Fátima Bezerra classifica processo de cassação contra Brisa como “violência política de gênero”

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), manifestou apoio público à vereadora de Natal Brisa Bracchi (PT), alvo de um processo de cassação em tramitação na Câmara Municipal. A governadora disse considerar a iniciativa um ataque motivado por preconceito e violência política de gênero.
“Minha total solidariedade a Brisa, que é uma vereadora combativa, muito presente, muito atuante e que tem o reconhecimento da população do Natal. Tanto é que foi reeleita com uma bela votação”, afirmou Fátima Bezerra, durante entrevista ao Central Agora RN, exibido na TV Agora RN, no YouTube, nesta segunda-feira 1º.
Para a governadora, o processo não se sustenta em critérios políticos legítimos. “Eu acho que todo esse processo contra ela está muito eivado de preconceito, de violência política de gênero. É uma mulher, uma jovem que não baixa a cabeça, que faz o debate e que se coloca com muita afirmação, com muita coragem, na defesa daquilo que ela acredita, na defesa da cidadania, dos direitos”, destacou.
Fátima disse esperar que a tentativa de cassação não prospere. “É uma violência política de gênero que está sendo cometida contra Brisa, mas o povo de Natal não vai de maneira nenhuma concordar com essa pena grave que querem impor a ela, que é a cassação. Isso não vai prosperar, espero”, concluiu.
Entenda o caso
Brisa Bracchi enfrenta um processo de cassação de mandato na Câmara Municipal de Natal por acusações envolvendo o uso de emendas parlamentares para financiar um evento. Ela é acusada de ter cometido ilegalidade por ter destinado R$ 18 mil para o evento cultural “Rolê Vermelho” e por ter divulgado, na semana do evento, que se tratava de uma comemoração da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Câmara aprovou a abertura do processo de cassação no dia 19 de agosto, por 23 votos a 3. Os vereadores viram indícios mínimos de violação aos princípios de impessoalidade e moralidade administrativa e configurando possível desvio de finalidade, decoro parlamentar e ato de improbidade.
Em paralelo, tramita um processo ético-parlamentar na Comissão de Ética. A vereadora contesta as acusações e afirma que o evento foi uma iniciativa cultural organizada por um espaço independente — a Casa Vermelha — e que os artistas envolvidos abriram mão dos seus cachês, desconfigurando assim o argumento de uso indevido de recursos públicos. Além disso, argumenta que a destinação da verba aconteceu muito antes da prisão de Bolsonaro.
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