O Iate Clube de Aracaju, em Sergipe, decidiu cancelar o show do cantor baiano Netinho no bloco de Carnaval “Por Amor ao Iate”, após associados questionarem publicações nas quais ele defende os terroristas que invadiram os prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Netinho chegou a sugerir que Caçadores, Atiradores e Colecionadores fizessem uma “invasão pacífica” da capital federal e retirassem “os malignos de lá”.

“Há dias, sem incitar violência, eu vim sugerindo isso. Infelizmente não há outro jeito. Precisamos parar o Brasil, invadir pacificamente Brasília e retirar os malignos de lá”, escreveu.

Sobre os atos golpistas, o baiano defendeu, sem provas, que os vândalos responsáveis pela depredação do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto seriam “esquerdistas infiltrados”. Ele também fez postagens contra o sistema eletrônico de votação e apoiou os bloqueios golpistas após o segundo turno das eleições.

O cantor ainda frequentou um acampamento montado por bolsonaristas em protesto contraa a vitória de Lula (PT), localizado em frente ao Quartel da Mouraria, em Salvador.

Em nota, o Iate Clube afirmou que “não compactua e nem apoia atos antidemocráticos e não irá permitir jamais qualquer ação dessa natureza” na entidade. Destacou, ainda, que o objetivo do evento é “fomentar a geração de emprego e renda e o desenvolvimento da cultura carnavalesca”.

Após o cancelamento do show, o clube anunciou o cantor Tatau, ex-vocalista da banda Araketu, como atração do bloco.

Por sua vez, Netinho disse que “jamais incentivaria, muito menos financiaria atos de violência e terrorismo” e garantiu que nunca misturou política com música.

“Em nenhum momento dos 35 anos de história musical, ele nunca promoveu nem incitou violência, discórdia, discussão e nada de negativo entre seus fãs e seus foliões”, diz o comunicado.

Carta Capital