Haddad promete “secar recursos e estrangular” crime organizado em operação que bloqueia bilhões do PCC

Postado em 28 de agosto de 2025

O governo federal intensificou, nesta quinta-feira 28, ações de combate ao crime organizado, com operações que bloquearam mais de 100 imóveis, veículos e outros bens, envolvendo valores bilionários e fraudes estruturadas em oito estados. As iniciativas têm como objetivo desarticular esquemas de lavagem de dinheiro e mecanismos financeiros utilizados por organizações criminosas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a estratégia do governo é direcionar equipes exclusivas para identificar fraudes complexas e “secar a fonte dos recursos” das facções criminosas. “Se você prende uma pessoa, mas o dinheiro fica à disposição do crime, essa pessoa é substituída por outra. Estamos falando de operações que bloquearam mais de 100 imóveis, veículos e patrimônios que podem chegar aos bilhões. Assim você efetivamente estrangula o crime”, afirmou.

As operações deflagradas começaram na quarta-feira 28, e envolvem três grandes frentes de investigação. A primeira, chamada Carbono Oculto, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), investiga fraudes bilionárias no setor de combustíveis com infiltração da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).

O esquema afetava mais de mil postos, com consumidores pagando por menos volume ou por produtos adulterados, e gerou sonegação de R$ 7,6 bilhões em tributos. A força-tarefa contou com cerca de 1.400 agentes e cumpriu mandados em mais de 350 alvos em oito estados.

A Operação Quasar, conduzida pela Polícia Federal, mira esquemas de lavagem de dinheiro por meio de fundos de investimento e empresas com múltiplas camadas societárias, dificultando a identificação de beneficiários finais.

Segundo a PF, a ação atingiu o centro comercial de São Paulo, na Avenida Faria Lima, e buscou desarticular operações financeiras sofisticadas ligadas a facções criminosas. Entre as estratégias identificadas estavam transações simuladas de compra e venda de ativos sem finalidade econômica real.

A terceira ação, Operação Tank, foca uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já investigadas no Paraná. Desde 2019, o grupo movimentou pelo menos R$ 23 bilhões por meio de centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Haddad afirmou que as operações desta semana são o “caminho das pedras” para novas investigações e reforçou que a inteligência estatal concentrada em fraudes estruturadas é essencial para impedir que o crime continue abastecido financeiramente.

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