Defesa de Anderson Torres entra com novo pedido de revogação da prisão
A defesa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres apresentou novo pedido de revogação de prisão, nesta segunda-feira (10/4).
Anderson Torres está detido há 87 dias, por suspeita de conivência ou omissão diante dos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília, em 8 de janeiro.
Extremistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), de quem Anderson foi ministro da Justiça e Segurança Pública, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
O ex-ministro era secretário de Segurança Pública do DF no dia dos ataques, mas estava em viagem familiar nos Estados Unidos. No pedido protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de Anderson Torres alegaram que ele, “mesmo já tendo iniciado a viagem de férias aos EUA, buscou conter a crise instalada, a qual não imaginava que poderia acontecer”.
Sobre a “minuta do golpe” encontrada na casa de Anderson Torres durante busca e apreensão da Polícia Federal, a defesa afirmou que o documento se trata de um “papel apócrifo, sem validade jurídica”.
“De tudo o que foi dito, e a par dos novos desdobramentos, fica a certeza de que a existência da minuta não pode mais ser empecilho à liberdade do requerente, pelo fato de ter sido devidamente periciada e desacreditada”, enfatizaram os advogados.
Ao decretar a prisão preventiva de Anderson Torres, o ministro do STF Alexandre de Moraes declarou que “absolutamente todos serão responsabilizados civil, política e criminalmente pelos atos atentatórios à democracia, ao Estado de Direito e às instituições, inclusive pela dolosa conivência — por ação ou omissão — motivada pela ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo”.
A defesa do ex-secretário lembrou que, dos 2.151 presos por atos antidemocráticos, apenas 263 continuam detidos. Os advogados acrescentaram que, entre os três gestores do governo do DF alvos de medidas do STF — Anderson Torres; o ex-comandante da PMDF Fábio Augusto Vieira; e o governador Ibaneis Rocha — apenas o ex-secretário não ocupa mais cargo no DF e “não teria qualquer condição de interferir no curso das investigações em andamento”.
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