Lula vai ouvir chanceler antes de decidir sobre resgate de brasileiros no Líbano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para discutir uma operação de resgate de brasileiros no Líbano. A expectativa é por uma decisão ainda nesta semana.
O presidente e o chanceler desembarcaram neste domingo (29) no México para a posse da nova presidente, Cláudia Sheinbaum, na terça-feira (1º). Os dois devem conversar antes do evento.
Lula partiu de Brasília, enquanto o chanceler viajou de Nova York, onde participou das últimas reuniões da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
No encontro, Vieira vai relatar as conversas que teve com autoridades do Oriente Médio sobre a escalada do conflito entre Israel e o Hezbollah e sobre as possibilidades de resgate de brasileiros
No sábado (28), o ministro se reuniu com o chanceler do Líbano, Abdallah Bou Habib, para planejar saídas caso a situação piore e exija uma operação de evacuação de grande escala.
Também em Nova York, na quinta-feira (26), Vieira se reuniu com o chanceler da Síria, Bassam Sabbag.
A Síria é uma das rotas avaliadas pelo Itamaraty. Pelo país, seria possível utilizar a base aérea que a Rússia mantém no país que faz fronteira com o Líbano. Outra opção é fazer o resgate pela Jordânia. A diplomacia brasileira também tem dialogado com autoridades do país.
Também existe a possibilidade de fazer via Chipre. Neste caso, a operação usaria uma saída marítima.
Operação complexa
Um uma operação de repatriação neste momento é considerada complexa tanto pelo pelos riscos envolvidos quanto pelo número de pessoas. O Líbano abriga a maior comunidade brasileira no Oriente Médio, com 21 mil pessoas.
“Conversei hoje com ministro Mauro Vieira. Ele me disse que já estão conversando com as Forças Armadas, que tem operação em curso e que conversaria com o presidente. A expectativa é que devem se manifestar ainda nesta semana”, disse à CNN a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O Brasil tem pedido para que os cidadãos preenchem um formulário sobre o interesse de deixar o país. A recomendação ainda é para que as pessoas deixem o Líbano por meios próprios.
Famílias ouvidas pela CNN, no entanto, relatam dificuldades. Os aeroportos estão abertos, mas algumas companhias aéreas já cancelaram voos até o fim do mês.
“A maioria dos brasileiros quer ir embora, está em risco”, diz Cláudia Martins, de 41 anos.
A preocupação é que haja um agravamento da situação após a morte de líderes do Hezbollah. Algumas pessoas já relatam escassez de comida e água.
CNN