Defesa de Bolsonaro volta a pedir cirurgia de urgência e prisão domiciliar ao STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele seja submetido a uma cirurgia de urgência e transferido para prisão domiciliar. A nova solicitação foi enviada nesta segunda-feira 15 ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela execução penal de Bolsonaro no tribunal. Este é o segundo pedido encaminhado ao ministro em uma semana.
Na última terça-feira 9, os advogados solicitaram que Bolsonaro deixasse a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena, e fosse transferido para um hospital da capital federal para realização de um procedimento cirúrgico. Em resposta, Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal realizasse uma perícia médica independente no prazo de 15 dias, ao considerar que os exames apresentados estavam desatualizados.
No mesmo dia, a defesa pediu autorização para que o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli realizasse um ultrassom das regiões inguinais direita e esquerda do ex-presidente. O exame foi autorizado pelo ministro e realizado neste domingo 14 Após o procedimento, a equipe médica reforçou a necessidade de nova cirurgia. Segundo o advogado João Henrique Nascimento de Freitas, o procedimento é indicado para tratar duas hérnias inguinais.
“O estado de saúde do sentenciado [Bolsonaro] é grave, complexo e progressivamente debilitado. Ocorre que, desde a última manifestação da defesa, houve evolução objetiva e comprovada do quadro clínico, agora amparada por exame de imagem recentemente realizado e por novo relatório médico conclusivo, que impõem atuação imediata”, afirmaram os advogados no pedido encaminhado ao STF.
A defesa também solicitou que os “novos elementos médicos” sejam considerados na análise da possibilidade de prisão domiciliar humanitária, diante do que chamou de “inequívoca incompatibilidade do quadro clínico atual com o cumprimento da pena em estabelecimento prisional”.
Os médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique informaram que, após reavaliação clínica e ultrassonografia da parede abdominal e da região inguinal, é necessária a realização do procedimento cirúrgico com internação hospitalar. “Os sintomas de dor e desconforto na região inguinal se acentuaram em virtude das frequentes crises de soluço, que causam aumento intermitente da pressão abdominal”, disseram.
Segundo o relatório médico, “o exame ultrassonográfico atual descreve a protrusão de alça intestinal durante a manobra de Valsalva (aumento provocado da pressão abdominal), condição que pode determinar a ocorrência de encarceramento/estrangulamento intestinal, com necessidade eventual de procedimento cirúrgico de emergência”.
De acordo com a equipe médica, o tempo previsto de internação, caso seja autorizado pelo ministro, é de cinco a sete dias. O período, segundo os médicos, é necessário para “contemplar o período necessário para avaliação pré-operatória, procedimentos cirúrgico e anestésico, analgesia pós-operatória, profilaxia de eventos trombóticos e fisioterapia motora”.
Ainda conforme os médicos, durante a internação hospitalar Bolsonaro deverá ser submetido a outros exames para reavaliar condições de saúde já diagnosticadas, como hipertensão essencial primária, estenose das artérias carótidas, doença do refluxo gastroesofágico com esofagite, neoplasia maligna da pele, episódios recorrentes de pneumonia bacteriana não especificada, soluços incoercíveis e anemia por deficiência de ferro.
AGORA RN
