Haddad defende a tributação internacional dos super-ricos para financiar o combate às mudanças climáticas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender um mecanismo de tributação internacional dos super-ricos e afirmou que os recursos poderiam ser usados para o combate mundial às mudanças climáticas. Haddad ressaltou que não adianta um país resolver a crise ambiental nacionalmente, já que se trata de um problema global.
O ministro já havia dito aqui que uma tributação global de riqueza poderia financiar o combate à fome e às desigualdades sociais.
– Não vamos contar a partir das velhas instituições. Vamos ter que compensar as instituições, os bancos multilaterais, e a partir daí o financiamento dessa pesquisa. Não adianta um país resolver sua crise climática, ela é global, tem que ser tratada globalmente. É possível a cooperação internacional para a tributação internacional. — disse Haddad, em evento sobre tributação do G20.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) construiu dois pilares para estabelecer uma tributação mínima de grandes empresas. O ministro sugere que a tributação de grandes fortunas seja o terceiro.
— O Brasil não tem uma solução pronta, estamos oferecendo uma proposta de pilar três da OCDE (para o combate às mudanças climáticas) — acrescentou o ministro.
— A concentração de riqueza também acontece entre países. É algo muito dramático. O Brasil tem que dar sua contribuição. O combate à desigualdade é uma marca do Brasil. Conseguimos isso em alguns períodos, mas com resultados modestos até aqui, temos muita coisa pra fazer nas desigualdades internacionais. O Brasil é um mundo pequeno, muito parecido com a desigualdade mundial, temos um laboratório.
O GLOBO