Datafolha: 54% acham que Bolsonaro quis fugir ao danificar tornozeleira eletrônica; 33% culpam surto

Cerca de 54% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) danificou a tornozeleira eletrônica para fugir, enquanto 33% relacionam a ação ao surto paranoico relatado pelo político. Os dados constam na nova pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na noite de domingo (7).
Ao todo, foram ouvidos 2.002 eleitores em 113 cidades do país entre os dias 2 e 4 de dezembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos. Cerca de 13% dos entrevistados não souberam dizer o que acham do caso.
Segundo o levantamento, jovens de 16 a 24 anos acreditam mais na fuga (60%), enquanto os mais ricos apostam no surto (40%). Na divisão por regiões do Brasil, 40% dos moradores do Sul e Norte/Centro-Oeste acreditam que Bolsonaro estava em surto, teoria rejeitada pela maioria dos nordestinos (61%), que apostam em uma tentativa de fuga.
O uso da tornozeleira eletrônica foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a prisão domiciliar de Bolsonaro em agosto. A decisão foi tomada no teor do inquérito que investigava o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro por suposta atuação junto ao governo dos Estados Unidos para promover sanções a autoridades brasileiras.
No dia 22 de novembro, às 0h08, Moraes foi alertado pela Polícia Federal de que o ex-presidente havia tentado romper a tornozeleira eletrônica. Diante da vigília de apoiadores em frente ao condomínio do ex-presidente, o magistrado apontou “elevado risco de fuga”, determinando a prisão preventiva do político.
A tornozeleira foi levada para perícia no Instituto Nacional de Criminalística. Uma análise inicial apontou que o aparelho possuía sinais claros e importantes de avaria, com marcas de queimadura em toda sua circunferência e no local de encaixe/fechamento do case.
No dia seguinte, Bolsonaro passou por audiência de custódia em Brasília, onde disse que tentou violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda em meio a uma “alucinação” de que havia uma escuta da Polícia Federal no equipamento. Ele defendeu que a “paranoia” pode ter sido causada por uma nova medicação, iniciada há cerca de quatro dias, e negou que tinha qualquer intenção de fuga.
Ao final da audiência, a prisão de Bolsonaro foi mantida, já que ocorreu dentro da legalidade. Ele foi levado à superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde atualmente cumpre pena por tentativa de golpe de Estado. Ao todo, o ex-presidente foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão.
SBT
