Desmatamento na Amazônia aumenta 150% em dezembro.

O desmatamento na Amazônia aumentou 150% em dezembro em relação ao mesmo mês do ano anterior. O dado é do sistema Deter-B, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgado na 6ª feira (6.jan.2023). A área sob alerta de desmatamento na Amazônia foi de 4.793 km² no acumulado de agosto a dezembro –recorde para o período na série histórica iniciada em 2016. Foi registrado aumento de quase 54% em relação aos mesmos 5 meses de 2021.

Em nota, a ONG Observatório do Clima disse considerar os dados divulgados alarmantes. “Confirma a corrida pelo desmatamento que ocorreu no fim do mandato de Jair Bolsonaro, revertendo a tendência de queda registrada pela taxa oficial, do sistema Prodes, de agosto de 2021 a julho de 2022 em relação ao período anterior”, lê-se no comunicado.

O Deter mostra diariamente sinais de alteração na cobertura florestal. Segundo o Inpe, a identificação é feita por interpretação visual com base na cor, tonalidade, textura, forma e contexto das imagens recebidas. Os dados produzidos não são oficiais, mas alertam sobre onde está e qual a dimensão do desmatamento. Os dados podem ser checados no mapa interativo do Deter. O Inpe tem outro sistema de monitoramento, o Prodes, mais detalhado. Neste caso, os dados de desmatamento são divulgados anualmente, considerando o período de agosto de um ano até julho do ano seguinte. Ou seja, o novo governo vai herdar um desmatamento elevado. “Os alertas de destruição da Amazônia bateram recordes históricos nos últimos meses, deixando para o governo Lula uma espécie de desmatamento contratado, que vai influenciar negativamente os números de 2023”, disse o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini. “O governo Bolsonaro acabou, mas sua herança ambiental nefasta continua.”.

Poder360

Postado em 8 de janeiro de 2023