DF: aluno envia foto de arma e ameaça massacre em escola.
O Centro Educacional (CED) 1 do Riacho Fundo II registrou o terceiro caso de ameaça de massacre em escolas do Distrito Federal em uma semana. Um aluno do 2º ano do ensino médio chegou a enviar a foto de uma arma em um grupo de WhatsApp e escreveu: “Vou aparecer com o ‘oitão’ segunda-feira. Já é melhor todo mundo faltar”, disse, nesse último domingo (26/3).
O estudante afirmou que iria matar os outros alunos, questionou quem achava que ele estava brincando e ameaçou os colegas. “Vou fazer é o massacre nessa sala. Já ‘tô’ avisando logo. O chicote vai estralar”.
Ele enviou a foto de uma arma, que aparenta ser de fabricação caseira. Pela imagem, não é possível dizer se o revólver realmente funciona. Colegas de sala desdenharam da ameaça. “‘Nois vai’ se matar lá então”, disse um.
O estudante chegou à escola nesta segunda acompanhado da mãe e acabou sendo levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), que investiga o fato.
Onda de ameaças
Nos últimos 7 dias, escolas públicas do DF têm enfrentado problemas de graves ameaças. Dia 20, última segunda-feira, um adolescente de 14 anos foi detido suspeito de planejar um massacre em uma escola infantil na EQ 209, em Santa Maria.
O garoto foi apreendido na unidade de ensino com um revólver. Em conversa divulgada pela coluna Na Mira, o adolescente planejava executar ao menos 34 pessoas com uso de revólver. A Polícia Civil, porém, informou que o episódio não passou de “puro exibicionismo” e descartou a hipótese dos assassinatos.
Já na última terça-feira (21/3), um dia depois, estudantes, pais de alunos e funcionários do Centro de Ensino (CEF) 1 da Candangolândia souberam da ameaça de um suposto massacre. Eles ficaram em estado de alerta desde após acharem uma mensagem em um banheiro da instituição de ensino.
Escrita em caixa-alta, a frase “Massacre 24/3” foi encontrada por uma aluna do 8º ano. Na data informada, apenas 92 estudantes, dos cerca de 600 matriculados, compareceram às aulas, segundo um funcionário da escola.
Apesar da ameaça, as aulas continuaram, mas a frequência dos estudantes começou a diminuir gradativamente, ao longo da última semana, e ainda não voltou ao normal.
“A violência nas escolas está muito alta. Houve aquele alvoroço, e os alunos começaram a faltar”, disse o funcionário, que não quis ter o nome divulgado, por medo de represálias. Em nota, a PCDF informou que o caso é investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) I e, por isso, segue sob sigilo.
Plano de Urgência pela paz
O Metrópoles também questionou a Secretaria de Educação sobre quais medidas serão ou já estão sendo tomadas pela pasta para frear essa onda de ameaças. Em nota, a Secretaria informou que tomou conhecimento do caso de Riacho Fundo 2 ainda no domingo e “imediatamente pediu apoio ao Batalhão Escolar e ao batalhão de policiamento da cidade”.
“O caso começou a ser investigado ontem mesmo e, na manhã dessa segunda-feira (27/3), quando o estudante chegou à escola, acompanhado da mãe, foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), que investiga o crime”.
A Secretaria de Educação ainda afirmou que implementou o Plano de Urgência pela Paz nas Escolas em março de 2022. “O programa continua sendo implementando durante todo este ano letivo nas unidades escolares em que as regionais de ensino indicaram como prioritárias. Entre as ações do Plano, estão inclusos a distribuição do caderno de convivência escolar e cultura de paz para todas as instituições, criação de um canal direto entre os coordenadores das regionais de ensino e a Polícia Militar, reforço do efetivo do Batalhão Escolar, continuidade da operação de revista nas portas das escolas e nas salas de aula.”
Também segundo a pasta, uma equipe de psicólogos, profissionais especializados em mediação de conflitos e comunicação não violenta está em ação nas escolas.
Metropoles