Lula sanciona Orçamento de 2024 com salário mínimo de R$ 1.412 e fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (22) o projeto de lei orçamentária anual (LOA) de 2024, que estima a receita e fixa a despesa do governo federal para este ano. O texto prevê R$ 54 bilhões para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral do pleito de 2024, além do aumento do salário mínimo para R$ 1.412. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
A soma do fundo eleitoral será 145% maior que o gasto nas eleições municipais de 2020, quando foram utilizados R$ 2 bilhões dos cofres públicos. O valor será pago com recursos das emendas de bancada estadual, chamadas de RP7.
No caso do PAC, os recursos serão utilizados para viabilizar investimentos em infraestrutura, setor que é prioridade de Lula para este ano. O montante é menor do que a estimativa inicial enviada pelo governo, mas, após acordo costurado pelo governo, o orçamento foi incrementado em relação ao que propôs o relatório da Lei Orçamentária Anual (LOA).
O Orçamento prevê o valor de cerca de R$ 48 bilhões destinados a indicações dos parlamentares. Além disso, o projeto impôs um cronograma de pagamento para as emendas que são obrigatórias, caso das emendas individuais, destinadad a senadores e deputados. O pagamento deve ser feito até 30 de junho. As áreas de saúde e assistência social serão priorizadas.
Lula vetou R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão. Ainda assim, esse tipo de investimento vai direcionar R$ 11 bilhões.
Confira outros pontos do relatório
- Déficit zero
O relatório mantém a meta de déficit zero prevista pelo Executivo federal no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) no início do ano. Com isso, o governo terá margem de tolerância de gastos de 0,25% — para mais ou para menos. Assim, as contas podem encerrar 2024 com déficit primário de 0,25% do PIB ou superávit de 0,25%. Na prática, o déficit será zero no caso de os gastos do governo ficarem acima ou abaixo de zero em R$ 28,8 bilhões. Apesar disso, o relatório sugere que deve haver um superávit de R$ 3,5 bilhões. - Minha Casa, Minha Vida
O relatório da LOA também trouxe redução de quase um terço da verba para o Minha Casa, Minha Vida, prevista no projeto enviado pelo Executivo. Dos R$ 13 bilhões sugeridos pelo governo para bancar o programa, a proposta reduziu o valor para R$ 8,9 bilhões. Em relação ao Bolsa Família, o parecer mantém a previsão de R$ 169,5 bilhões. - Despesas
Pelo texto, as despesas do governo devem girar em torno de R$ 5,4 trilhões em 2024, sendo que a maioria delas diz respeito ao refinanciamento da dívida pública.
Confira as despesas por órgão no Orçamento de 2024
Ministérios
- Agricultura e Pecuária: R$ 11,2 bilhões
- Ciência e Tecnologia: R$ 12,8 bilhões
- Cultura: R$ 3,5 bilhões
- Defesa: R$ 126 bilhões
- Educação: R$ 180,5 bilhões
- Fazenda: R$ 33,5 bilhões
- Gestão e Inovação em Serviços Públicos: R$ 6,5 bilhões
- Igualdade Racial: R$ 188,3 milhões
- Integração e Desenvolvimento Regional: R$ 9,3 bilhões
- Justiça e Segurança Pública: R$ 22,1 bilhões
- Pesca e Aquicultura: R$ 373,5 milhões
- Previdência Social: R$ 935,2 bilhões
- Saúde: R$ 231,7 bilhões
- Cidades: R$ 18,6 bilhões
- Comunicações: R$ 2 bilhões
- Mulheres: R$ 489,9 milhões
- Relações Exteriores: R$ 4,7 bilhões
- Minas e Energia: R$ 9,1 bilhões
- Portos e Aeroportos: R$ 5,2 bilhões
- Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: R$ 5,9 bilhões
- Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome: R$ 282,5 bilhões
- Indústria, Comércio e Serviços: R$ 2,9 bilhões
- Esporte: R$ 2,5 bilhões
- Meio Ambiente e Mudança do Clima: R$ 3,7 bilhões
- Planejamento: R$ 3,3 bilhões
- Trabalho: R$ 111 bilhões
- Turismo: R$ 2,3 bilhões
- Direitos Humanos e Cidadania: R$ 523,2 milhões
- Povos Indígenas: R$ 873,5 milhões
- Transportes: R$ 53,6 bilhões
Outros órgãos
- Presidência da República: R$ 3,3 bilhões
- Vice-Presidência da República: R$ 15,4 milhões
- Advocacia-Geral da União: R$ 4,4 bilhões
- Banco Central: R$ 4,1 bilhões
- Controladoria-Geral da União: R$ 1,3 bilhões
Judiciário e Ministério Público
- Supremo Tribunal Federal: R$ 897,6 milhões
- Superior Tribunal de Justiça: R$ 2,1 bilhões
- Conselho Nacional de Justiça: R$ 297,7 milhões
- Defensoria Pública da União: R$ 761,8 milhões
- Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios: R$ 3,8 bilhões
- Justiça do Trabalho: R$ 26,9 bilhões
- Justiça Eleitoral: R$ 11,8 bilhões
- Justiça Federal: R$ 16,1 bilhões
- Justiça Militar: R$ 758,7 milhões
- Ministério Público da União: R$ 9,3 bilhões
- Conselho Nacional do Ministério Público: R$ 115,7 milhões
Legislativo
- Câmara dos Deputados: R$ 8 bilhões
- Senado: R$ 5,9 bilhões
Outros
- Transferências para estados e municípios: R$ 563,3 bilhões
- Reserva de contingência: R$ 11,9 bilhões
- Operações oficiais de crédito: R$ 86,7 bilhões
- Dívida pública: R$ 2,4 trilhões
- Encargos da União: R$ 78,1 bilhões
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