Lula, Gleisi e Mercadante lideram entre os nomes que o mercado diz não confiar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, e o titular do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (PT), estão no topo das figuras que o mercado financeiro não deposita confiança. Em pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 15, mais de 90% dos entrevistados do setor econômico dizem não confiar nessas lideranças.
Hoffmann e Mercadante foram os com menor nível de confiança, com 98% dos entrevistados avaliando dessa forma. Lula ficou em terceiro lugar, com 94% de desconfiança. A pesquisa foi feita com 82 integrantes de fundos de investimentos com sede em São Paulo em Rio de Janeiro. Entre os cargos dos entrevistados, estão gerentes, economistas e analistas.
Os melhores desempenhos de integrantes do governo são de Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, com 66% de desconfiança, e Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do o Desenvolvimento, Indústria e Comércio, com 57% de avaliações com esse viés.
Os nomes, no entanto, estão bem distantes do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que teve apenas 2% de votos de desconfiança. O presidente foi o mais bem avaliado, com 68% dos entrevistados afirmando confiar em sua postura. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) também foi tido como confiável, tendo 41% de aprovação.
A desconfiança com o governo se refletiu em outras perguntas feitas aos entrevistados. Para 98% dos executivos, a política econômica do país está indo na direção errada. Enquanto para 90%, a política fiscal do governo não vai gerar sustentabilidade da dívida pública.
Na percepção do mercado, há uma falta de preocupação do governo com o controle da inflação. No geral, a grande maioria dos executivos, em torno de 90% avaliou como negativo o governo Lula. A percepção da opinião pública foi mais branda, com apenas 20% apontando como negativa a gestão. Os dados também são da Genial/Quaest, divulgada em fevereiro.
O mercado considerou ainda que o Banco Central tem feito um bom trabalho: 95% avaliaram como certa a decisão da instituição de manter a Taxa Selic. O grupo, no entanto, se mostrou preocupado com a relação entre o governo e o banco: 90% definiu como negativa a relação da gestão com a diretoria do BC.
Ainda nos primeiros dias de gestão, Lula direcionou críticas ao banco e a Campos Neto, que foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A critica do petista vem sendo pelas taxas de juros no país, atualmente em 13,75% e que são definidas pelo BC. No anúncio da manutenção da taxa, foi mencionado “a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país”.
Na segunda-feira, 13, em ato no Rio de Janeiro, conforme o Estadão, deputados federais do PT, Psol e PCdoB defenderam o fim da autonomia do Banco e pediram pela saída de Campos Neto da presidência.
“Eu acho que o Roberto Campos Neto tinha de ter decência, vergonha na cara, pegar o boné dele e ir embora, e deixar a presidência do Banco Central”, disse Gleisi Hoffmann.
O POVO