Insônia afeta 7 a cada 10 brasileiros e uso prolongado de remédios para dormir gera alerta
Mais de 11 milhões de pessoas usa algum tipo de medicamento para conseguir pegar no sono, no Brasil, é o que aponta uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Insônia pode desencadear abuso de medicamentos para dormir
De acordo com os especialistas, o brasileiro está dormindo cada vez menos e o uso prolongado de medicamentos para insônia pode trazer mais riscos que benefícios.
Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostrou que, atualmente, 72% dos brasileiros sofrem com problemas para dormir, a famosa insônia.
Entre as consequências das noites mal dormidas estão:
Cansaço;
Irritabilidade;
Falta de concentração na manhã seguinte;
Risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade;
Predisposição a distúrbios psiquiátricos como depressão e ansiedade.
Milca Abda de Morais é biomédica e especialista em sono, e alerta para os perigos associados ao uso indiscriminado e prolongado de medicamentos para insônia.
“Esses medicamentos geralmente agem no Sistema Nervoso Central. Com o tempo, eles podem gerar não só uma dependência química, como também psíquica. A pessoa pode também desenvolver tolerância, situação em que ela precisa de doses cada vez mais altas do medicamento para obter o mesmo efeito”, explica.
Em geral, as substâncias são prescritas pelos médicos para uso em períodos mais curtos e associadas à terapias não-medicamentosas, como: psicoterapia, higiene do sono e atividades físicas.
Os remédios são mais indicados para pacientes que sofrem com quadros crônicos de insônia, por isso não podem ser consumidos por qualquer pessoa e sem o acompanhamento de um especialista.
“Não adianta a pessoa fazer o uso de medicamentos para insônia se ela não faz a higiene do sono. É importante que pessoas que apresentam dificuldade para dormir considerem também outras alternativas, como terapia e exercícios físicos”, defende Milca.
Além disso, as substâncias também podem gerar uma série de efeitos colaterais adversos como sonolência excessiva durante o dia, tonturas, problemas de memória e concentração, e até mesmo alterações de comportamento durante o sono, como sonambulismo.
ND+