Ex-comandante da PM diz que não sabia que atos seriam violentos e critica Polícia Legislativa e Exército.

O ex-comandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal, que está preso, Fábio Augusto, disse à Polícia Federal que não recebeu ordens para impedir os manifestantes de descerem a Esplanada dos Ministérios, no domingo (8) de ataques em Brasília.

De acordo com o coronel, havia ordem para evitar somente a entrada na Esplanada dos ônibus usados no transporte dos manifestantes até Brasília.

No depoimento obtido pela CNN, o coronel afirma que “todos os informes de inteligência apontavam que não havia indicativo de ações violentas” e que ele desempenhou atribuições definidas em reunião realizada na Secretaria de Segurança Pública da qual não participou porque nao faria parte de suas funções.

O encontro teve, segundo Fábio Augusto, a presença de comandantes da PM da área central de Brasília; representantes da secretaria e também de órgãos federais, como Agência Nacional de Inteligência (Abin); Ministério da Justiça; Gabinete de Segurança Institucional e do Supremo Tribunal Federal, que teve suas dependências atacadas.

O coronel, preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, também revelou que, no dia dos ataques, observou que não havia contingente suficiente da Polícia Legislativa, nem do policiamento do Planalto, realizado pelo Exército.

Durante a escolta policial, realizada durante a descida dos manifestantes até a Praça dos Três Poderes, de acordo com o ex-comandante-geral, não havia indicativo de desordem ou violência.A defesa do coronel também atribui culpa ao Exército pela manutenção dos acampamentos em frente ao QG, do Exército.

De acordo com o policial militar, por três vezes ele chegou a mobilizar homens para dissolver os manifestantes em frente ao QG, mas o Exército teria impedido a ação da PMDF. Em uma das situações, Fábio Augusto afirma ter destacado 500 homens com objetivo de acabar com o acampamento.

CNN

Postado em 16 de janeiro de 2023