Lula deve anunciar nesta sexta-feira general Amaro para comando do GSI

O general Marcos Antônio Amaro dos Santos será o novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A escolha foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (27), em reunião com ministros no Palácio da Alvorada. Com o anúncio oficial, que pode ser feito ainda nesta sexta-feira (28), Lula põe fim a uma queda de braço no governo sobre a configuração do GSI e mantém a estrutura formada por militares.

Amaro, que chefiou a Casa Militar no segundo mandato de Dilma Rousseff, interrompido pelo impeachment, vai substituir o general Gonçalves Dias no cargo. A queda de G. Dias, como o ex-ministro é conhecido, ocorreu após imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que em 8 de janeiro, dia dos ataques golpistas a Brasília, ele circulou pelo terceiro andar do prédio, onde está o gabinete de Lula, sem repreender os invasores.

O ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, determinou na quinta-feira a demissão de mais 58 servidores da pasta. Ao todo, 87 funcionários do GSI foram dispensados após os atos de 8 de janeiro, em um movimento que ficou conhecido no Planalto como “desbolsonarização” do governo.

Na gestão de Jair Bolsonaro, Amaro foi chefe do Estado-Maior do Exército e comandante militar do Sudeste. Quando trabalhou com Dilma, o general costumava acompanhá-la nos passeios de bicicleta em torno do Alvorada.

Mesmo após a primeira-dama Rosângela da Silva e uma ala do PT pregarem mudanças no GSI, insistindo na escolha de um civil para a Segurança Institucional, os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Casa Civil, Rui Costa, sempre disseram que o gabinete deveria ser comandado por um militar.

— As Forças Armadas estão pacificadas — afirmou Múcio à reportagem. — Não é hora de mudar o comando — completou o ministro, numa referência ao GSI.

Em março, Lula tirou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) da alçada do GSI e a transferiu para a Casa Civil. Desde que Lula assumiu a presidência, havia a desconfiança de que uma “Abin paralela”, a serviço de Bolsonaro, atuava no Planalto.

Depois de tantas crises, o governo não quer criar nova frente de atrito com os militares. Aliados do presidente têm sido orientados a intensificar a ofensiva contra bolsonaristas na CPI criada para investigar os ataques de 8 de janeiro e a mostrar quem financiou o vandalismo na Praça dos Três Poderes, com pagamento de alimentação, passagens e hotéis em Brasília. A ordem, porém, é para que a base de Lula não adote estratégias que possam atingir generais próximos ao PT.

Vacinação
Prestes a retornar à secretaria executiva do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli afirmou que editará portaria para obrigar os servidores do GSI a apresentar caderneta de vacinação com todos os registros atualizados.

“Quem mantém contato com o presidente da República deve cumprir o que orientam as autoridades sanitárias”, escreveu o ministro interino em sua conta no Twitter.

GZH

Postado em 28 de abril de 2023