o de Pablo Marçal (PRTB) e Kim Kataguiri (União Brasil), que ficaram com um índice 5,2 na escala de 1 a 7. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) que tenta a reeleição, foi considerado por eleitores como índice 5.

Os nomes que mais se aproximam da média paulistana – 4,3 – foram os do apresentador José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo).

Mais ao centro está quem pretende votar em Tabata Amaral (PSB), com índice 4, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) tem um eleitor de esquerda, com índice 3.

G1

Postado em 4 de junho de 2024