A cirurgia de reconstrução facial de Juliana Soares foi realizada com sucesso e terá recuperação lenta, porém progressiva. É o que diz Kerlison Paulino de Oliveira, cirurgião responsável pela cirurgia realizada na última sexta-feira (1º). Juliana foi vítima de tentativa de feminicídio no último sábado (26), em Natal.

Segundo o cirurgião, o retorno das funções normais será lento, porém progressivo, e exigirá monitoramento constante ao longo de, no mínimo, 30 dias. De acordo com o médico, o tipo de trauma sofrido foi mais grave do que o habitual em casos semelhantes. “Foi um trauma muito acima do que a gente realmente recebe como padrão para esse tipo de agressão. Por isso, acreditamos que a reabilitação vai exigir mais tempo”, explicou.

Alimentação restrita será uma das principais medidas no início da recuperação. “Dieta líquida inicialmente, depois dieta pastosa”, detalhou o cirurgião.

Apesar da complexidade da fratura — com mobilidade total do osso do maxilar —, o cirurgião explica que o procedimento conseguiu uma fixação eficaz no lado oposto da fratura mais evidente, o que deve contribuir positivamente para a estabilização da área mais comprometida. O procedimento teve duração de duas horas a mais do que o planejado pela equipe médica, que esperavam duração de cinco horas.

Em casos comuns de fratura facial sem tanta fragmentação, o tempo de recuperação costuma ser de até 45 dias. No entanto, no caso da paciente, esse prazo pode ser ainda maior, devido à gravidade e extensão dos danos.

O procedimento foi realizado por uma equipe especializada em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial no Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN/Ebserh), onde Juliana permanece internada. A previsão é que ela tenha alta em dois dias.

O caso

Juliana Soares foi agredida com pelo menos 60 socos no rosto. O caso ocorreu dentro de um elevador em um condomínio no bairro de Ponta Negra, zona Sul de Natal, no último sábado. A Polícia Civil trata a ação como tentativa de feminicídio.

O agressor da vítima, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, foi transferido para a Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato (CPDS), localizada no município de Ceará Mirim, na região Metropolitana de Natal. A prisão onde ele está não tem cela individual.

tribuna do norte