Governo e Congresso sinalizam atrito até 2026

A tensão entre o governo e o Congresso Nacional atingiu novo patamar após uma série de embates envolvendo o veto ao aumento do número de deputados na Câmara. A decisão gerou forte reação do Legislativo, que aprovou projetos controversos durante a madrugada.
Em resposta ao veto de Lula à proposta que aumentaria o número de parlamentares para 531, a Câmara dos Deputados aprovou medidas classificadas como “pautas-bomba” por integrantes do governo.
Entre elas, está a aprovação do projeto de licenciamento ambiental e uma proposta que retira R$ 30 bilhões do fundo social para destinar ao agronegócio.
Tentativas de articulação
Após o anúncio do veto, houve uma mobilização imediata do governo para minimizar os danos. Glaise Hoffmann entrou em contato com Hugo Mota, enquanto Jaques Wagner comunicou a decisão a Davi Alcolumbre, em uma tentativa de amenizar a situação. No entanto, os esforços não foram suficientes para evitar a reação dos parlamentares.
Fontes do Congresso e do governo indicam que a relação entre os dois Poderes continuará instável até as eleições de 2026. A ausência de confiança e harmonia tem sido apontada como principal fator para os constantes embates, com parlamentares alegando que as decisões de Lula são pautadas exclusivamente por considerações sobre sua popularidade.
O Congresso ainda realiza cálculos para avaliar se possui votos suficientes para derrubar o veto presidencial, considerando também as implicações políticas dessa possível movimentação. A madrugada de votações foi descrita por fontes como “longa” e marcada por “maldades”, sinalizando um período de turbulência na relação entre Executivo e Legislativo.
cnn