presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou nesta quarta-feira 3 ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) que é contra qualquer proposta de anistia para os envolvidos na depredação da Praça dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro. O encontro aconteceu no Palácio da Alvorada, um dia após o União Brasil anunciar a saída da base aliada do governo federal.

De acordo com relatos ao CNN, Alcolumbre não trouxe a pauta da anistia, mas Lula ressaltou que um perdão aos responsáveis pelo ataque seria um atentado à democracia e à soberania. A avaliação no Planalto é de que aprovar tal medida fortaleceria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e representaria ceder à pressão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O senador articula uma proposta de redução de pena para os condenados e presos pelo episódio, incluindo aqueles que estão no exterior, mas sem incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O projeto tem apoio de parlamentares de partidos do centrão, como PSD e MDB. Já o PL defende uma anistia ampla e irrestrita, contemplando Bolsonaro, mas essa iniciativa não tem maioria no Congresso.

Nem Alcolumbre nem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apoiam um perdão geral. Fontes indicam que o projeto com maior chance de aprovação é apenas a redução de penas dos que estiveram presentes na Praça dos Três Poderes. Nos últimos dias, Tarcísio esteve em Brasília tentando viabilizar uma anistia mais ampla, mas até mesmo deputados conservadores duvidam do sucesso de uma proposta que inclua Bolsonaro.

No encontro, os ministros indicados pelo União Brasil não anunciaram se permanecerão no governo federal. Lula, porém, afirmou que caso permaneçam, deverão defender a gestão e articular pautas de interesse do Palácio do Planalto. Há ainda a possibilidade de que os ministros Celso Sabino (Turismo) e Frederico de Siqueira (Comunicações) peçam licença temporária do partido para continuar no governo.

AGORA RN