Grupo mercenário aliado de Putin se revolta contra exército russo
Um grupo paramilitar que lutava pela Rússia na Guerra da Ucrânia se rebelou contra o exército de Vladimir Putin e deu início a uma crise militar em Moscou.
Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo de mercenários Wagner, declarou abertamente que está em uma campanha contra a cúpula do exército russo. Os milicianos fizeram movimentos de cerco na cidade de Rostov, com várias imagens de passagens de veículos militares na cidade russa, com mais de um milhão de habitantes. Aparentemente, os soldados não encontraram resistência inicial.
O Kremlin reforçou a segurança nos arredores de Moscou e na capital, com tanques podendo ser vistos na região da Praça Vermelha.
Tudo começou após desentendimentos entre o grupo paramilitar e o exército russo. O estopim foi nesta sexta (23), quando Prigozhin disse que o ministério da defesa atacou um acampamento do grupo Wagner e que muitos de seus combatentes morreram. Horas antes do suposto ataque, o líder do pelotão mercenário divulgou um vídeo no qual afirmou que a invasão militar russa ao território ucraniano era baseada em mentiras. Na retaliação, Prigozhin afirmou que derrubou um helicóptero russo e que suas forças, que estavam na Ucrânia, começaram a invadir a Rússia.
O FSB, serviço secreto russo, abriu investigação sobre o levante, acusando o líder da milícia de motim.
O grupo Wagner já existia antes da guerra na Ucrânia. Mas quando a Rússia começou a perder soldados no confronto, os mercenários começaram a recrutar prisioneiros e civis russos para a luta armada.
Prigozhin e o grupo paramilitar Wagner
O grupo Wagner é uma organização privada paramilitar com ligações com o governo russo. Eles surgiram em 2014, quando ajudaram as tropas russas a anexar a região da Crimeia, que é território ucraniano. Desde então, os mercenários apoiaram o exército russo em conflitos e guerras civis, incluindo a invasão da Ucrânia, em 2022. O líder, Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, é um oligarca russo e ex-prisioneiro da União Soviética.
Ele também é procurado pelo FBI, acusado de ajudar a fraudar as eleições presidenciais americanas de 2016, vencidas por Donald Trump.
Ex-chef, Prigozhin é dono de uma rede de restaurantes que presta serviços ao Kremlin. Com isso, ele diz ter “laços profundos” com o Vladimir Putin.
Atualmente, estima-se que haja mais de 50 mil soldados do grupo Wagner e que cerca de 20 mil estejam combatendo na Ucrânia.
BAND