Governo Lula exonera indicados de Benes e João Maia após deputados votarem contra MP dos Impostos

A onda de demissões no Governo Lula envolvendo indicados de políticos do Centrão chegou ao Rio Grande do Norte.
Nesta terça-feira 14, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a exoneração de Carmem Lúcia Bairros dos Santos, do cargo de coordenadora regional do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). A portaria foi assinada pelo ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Carmem era indicada do deputado federal João Maia (PP).
esenvolvimentos dos Vales do Rio São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Ele era indicado pelo deputado federal Benes Leocádio (União).
O Governo Lula começou a exonerar indicados do Centrão como retaliação aos votos de parlamentares contra o governo no Congresso Nacional. Na semana passada, João Maia e Benes contrariaram a recomendação do governo e votaram para tirar de pauta a MP 1303, que taxava bancos e super-ricos para compensar perdas de arrecadação da União.
A reportagem não conseguiu contato com João Maia. Já a assessoria de Benes Leocádio informou que o deputado não iria se manifestar.
Segundo a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não faz sentido deputados que votam contra o governo sistematicamente permanecerem com indicações de cargos federais. “Estamos tirando dos cargos os indicados por deputados que votaram contra a Medida Provisória 1303 porque precisamos reorganizar nossa base. Quem votou contra optou por sair do governo”, afirmou Gleisi, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Além de Benes e João Maia, outro deputado do Centrão que votou contra a MP 1303 foi Robinson Faria (PP). Fecharam a lista os deputados de oposição Carla Dickson (União), General Girão (PL) e Sargento Gonçalves (PL). Apenas Fernando Mineiro e Natália Bonavides, ambos do PT, votaram a favor da proposta.
Outras exonerações
Ao todo, já foram exonerados mais de 300 cargos da estrutura federal que eram indicados pelo Centrão.
Estão na mira do governo vários apadrinhados do PP, União Brasil, PSD, MDB e do PL para postos de comando em bancos e estatais como Caixa Econômica Federal, Correios e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de superintendências regionais no Ministério da Agricultura e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Entre outros, já foram exonerados três indicados do PSD que estavam no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Da Caixa, saíram José Trabulo Júnior, consultor da presidência, indicado pelo PP de Ciro Nogueira; Paulo Rodrigo de Lemos Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital, ligado ao PL e Humberto José Teófilo Magalhães, presidente da Caixa DTVM S.A.
Apesar das mudanças internas, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, será mantido no cargo. Vieira é uma indicação direta do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, que se ausentou da votação da MP do IOF e não participou do movimento de rebelião na base.
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