Hipertensão: ser casado realmente pode aumentar sua pressão arterial; entenda

Há muito se brinca que o casamento pode aumentar os níveis de pressão arterial. Agora, um novo estudo acaba que comprovar que isso realmente acontece. De acordo com um trabalho publicado recentemente na revista científica Journal of the American Heart Association, cerca de metade dos casos de hipertensão em adultos de meia-idade e idosos são partilhados entre casais. Ou seja, se um cônjuge tem pressão arterial elevada, é grande a probabilidade de seu parceiro ter também.
Pesquisadores da Universidade de Michigan, da Universidade Emory e da Universidade de Columbia, todas nos Estados Unidos, queriam analisa se casais que muitas vezes têm os mesmos interesses, ambiente de vida, hábitos de vida e resultados de saúde também podem partilhar pressão arterial elevada. Para isso, eles avaliaram dados de 1.086 casais na Inglaterra, 3.989 casais nos Estados Unidos, 6.514 casais na China e 22.389 casais na Índia coletados em estudos e pesquisas entre 2015 e 2019.

As pessoas foram registradas como hipertensas se tivessem pressão arterial sistólica superior a 140 mm Hg, diastólica superior a 90 mm Hg ou se respondessem sim quando questionadas se tinham histórico de pressão arterial elevada.

Em comparação com as esposas casadas com maridos sem pressão arterial elevada, aquelas com maridos com pressão arterial elevada tinham 9% mais probabilidade de também ter pressão arterial elevada. Associações semelhantes foram observadas entre maridos e esposas com pressão alta.

A “alta prevalência” de hipertensão concordante foi observada nos quatro países estudados. Os dados mostraram que 47,1% dos casais na Inglaterra tinham hipertensão concordante, 37,9% nos Estados Unidos, 20,8% na China e 19,8% na Índia.

Os especialistas afirmaram que as conclusões destacam os potenciais benefícios da utilização de abordagens baseadas em casais para o diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial, tais como rastreio baseado em casais, formação de competências ou participação conjunta em programas, em vez de tratar as pessoas individualmente.

“Estes resultados sugerem que cerca de metade de todos os casos de hipertensão nestes países populosos são concordantes entre casais”, escreveram os investigadores.

O GLOBO

Postado em 8 de dezembro de 2023