Do 4K ao conteúdo sob demanda: o que muda com a chegada da TV 3.0 ao Brasil

Postado em 27 de agosto de 2025

Os brasileiros estão prestes a experimentar um novo padrão televisivo com a implementação da TV 3.0. A tecnologia promete imagens em alta definição, som em 3D e recursos avançados de interatividade.

O lançamento da TV 3.0 ocorre nesta quarta-feira (27), com a assinatura de um decreto pelo presidente Lula em cerimônia que contará com a participação do ministro das Comunicações, Siqueira Filho. A implementação será gradual e deverá ser concluída até a Copa do Mundo de 2026.

O modelo conecta a internet aos canais abertos, adotando formato semelhante ao existente em países como Japão e Coreia do Sul. Entre as inovações nacionais, o governo destaca o DTV Play, recurso que organiza canais em aplicativos.

“Será possível navegar entre a programação da emissora e conteúdos via internet diretamente pelo menu da TV, usando aplicativos, de forma semelhante às plataformas de streaming”, explica o professor e doutor em comunicação Paulo Henrique Almeida.

Entre as principais novidades, estão:

Imagem em resolução 4K com HDR;
Som de qualidade cinematográfica (áudio imersivo);
Personalização do conteúdo conforme preferências do usuário;
Recursos de acessibilidade aprimorados (como Libras e audiodescrição);
Integração com a internet para consumo sob demanda e serviços interativos;
Capacidade de segmentar transmissões por região e perfil.
Interatividade

Conforme o Ministério das Comunicações, o tipo de interação dependerá do provedor de conteúdo. Será possível, por exemplo, participar de enquetes, escolher câmeras em um reality show ou comprar produtos exibidos na tela.

Durante partidas de futebol, o telespectador poderá rever um lance polêmico com um clique no controle remoto — funcionalidade típica das plataformas de streaming, agora disponível na TV aberta.

O acesso à TV 3.0 será gratuito, mas inicialmente exigirá conversor, até que as televisões vendidas no Brasil estejam totalmente preparadas para o novo padrão.

Conteúdos pela TV
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em julho mostra que 53,5% dos usuários de internet no Brasil acessam conteúdos pelo aparelho de televisão.

O levantamento, realizado em 2024, aponta o celular como principal meio de acesso (98,8% dos entrevistados), seguido pela TV (53,5%). Já o uso do microcomputador caiu de 63,2% em 2016 para 46,2% em 2019, atingindo 33,4% em 2024 — o menor índice da série histórica.

Para o diretor do Departamento de Inovação, Regulamentação e Fiscalização da Secretaria de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Tawfic Awwad Junior, os números refletem uma tendência global e reforçam o potencial da TV 3.0.

Implantação gradual
Especialistas alertam para a complexidade da implementação da TV 3.0. Professor e pesquisador de cibernética e inteligência artificial, Romes de Araújo aponta que implantar uma nova estrutura de redes em um país com o tamanho continental do Brasil vai exigir um trabalho coordenado e eficiente, bem como investimentos por parte do governo.

“Em alguns casos, esse novo formato exigirá dos usuários a troca de aparelhos ou a compra de adaptadores, como na transição do sinal analógico para o digital”, explica.

Cenas de cinema
As tendências apontam para o crescimento contínuo de serviços de streaming, integração com dispositivos inteligentes e ampliação da produção de conteúdo original.

“Espera-se maior realismo nos conteúdos, com reprodução de cores mais precisas, nitidez em cenas de ação e som tridimensional, criando um entretenimento mais próximo do cinema”, ressalta Paulo Henrique Almeida.

Romes de Araújo destaca o potencial de consumo nos próximos anos, sobretudo pela gratuidade. “Com a TV 3.0, esse padrão de consumo característico da internet, mas pago, vai se encontrar com a oferta gratuita e o amplo alcance da TV. Será algo de altíssimo impacto em nossa economia, especialmente porque a TV 3.0 permite a personalização de anúncios, seja por região ou perfil do próprio telespectador”, prevê.

Perguntas e Respostas
O que é a TV 3.0?

A TV 3.0 é um novo padrão televisivo que promete oferecer imagens em alta definição, som em 3D e recursos avançados de interatividade, integrando a televisão com a internet.

Como a TV 3.0 se compara a outros países?

O modelo da TV 3.0 é semelhante ao que já existe em países como Japão e Coreia do Sul, permitindo uma conexão entre canais abertos e a internet.

Quais são as principais inovações da TV 3.0 no Brasil?

Uma das inovações é o DTV Play, que organiza canais em aplicativos. Os usuários poderão navegar entre a programação da emissora e conteúdos da internet diretamente pelo menu da TV, semelhante às plataformas de streaming.

Que tipo de interatividade a TV 3.0 oferecerá?

Os telespectadores poderão participar de enquetes, escolher câmeras em reality shows e até comprar produtos exibidos na tela. Durante partidas de futebol, será possível rever lances polêmicos com um clique no controle remoto.

Como será o acesso à TV 3.0?

O acesso à TV 3.0 será gratuito, mas inicialmente exigirá um conversor até que as novas televisões estejam disponíveis no Brasil.

Qual é a situação atual do uso de televisores no Brasil?

Uma pesquisa do IBGE revelou que 53,5% dos usuários de internet no Brasil acessam conteúdos pela televisão, enquanto o celular é o principal meio de acesso, com 98,8% dos entrevistados utilizando-o.

Quando será o lançamento da TV 3.0?

O lançamento da TV 3.0 ocorrerá nesta quarta-feira (26), com a assinatura do presidente Lula e do ministro das Comunicações, Siqueira Filho. A implementação será gradual e deve ser concluída até a Copa do Mundo de 2026.

Quais são os desafios da implementação da TV 3.0?

Especialistas alertam que a implantação da TV 3.0 será complexa, exigindo um trabalho coordenado e investimentos do governo, além da possível necessidade de troca de aparelhos pelos usuários.

Quais são as expectativas para o futuro da TV 3.0?

Espera-se um crescimento contínuo dos serviços de streaming e uma maior personalização de anúncios, o que poderá ter um grande impacto na economia, especialmente pela oferta gratuita da TV 3.0.

r7