Lula cobra o Banco Central: “Vai precisar começar a baixar os juros”

Postado em 21 de outubro de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reclamar, nesta segunda-feira (20), da alta na taxa básica de juros do país, a Selic, que está em 15% ao ano. Segundo o presidente, o governo prepara o país para uma política monetária “mais séria” e o Banco Central precisa começar a reduzir os juros.

“O Banco Central vai precisar começar a baixar os juros, porque todo mundo sabe o que nós herdamos. E todo mundo sabe que nós estamos preparando esse país para ter uma política monetária mais séria”, afirmou o presidente.

A declaração foi dada durante o lançamento do programa Reforma Casa Brasil, realizado no Palácio do Planalto. O novo projeto oferecerá até R$ 40 bilhões em crédito para reforma de casas em todo o país.

O presidente também declarou que deseja que os banqueiros ganhem dinheiro, mas que não precisam “extorquir o povo”.

“Eu quero que os empresários todos ganhem muito dinheiro, eu quero que as suas empresas possam crescer, possam produzir, possam gerar emprego. Eu quero que a indústria automobilística venda quantos carros necessitar, e só vai vender se o povo trabalhador puder comprar. Eu quero que os banqueiros ganhem dinheiro, mas não precisa extorquir o povo. Ganhe dinheiro de forma tranquila, emprestando o dinheiro a juros razoável”, disse.

Em relação a questão fiscal, o presidente disse que o Brasil “nunca foi tratado com seriedade”.

Alta da Selic

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro, o grupo decidiu manter a Selic em 15% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado. Foi a segunda reunião consecutiva em que a taxa permanece no mesmo patamar, após sete aumentos seguidos.

A próxima reunião do Copom deve ocorrer nos dias 4 e 5 de novembro, e a expectativa é pela manutenção da taxa.

Esta não é a primeira vez que o presidente critica publicamente que a alta da Selic. No início deste mês, Lula defendeu que é necessário “cuidar” para reduzir a taxa.

A informação é do Metrópoles.