João Maia diz que Allyson é favorito e que disputa de Zenaide é com Fátima

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), é o nome mais viável para a disputa do Governo do Estado nas eleições de 2026, segundo avaliação do deputado federal João Maia (PP). “Por todas as circunstâncias, Allyson é franco favorito nessa composição”, disse o parlamentar, em entrevista à 98 FM nesta terça-feira 8.
Para João Maia, o prefeito ganha força na disputa por transitar entre vários campos políticos, sem se deter à esquerda ou à direita.
João considera que, entre os três principais pré-candidatos colocados atualmente para a disputa de governador, o prefeito de Mossoró é o que tem mais espaço para crescer. “Em havendo um segundo turno, ele terá os votos de quem perdeu no primeiro turno”, argumentou, citando os adversários Cadu Xavier (PT) e Rogério Marinho (PL).
O deputado avalia que o estilo de gestão de Allyson, sua projeção regional e o fato de o prefeito não estar diretamente atrelado nem ao bolsonarismo nem ao petismo conferem vantagem a ele em uma disputa polarizada.
Isolamento de Álvaro
Para João Maia, o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) enfrenta dificuldades reais para viabilizar uma candidatura competitiva ao Governo. “Álvaro tem um problema. Rogério tem um partido, Cadu tem um partido, Allyson tem um partido, e Álvaro a gente não sabe. Qual é o grupo político de Álvaro?”, questionou. O deputado considera que essa ausência de estrutura partidária e articulação nacional enfraquece o ex-prefeito.
Embora reconheça o capital eleitoral de Álvaro, que foi eleito prefeito de Natal no primeiro turno em 2020 e tem trajetória política vitoriosa, João considera que faltam a ele aliados e clareza de projeto. “Ele é uma peça nesse jogo, mas não está posicionado. Isso é uma fragilidade”, disse.
“Disputa é entre Fátima e Zenaide”, afirma João sobre Senado em 2026
João Maia avaliou que a eleição ao Senado em 2026 no Rio Grande do Norte já tem um confronto central definido. Para ele, a principal adversária de sua irmã, Zenaide Maia (PSD), é Fátima Bezerra (PT), apesar de as duas ainda serem aliadas. “A disputa de Zenaide é com a governadora e candidata a senadora Fátima”, afirmou.
Para ele, Zenaide Maia precisará se posicionar com clareza, já que sua reeleição depende de alianças concretas. O deputado vê com naturalidade a aproximação de Zenaide com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, apesar de ela ser vice-líder do Governo Lula no Senado e se manter aliada do PT.
“Quem, em sã consciência, rejeitaria o apoio do prefeito de Mossoró?”, indagou. João também afirmou que não vê incoerência em Zenaide manter sua vinculação com o Governo Federal e, ao mesmo tempo, articular sua reeleição com forças locais fora do governo estadual. “Ela é uma lutadora, tem convicções. E sabe que, para continuar defendendo suas ideias, precisa ser reeleita.”
Ao falar sobre a governadora Fátima Bezerra, João Maia reconheceu sua trajetória como uma das mais relevantes da política potiguar. “Fátima foi deputada estadual, federal, senadora, governadora do Rio Grande do Norte duas vezes. Então, Fátima tem competência”, disse. No entanto, afirmou que o Estado precisa sair da condição de apenas pagar salários e passar a investir em desenvolvimento.
“O Rio Grande do Norte é grande demais para se orgulhar só de pagar a folha. Isso virou motivo de orgulho. Nós precisamos virar essa chave”, afirmou. Segundo ele, o Estado tem potencial para ser uma “mini Suíça do Nordeste”, citando turismo, petróleo, fruticultura, produção de camarão e energia renovável. “Mas falta gestão. Não só agora, isso vem de governos anteriores. O RN ficou para trás da Paraíba e do Ceará. Isso precisa mudar”, concluiu.
Presidente estadual do PP, partido que fechou recentemente uma federação com o União Brasil, João Maia diz que o cenário da disputa para deputado federal também já está claro. “União Progressista, PL e PT devem formar as três principais chapas para deputado federal. Os outros partidos vão tentar, mas é difícil montar uma nominata forte o suficiente”, disse.
Para o pleito estadual, João também comentou os impactos da nova composição da federação. Disse que a decisão sobre quem será o nome apoiado pelo grupo para o governo será tomada em consenso com os outros deputados federais: Robinson Faria (PP), Benes Leocádio (União) e Carla Dickson (União).
Ele acredita que a definição do vice de Allyson Bezerra, caso o prefeito seja de fato candidato, também dependerá dessa articulação e citou Paulinho Freire (União), prefeito de Natal, como figura central. “O vice precisa somar votos. Paulinho precisa ser escutado antes de decidir essa questão. Ele é um nome de peso, com trajetória, articulação e leitura política”, afirmou.
Sobre a possibilidade de sua esposa, a ex-prefeita Shirley Targino (PP), disputar algum cargo majoritário, João foi direto. “A pretensão é legítima, mas qualquer definição será da federação. É preciso diálogo, entendimento e consenso. É assim que temos trabalhado”. Na última sexta-feira 4, Shirley tomou posse como secretária de Assistência Social da gestão de Allyson, em Mossoró.
Com larga experiência eleitoral, João disse que não acredita em vitórias solitárias. “Um craque pode ganhar o jogo, mas campeonato só se vence com time”, disse, citando uma frase do ex-jogador de basquete Michael Jordan para ilustrar que articulação política continua sendo decisiva.
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