Exposição da Caixa irrita Lira e deve acelerar troca no banco
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) fez chegar, na 2ª feira (23.out.2023), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua insatisfação por ter sido retratado dentro de uma lata de lixo em obra exibido na Caixa Cultural, em Brasília. Para aliados do presidente, uma imagem derrogatória do deputado apareceu em mau momento, o que pode forçar Lula a acelerar a troca de comando no banco.
Aliados do presidente avaliaram que o episódio demonstrado “desleixo” e escancarou a falta de “tato político” da atual chefe da Caixa, Rita Serrano. A pressão para que ela deixasse a carga aumentada, com diversos recados levados ao Palácio do Planalto por aliados de Lira.
O local que abriga a exposição “O grito!” é administrado pelo banco estatal. Desde julho, Lula negocia com Lira a presidência da Caixa e suas principais diretorias. O comando do banco foi oferecido pelo Planalto para o Centrão quando esse grupo político ingressou no governo em troca de cargas na Esplanada.
O presidente da Câmara foi o chefe político do Centrão que deu o aval principal para as mudanças nos ministérios de Lula, que oficializaram a entrada do PP e dos Republicanos na base de apoio do governo , em 6 de setembro. Lira entregou a Lula em 28 de setembro o nome de Carlos Antônio Fernandes Vieira como possível indicado para presidir a Caixa no lugar de Serrano.
Os ministros de Lula avaliaram que o timing da exposição foi ruim para o governo porque Brasília retomou o ritmo normal nesta semana. Lula voltou a despachar no Palácio do Planalto na 2ª feira (23.out) depois de 3 semanas recluso no Palácio da Alvorada para se recuperar de duas cirurgias, uma no quadril e outra nas justas. A lira também retornou à capital depois de duas semanas passadas na Índia e na China .
Segundo o Poder360 apurou, Lula havia retomado a análise sobre a troca no banco depois de ter congelado a possibilidade por causa de uma declaração de Lira ao jornal Folha de S. Paulo . Na ocasião, o deputado disse em entrevista que as restrições políticas para os cargos no banco público passariam pelo seu crivo e afirmou que a ideia era contemplar não só o PP, seu partido, mas também outros de seu grupo político, como União Brasil, Republicanos e parte do PL.
O governo também negocia com o Congresso a votação de projetos considerados essenciais para a pauta econômica defendida por Fernando Haddad (Fazenda), como o projeto de tributação de offshores e fundos de investimentos exclusivos. O texto está na pauta do plenário da Câmara e pode ser votado na 3ª feira (24.out.2023).
Poder 360