Lula sobre Juscelino Filho: “Se não provar inocência, está fora”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (2/3), que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deverá sair de seu cargo caso não consiga provar sua inocência. O titular da pasta é investigado pelo uso de voos da FAB para fora de Brasília e recebimento de diárias sem que estivesse atuando a serviço do governo.
Dois colunistas do Metrópoles também publicaram fatos que aumentaram a pressão sobre o ministro. Rodrigo Rangel revelou que Juscelino filho tem pressionado a estatal Codevasf a liberar a contratação de empresa suspeita de envolvimento em irregularidades para fazer obras no Maranhão com recursos de emendas conseguidas por ele. Já a coluna de Guilherme Amado noticiou que o pai e padrinho político do ministro, José Juscelino dos Santos Rezende, é réu pelo assassinato de um agiota no Maranhão.
Nesta quinta, o próprio presidente falou sobre seu ministro das Comunicações.
“Eu tentei esta semana conversar com o Juscelino. O ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo um encontro das Comunicações. Eu já pedi para o ministro Rui Costa convocar ele para segunda-feira [6/2] a gente ter uma conversa, porque ele tem direito de provar a sua inocência. Mas se ele não conseguir provar a sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, disse Lula, nesta tarde, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo.
Como revelaram reportagens publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo, o ministro solicitou um avião da Força Aérea Brasileira para agendas na sede da Claro, em São Paulo, e realizou ainda uma visita ao Escritório Regional da Telebras. Pela viagem, entre entre 26 e 30 de janeiro, Filho recebeu quatro diárias e meia, apesar de não ter trabalhado no fim de semana.
Nega irregularidades
Em nota divulgada, nesta quinta-feira (2/3), pelo Ministério das Comunicações, Juscelino Filho nega irregularidades e se explica sobre as denúncias. “Após averiguação nos últimos dias acerca do que ocorreu com a viagem de São Paulo, informamos que já foram devolvidas as diárias referentes à viagem”, diz o texto.
E continua: “Cabe esclarecer que no referido final de semana subsequente ao cumprimento da agenda oficial, o ministro usufruiu, sim, do seu direito de praticar atividades de foro particular em São Paulo. Portanto, é inaceitável aventar qualquer prática ilegal, tampouco imoral da autoridade pública ao desfrutar do seu período de folga para participar de qualquer compromisso, no caso em questão”, diz trecho da nota.
“Quanto aos procedimentos de solicitação da viagem, esses seguiram os parâmetros técnicos e legais”, diz outro trecho da nota. “Desse modo, é de total desconhecimento do MCom o suposto ‘caráter de urgência’ destacado pelo jornal [Estadão], uma vez que não consta na documentação oficial encaminhada à FAB nenhuma menção nesses termos”, afirma ainda o texto.
No comunicado oficial, o ministro não comentou a denúncia do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, de que ele vem pressionando a Codevasf, companhia estatal, a fazer chegar a uma empresa suspeita de envolvimento em irregularidades milhões de reais de emendas que ele próprio destinou ao Maranhão como deputado federal.
Metropoles