Diabetes: diagnóstico antes dos 60 triplica risco de demência, afirma estudo; entenda
Um grupo de pesquisadores descobriu que o risco de desenvolver demência é maior em pessoas com diagnóstico precoce para diabetes tipo 2. Naqueles em que a confirmação desse distúrbio for antes dos 60 anos, a ameaça é quase três vezes maior comparado a quem não apresenta a condição.
No entanto, quando o indivíduo tem pré-diabetes, mas não evolui para um quadro diabético, o risco para as complicações cognitivas é baixo.
A pesquisa foi publicada na revista científica Diabetologia, e a intenção dos cientistas era investigar a relação do pré-diabetes com a demência. Além de entender se a idade em que a pessoa chegasse ao diabetes influenciava uma maior chance de ter o problema cognitivo.
O pré-diabetes é um estágio em que o nível de açúcar no sangue se encontra num meio-termo entre o normal e o índice elevado comum ao diabetes. Pesquisas já indicam que 70% das pessoas com pré-diabetes terão diabetes em algum momento da vida.
Porém, o quadro pode mudar com um acompanhamento médico, mudança no estilo de vida, ter uma alimentação mais saudável e praticar exercícios físicos, por exemplo.
Para a realização da pesquisa, cientistas analisaram por anos cerca de 11 mil americanos. De início, foram identificados aqueles que apresentavam pré-diabetes — 2.330. Com o passar dos anos, cerca de 44% desse público evoluiu para diabetes.
Em paralelo, dados sobre a presença de demência também era investigada pelos pesquisadores por meio de visitas recorrentes aos participantes.
“O pré-diabetes é associado com o risco de demência, mas esse risco é explicado pelo subsequente desenvolvimento do diabetes”, resumem os autores.
Os pesquisadores então dividiram os diabéticos em quatro grupos considerando o momento que eles passaram a ter o problema de saúde: antes dos 60 anos, entre 60 e 69 anos, no intervalo de 70 a 79 e, por último, entre 80 e 93 anos.
Eles concluíram que, quanto mais cedo o diagnóstico de diabetes for feito, maior a chance de a demência aparecer. Para aqueles com diabetes antes dos 60 anos, o risco era quase três vezes maior para a complicação cognitiva.
No público mais velho, por outro lado, esse percentual caiu para 13%, o que foi considerado pelos pesquisadores como um dado estatisticamente irrelevante. Foi justamente por essa conclusão que os autores apontam a importância de evitar ou pelo menos retardar ao máximo a evolução do pré-diabetes para o diabetes.
“Tomados em conjunto, nossos achados sugerem que a prevenção da progressão do pré-diabetes, especialmente em indivíduos mais jovens, pode ser uma maneira importante de reduzir a carga de demência”, escreveram os cientistas.
Folha PE