Javier Milei é eleito presidente da Argentina

O candidato da extrema direita Javier Milei venceu as eleições presidenciais argentinas com 55,95% dos votos, contra 44% para o peronista Sergio Massa, candidato da coligação governista e atual ministro da Economia Massa.

Após ser eleito presidente da Argentina neste domingo (19), Javier Milei fez seu primeiro discurso e foi mais contido do que costuma ser.

Milei é um economista ultraliberal que se define como libertário e fez fama na TV com um discurso incendiário contra o Estado e a classe política, que chama de casta. Durante a campanha, aparecia como uma motoserra para simbolizar o que pretendia fazer com os gastos públicos.

No discurso da vitória, nada disso. Pregou pautas liberais e criticou os políticos, mas esboçou um tom conciliador. Disse que “todos aqueles que quiserem se somar serão bem-vindos”.

Não mencionou suas propostas mais radicais, como dolarizar a economia e fechar o Banco Central, nem detalhou medidas que pretende tomar, mas disse que a crise exige ações drásticas, “sem espaço para gradualismos”. Ao citar o atual governo, ao qual faz oposição, pediu que sejam responsáveis até o dia 10 de dezembro, quando ele tomará posse.

Desafios do presidente
Milei tem 52 anos e será o 52º presidente da Argentina. Terá que enfrentar a pior crise econômica em décadas, com uma inflação astronômica de 140%, forte desvalorização da moeda nacional, escassez de reservas internacionais, endividamento externo e cerca de 40% da população na pobreza.

A chegada à presidência é o ápice de uma trajetória meteórica. Milei entrou para a política há apenas dois anos, quando se elegeu deputado pelo partido A Liberdade Avança, que ele criou, com um discurso “contra tudo e contra todos”. O apoio entre o eleitorado jovem é um de seus trunfos.

Antes da política, atuou no setor privado como economista. Milei ganhou fama participando de programas de TV, nos quais aparecia como uma figura excêntrica para defender valores liberais e atacar o keynesianismo, corrente econômica que, em linhas gerais, defende uma maior atuação do Estado como indutor da economia.

G1

Postado em 20 de novembro de 2023