Lojistas relatam queda nas vendas no mês de abril no RN
No mês abril deste ano, lojistas e comerciantes relatam queda das vendas no varejo em comparação com 2022. Os acontecimentos do mês de março, bem como cenário econômico, como aumento de 2% do ICMS que passou a valer no dia 1º deste mês e endividamento das famílias são alguns dos motivos relatados. Em alguns setores, como de supermercados, influenciado pelo feriado da Páscoa, houve recuperação. No entanto, empreendimentos como lojas de roupas e variedades relatam queda de até 40% nas vendas. Em março passado, o Rio Grande do Norte apresentou maior queda do Brasil no setor, cerca de 11,3% de acordo com o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo.
As vendas deste mês ainda foram melhores do que as de março, quando o setor registrou queda entre 70% e 80%, de acordo com o presidente de Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba), Matheus Feitosa. No entanto, ele diz que ainda apresentam diminuição de 30% a 40% a depender do setor, em comparação com o mesmo mês do ano passado. “A gente sentiu uma queda de fluxo de pessoas no Alecrim. Tinha clientes comprando, tinha, mas a gente via as ruas praticamente sem movimento”, disse. No ultimo final de semana, a movimentação foi maior devido a tradicional feira do Alecrim, segundo Feitosa.
Nos shoppings também é observada a diminuição, a exemplo do Midway, segundo o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping, Marcelo Rique. Por lá, o desempenho das vendas chega, em média, 15% a menos. “Abril foi melhor do que março em função de que março foi muito ruim”, disse. O alto endividamento das famílias foi um dos motivos descritos. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,9% da população está endividada em 2023.
De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL), José Lucena, vestuário e calçados são os setores que mais sofrem atualmente. “Tem alguns ramos que estão andando bem, mas a parte de vestiários e calçados estão andando meio de lado, e eu acredito que não chegue ao que atingiu o mês de abril do ano passado”, disse. Nesses segmentos, ele afirma que a diminuição fica entre 5% e 7%. Os feriados também retraem o comércio varejista da cidade, já que as pessoas costumam gastar em outros setores, como viagens e saem de Natal.
Para a gerente de uma loja de variedades no Alecrim, Ana Lídia, 35 anos, o comércio apresenta constante queda desde fevereiro, embora a redução nas vendas tenha sido mais acentuada em março e abril. “Antes dos atentados já estava muito fraco, mas esse mês foi pior. A gente não chega a vender nem 50%, mas esperamos que a próxima semana dê uma melhorada porque está chegando o dia das mães”, relata.
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